quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Obama põe festa de lado e anuncia equipe de transição

05/11/2008


O presidente eleito dos Estados Unidos, o democrata Barack Obama, já colocou de lado a festa por sua vitória histórica --ele é não somente o 44º presidente do país como também o primeiro negro a alcançar o cargo e montou a equipe de transição. Por e-mail, ele e o vice, o senador por Delaware Joe Biden, anunciaram que os trabalhos serão liderados por John Podesta, Valerie Jarrett e Pete Rouse, conjuntamente.

"Os três receberão assistência de um conselho de indivíduos com significativa experiência nos setores público e privado", diz a mensagem. "Entre os muitos projetos da equipe de transição estão análises detalhadas de transições anteriores, relatórios de medidas adotadas durante a campanha; resultados de agências do governo federal; e questões prioritárias que devem ser tratadas pela nova administração."

Depois de obter grande sucesso com o uso da internet durante a campanha presidencial, Obama decidiu abrir um site também para a equipe de transição: www.change.gov.

Na equipe de transição há cargos específicos para os responsáveis por essa revisão das agências, por relações com o Congresso e por relações públicas e inter-governamentais.

Todos os planos ao redor da transição Obama quer evitar erros do antecessor democrata Bill Clinton, que após vencer, em 1992, só apontou os principais colaboradores no governo cinco dias antes da posse, sem tempo para que os titulares pudessem se colocar em dia sobre as prioridades de suas pastas.

Bush

Nesta quarta-feira, em pronunciamento na Casa Branca, o presidente George W. Bush disse que a vitória de Obama é um "triunfo na história americana" e que cooperará completamente com a equipe do sucessor nos 76 dias que faltam até o próximo 20 de janeiro, data da posse. Bush afirmou que pretende manter Obama "completamente informado" de suas decisões.

"Será uma visão emocionante assistir o presidente Obama, a mulher, Michelle, e suas lindas crianças passarem pelas portas da Casa Branca", disse. "Sei que milhões de americanos vão se encher de orgulho com esse momento inspirador, pelo qual esperaram por tanto tempo."

CIA

Obama iniciará a transição tão cedo que, já nesta quinta-feira (6), terá uma reunião com o setor de inteligência --assim como acontece, diariamente, com Bush. Com isso, o diretor da CIA, Mike McConnell, pretende que Obama veja "toda a gama de ações que realizamos" em benefício do país, conforme afirmou em carta aos seus funcionários.

Na reunião, McConnell apresentará a pauta e dois funcionários discorrerão sobre alguns dos assuntos. Entre os problemas com os quais Obama precisa lidar assim que assumir o poder estão as guerras que os EUA mantêm --no Iraque e no Afeganistão-; o papel do Paquistão na luta contra o Taleban e a Al Qaeda; os programas nucleares do Irã e da Coréia do Norte e o futuro da prisão de Guantánamo, em Cuba.

O restante da semana Obama passará em Chicago, onde decide a sua equipe de governo. Fontes do Partido Democrata dizem que o deputado democrata Rahm Emanuel será o seu chefe de gabinete. Emanuel é chefe do grupo parlamentar democrata dentro da Câmara de Representantes (Câmara dos Deputados) e um grande aliado em Chicago.

Crise

No próximo dia 15 de novembro, líderes mundiais participam de uma reunião em Washington sobre a crise econômica mundial. Não está confirmada a presença de Obama, que chegará à Casa Branca com o peso da desaceleração econômica e o fantasma da recessão nas costas. "O caminho será longo. Nossa subida será íngreme. Nós talvez não cheguemos lá em um ano ou mesmo em um mandato", admitiu o presidente eleito, em seu discurso de vitória a 200 mil espectadores no parque Grant, em Chicago, nesta madrugada.

No campo econômico, Obama terá de lidar não só com a crise porém também com o desafio de transformar em realidade suas promessas de campanha sobre impostos, saúde, energia e educação. A habilidade de Obama para administrar as relações com os líderes democratas no Congresso, os republicanos e congressistas liberais com agenda própria também deverá ter uma forte influência sobre seu mandato.

da Folha Online

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