A pesquisa, encaminhada durante dois anos, avalia os impactos sociais e econômicos das classes que são beneficiadas com a iniciativa.
Para a mestra em Ciências Sociais , o baixo nível econômico das famílias tem contribuído para o mau uso do leite, que chega inclusive ao uso para a obtenção de droga.
"Nas entrevistas, soubemos de denúncias de pessoas que estavam usando o leite da criança para trocar por drogas", afirma Taís Cruz.
No interior, segundo a pesquisadora, a situação se revela ainda mais grave. Mães de beneficiários mostraram felicidade ao saber que o filho ainda estava em estado de desnutrição, cenário que garante a permanência no referido programa.
"Isso ocorre porque algumas crianças perdem o benefício ao sair do estado de desnutrição, ou seja, a garantia de um alimento diário", destaca Taís Cruz.
Para a cientista social, é importante que as instituições façam pesquisas de avaliação para analisar os impactos dos programas. Pouco adotada no Brasil, a medida ajuda a verificar a eficácia desses programas.
O Programa do Leite consiste no repasse de um litro de leite diário para cada família cadastrada pela Sethas que comprove renda insuficiente para o sustento familiar, sendo a maior parte dos beneficiários crianças em fase de crescimento ou em estado de desnutrição.
Taís Cruz diz que o resultado da pesquisa mostra a fragilidade das famílias carentes perante programas de natureza assistencial.
"Algumas entrevistadas revelaram que o único alimento garantido na família seria o leite do governo", relata Taís.
A coleta de dados para o mestrado foi realizada nos bairros Santos Reis, Felipe Camarão, Redinha e Neópolis, em Natal, sendo que na referida capital grande parte do leite é distribuída para escolas estaduais e moradores da região.
Fonte: Jornal O Mossoroense
Nenhum comentário:
Postar um comentário