terça-feira, 21 de abril de 2015

Fidel Castro vota em eleições municipais em Cuba


Aos 88 anos, Fidel Castro registrou seu voto para as eleições municipais em Cuba
Apesar do voto não ser obrigatório em Cuba, até mesmo o ex-ditador Fidel Castro, 88, participou das eleições municipais realizadas neste domingo (19).
De acordo com a imprensa estatal local, Fidel votou de sua residência, em Havana. Como prevê a legislação, um representante de sua zona eleitoral buscou o voto e o depositou em uma urna instalada na Plaza de la Revolución.

Pleito

As autoridades eleitorais cubanas divulgaram que mais de 6,4 milhões de pessoas votaram, o que representa cerca de 76% dos eleitores do país.
Os representantes escolhidos serão “delegados” que representam as regiões onde moram diante de problemas da comunidade local.
Eles fazem parte das chamadas Assembleias Municipais do Poder Popular.

Opositores

Dois opositores entraram na corrida eleitoral pela primeira vez em Cuba, apesar de terem admitido derrota nas urnas. Hildebrando Chaviano, de 65 anos, e Yuniel López, de 26, foram escolhidos em uma espécie de eleição primária para representar bairros da região da capital, Havana.
Apesar de os dois se definirem como opositores ao regime castrista, nenhum deles participa de qualquer espécie de grupo dissidente.
Blog do Primo

quarta-feira, 1 de abril de 2015


"Sete em cada dez jovens tendem a aceitar suborno em forma de presente _ Maioria dos profissionais de até 24 anos hesita em denunciar corrupção, indica pesquisa".
A manchete do R7 neste domingo, em matéria assinada pela colega Joyce Carla (ver íntegra no link), baseada em pesquisa da ICTS Protiviti, empresa de consultoria e serviços, é a meu ver a mais grave ameaça para o futuro do país, já assolado por tantos casos de corrupção e de sonegação de impostos, os grandes ralos do dinheiro público.
Acima de todas as outras, estamos vivendo uma profunda crise de caráter, de valores e de princípios. É inevitável associar esta preocupante pesquisa sobre o perfil ético dos jovens profissionais das corporações brasileiras com as denúncias divulgadas esta semana sobre a quadrilha que agia no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, o Carf, em que algumas das maiores empresas brasileiras criaram uma espécie de parceria público-privada para lesar o Tesouro Nacional em bilhões de reais, deixando no chinelo o que foi apurado até agora pela Operação Lava-Jato.
Os recursos das empresas contra autuações da Receita Federal eram julgados por servidores da Fazenda junto com representantes do sindicalismo patronal. "Nenhum outro país digno de menção tem um sistema semelhante", constata Elio Gaspari em seu artigo dominical na Folha.
Os números são assustadores, segundo os dados revelados pelo jornalista. "No Carf tramitam 105 mil processos com R$ 520 bilhões em autuações contestadas. A PF já achou 70 processos com desfechos suspeitos. Nove extinguiram cobranças que iam a R$ 6 bilhões. Se procurarem direito acharão cinco cobranças que valiam R$ 10 bilhões e viraram pó".
Entre as grandes empresas investigadas citadas em reportagem do Estadão, estão os bancos Bradesco (R$ 2,7 bilhões), Santander (R$ 3,3 bilhões), Safra (R$ 767 milhões), BankBoston (R$ 106 milhões) e Pactual, e mais Ford, Mitsubishi, BR Foods, Camargo Correa, Light e Petrobras. Segundo o jornal, o grupo RBS, afiliado da Rede Globo, está sendo investigado pelo pagamento de R$ 15 milhões para que sumisse do mapa um débito de R$ 150 milhões. São tantos milhões e bilhões desaparecidos nesta selva da terra de ninguém que a gente corre o risco de se perder.
A Operação Zelotes, deflagrada na quinta-feira, investiga os crimes de advocacia administrativa, tráfico de influência, corrupção, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Um estudo feito por procuradores da Fazenda Nacional, que já comentei aqui, estima que, em 2015, a sonegação de impostos deve bater na casa dos R$ 500 bilhões.  Se todos pagassem o que devem, em lugar de contratar bons advogados e pagar propinas, o governo federal certamente nem precisaria brigar tanto pelo seu pacote fiscal, que se destina mais a cortar gastos do que em aumentar a arrecadação.
Com estes exemplos vindos do andar de cima, não espanta a conclusão a que chegou Maurício Reggio, sócio-diretor do ICTS. "As pessoas estão acostumadas a pensar a corrupção como algo de fora, dos políticos, das autoridades. Não percebem as próprias atitudes. Com isso, têm um padrão para fora e não para si próprios". Dos 8.712 profissionais de 121 empresas pesquisadas, 82% admitiram aceitar atos antiéticos e 68% hesitam em denunciar casos de corrupção dos quais tomam conhecimento. Talvez muitos deles possam ser encontrados nas ruas e nas redes sociais nas manifestações contra a corrupção.
É esta desenfreada hipocrisia nacional que está minando os alicerces da nossa jovem democracia e colocando em risco o nosso futuro como Nação civilizada.
Vida que segue.
Do B. do Kotscho