segunda-feira, 31 de outubro de 2011

PT definirá candidatura de Fernando Mineiro até o final de março

A informação é do pré-candidato petista de acordo com os prazos estabelecidos no calendário eleitoral do partido.




O deputado estadual e pré-candidato a prefeitura de Natal, Fernando Mineiro, acredita que até o mês de março de 2012, o Partido dos Trabalhadores bate o martelo em relação às candidaturas do partido. Durante a reunião do diretório, realizada no último sábado (29), o PT aprovou o calendário eleitoral do partido, adaptado ao calendário nacional, que define prazos para inscrições formais das candidaturas, para os filiados se defenderem em coligação com outro partido e para escolha dos delegados. “A previsão é que até o final de março, o PT cumpra todos os rituais internos e tenha a definição das candidaturas. Até o dia 31 de março o PT bate o martelo”, diz o deputado em entrevista ao Jornal 96, desta segunda-feira (31).

Mineiro é o único candidato a prefeito no Partido dos Trabalhadores, mas não descarta a possibilidade de aparecer outro nome. O partido está preparado para isso e já definiu a data da prévia, seguindo orientações nacionais, caso surja outro candidato. O pré-candidato a prefeitura de Natal ressalta que o PT está trabalhando, discutindo e organizando o partido. A tática do PT, esse ano, é fazer uma mobilização interna e organizar todos os zonais, além de formação de núcleos. “Nossa meta é chegar no dia do aniversário do PT, 10 de fevereiro, com núcleos em todos os bairros da cidade e nas principais categorias e escolas”, pontua Mineiro.
Foto: DL / Nominuto.com

O deputado está confiante na nominata do PT e fala que o processo é interessante, promove debates e discussões na cidade sobre a proposta que o partido vai apresentar e a chapa de pré-candidatura de vereadores (as). “Até o momento o Partido dos Trabalhadores tem uma média de 20 candidatos no processo eleitoral, mas nossa meta é chegar de 25 a 30”.

O objetivo do PT, segundo Mineiro, é renovar e aumentar a representatividade na Câmara Municipal de Natal. O pré-candidato a prefeitura não exita em dizer que a CMN vive de costas para a sociedade, com sérias dificuldades de acompanhar as demandas e os interesses da sociedade. “Este ano vamos ter chapa própria para vereador ou vereadora e estamos trabalhando para eleger de 3 a 4 vereadores, e não é impossível”.

O parlamentar ressalta ainda que a Eleição 2012 terá candidaturas múltiplas e em conversas com demais partidos, deixou claro que o PT terá candidatura própria. Mineiro avalia de maneira positiva o fato de no primeiro turno das eleições haver várias alternativas e não ver como forma de enfraquecer o segmento da oposição, porque assim possibilita o fortalecimento da sociedade. “O que vai acontecer é uma bipolarização artificial. Via de regras as alianças formadas na cidade e no estado são muito artificializadas”, relata o deputado estadual. Diante dessa situação o PT fará um debate partidário, programático para a sociedade no primeiro turno para que a sociedade possa se posicionar.
Fonte: Nominuto.com

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

PT Natal funda núcleo de Ponta Negra nesta quarta.


Núcleo de Ponta Negra .

Nesta quarta-feira, 26, às 18:30, no bairro de Ponta Negra, será realizada uma reunião para a implantação do Núcleo daquele bairro.  O local do encontro será na  Rua Praia de Camboinha, 9059 – Ponta Negra.

A reunião compõe uma série de mobilizações que O PT Zonal Sul irá realizar no mês de novembro, para que em todos os bairros que compõem o zonal tenham seus núcleos de bairro consolidados. Se trata do Movimento #NovembroPTZonalSul.

Segundo a Secretária de Formação do Zonal Sul, Sandra Pequeno “a ideia é que no próximo mês, possamos fundar os núcleos nos 07 bairros que compõem o Zonal – Candelária, Capim Macio, Lagoa Nova, Neópolis, Nova Descoberta, Pitimbu e Ponta Negra”.  

Sanda complementa a informação com uma mensagem de motivação aos militantes: “vamos que vamos na animação dos bairros, afinal, 2012 vem aí e precisamos retomar o diálogo do PT com a sociedade. Temos que nos animar para a disputa eleitoral”.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011



Fernando Mineiro 24 de outubro de 2011, às 5h05
Sexta passada, 21, fui a Mossoró abraçar o poeta Antônio Francisco, que completou 62 anos de idade naquele dia.
Respeitado e querido, a festa em homenagem ao cordelista mor do RN e do Brasil contou com representantes de todas as alas dos cordões azuis, encarnados e multicoloridos da cidade.
No meio de tanta gente encontrei um rosalbista/carlista de quatrocentos costados que, ao me cumprimentar, fez a pergunta de praxe: “Alguma novidade?”. De pronto respondi: “A saída de Paulo de Tarso do governo Rosalba”. Depois de alguns segundos em silêncio ele disse; “É, por essa ninguém esperava”.
De fato, a saída de PTF do Gov.Rosa.Dem se transformou na surpresa política do final de semana. O Dr. Paulo de Tarso Fernandes, ex-chefe do Gabinete, não foi um simples auxiliar do Governo Rosalba. Era o segundo-ministro dessa versão de parlamentarismo papa-jerimum que se instalou no estado em 1 de janeiro de 2011.
PTF, desde o início da gestão, exerceu voz de mando e comando sobre o conjunto do secretariado, executando rigorosa e competentemente as ordens e orientações dadas por Carlos Augusto Rosado, esposo da governadora Rosalba e primeiro-ministro de fato do governo do DEM.
Foi o próprio Paulo de Tarso quem declarou à blogueira Thaisa Galvão: “Foram 10 meses de governo onde todas as decisões do Estado foram do marido da governadora”.  Não à toa, os(as) outros(as) secretários(as) obedeciam. Entende-se muito bem porque um deles, porta-voz dos demais e mantendo o anonimato, declarou à Tribuna do Norte, edição de sábado (22), referindo-se a PTF: “Ele falava e nós assinávamos embaixo”.
Pode-se dizer que o Gov.Rosa.Dem inicia uma segunda fase com a saída do número 2 do seu governo. Resta saber se encontrará quem substitua o Dr. Paulo de Tarso Fernandes com a mesma competência, dedicação e autoridade.
Já o rompimento do vice Robinson Farias não foi nenhuma surpresa ou novidade. Era apenas questão de tempo.
Depois de cooptar a maioria da ex-futura bancada do PSD e obter o apoio integral do PMDB-RN, Robinson Farias, ao não deter mais o controle majoritário da Assembléia Legislativa, tornou-se descartável para o governo do DEM e seus novos aliados. Por isso foi empurrado para fora.
A não (re)nomeação de Robinson para a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, exonerado que foi para assumir o Governo quando da viagem de Rosalba Ciarlini aos EUA, foi apenas o estopim para o seu rompimento.
Já para Paulo de Tarso, essa não (re)nomeação foi, segundo ele, o motivo de seu pedido de exoneração.
PTF também revelou a Thaisa Galvão parte dos bastidores do episódio. Relata ele: “Primeiro fui à governadora e ela me disse que eu resolvesse com Carlos Augusto”. Ao insistir, ficou sabendo que “esse assunto não tem pressa. O vice-governador foi à minha cidade (Mossoró) e fez três discursos contra minha mulher. Minha mulher foi para os Estados Unidos e ele foi pra rua humilhar a governadora.”
Mais do que revelador das vísceras do governo, este episódio expõe de forma cristalina o descaramento e a sem cerimônia com que determinados grupos tratam assuntos públicos como extensões de interesses e humores privados.
Pensando bem, eu deveria ter respondido ao carlista/rosalbista de quatrocentos costados que não tinha nenhuma novidade na política do Rio Grande do Norte. Apesar de inesperada, a saída de Paulo de Tarso do Gov.Rosa.Dem não pode ser considerada como tal.
Foi apenas mais um desdobramento da reacomodação de grupos que, carentes de projetos político-administrativos estratégicos para o desenvolvimento do Estado, ora se juntam ora se separam de acordo com seus interesses pessoais.
Para além disso, o episódio joga luzes sobre um estilo de governo, de um modus operandi onde o público e o privado se mesclam em uma zona cinzenta (ou rosada), própria de uma forma particular de se operar a máquina pública.
Aliás, estilo este bastante famoso e comentado nas terras outrora ocupadas pelos bravos monxorós.
Do site do Dep. Mineiro

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Robinson Faria entrega cargos e anuncia saída do Governo Rosalba


Robinson Faria desembarca do governo.
O vice-governador Robinson Faria (PSD) decidiu entregar os cargos que possui no Governo Rosalba Ciarlini - Idema, Caern e Igarn (Instituto de Gestão das Águas). Este é o desfecho da crise entre o Democratas e o PSD, partido comandado por Faria.

Robinson Faria havia sido exonerado do cargo de titular da Semarh (Secretaria de Meio Ambiente e de Recursos Hídricos) antes da viagem da governadora Rosalba Ciarlini aos Estados Unidos, como é praxe nesta situação, mas até esta data não foi renomeado.

Segundo informações, este seria o motivo da decisão de entregar os demais cargos sob a responsabilidade do grupo de Robinson Faria.

O vice-governador já comunicou a Rosalba sobre a saída do governo.

Há cerca de uma semana, o Nominuto.com informou sobre a exoneração de Robinson Faria da Semarh e entrega dos cargos que indicou na administração estadual.

Em solidariedade a Robinson Faria, o advogado Paulo de Tarso Fernandes entregou o cargo de Secretário-chefe do Gabinete Civil.
DExtraido do site  nominuto.com

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Sinais de alerta do ‘pai’ dos ambientalistas

Por Bettina Barros | De São Paulo


Ana Paula Paiva/ Valor/Ana Paula Paiva/ ValorNogueira Neto, em meio à sua floresta particular: equívocos políticos põem interesses privados à frente dos da nação

Era uma tarde de domingo de maio, pouco depois do almoço, quando o telefone tocou. A então senadora Marina Silva tinha urgência na voz. Pedia ao interlocutor em São Paulo que fosse imediatamente para Brasília. Com a dificuldade em andar amenizada pela ajuda da bengala, Paulo Nogueira Neto aprontou-se, foi ao Aeroporto de Viracopos, em Campinas, e comprou a passagem aérea. À noite já estava na capital federal.
Primeiro foram encontros com representantes graduados do Congresso. Em seguida, o grupo de ex-ministros do Meio Ambiente reuniu-se com a presidente Dilma Rousseff. A movimentação rápida e silenciosa tentava sensibilizar a presidente em relação às florestas, numa das últimas tentativas de alterar pontos polêmicos do texto final do Código Florestal que seria votado no dia seguinte pela Câmara dos Deputados. “O que querem fazer hoje no Brasil é um retrocesso. É rasgar grandes conquistas”, diz Paulo Nogueira.
A frase soa inevitavelmente melancólica para quem ouve esse que é considerado o “pai de todos” os ambientalistas brasileiros. Dr. Paulo, como é respeitosamente chamado por seus discípulos, vê à sua frente o desmoronamento de décadas de preservação, uma história que ele ajudou a criar. Primeiro secretário do Meio Ambiente do país com status de ministro, Paulo Nogueira Neto estabeleceu em seus doze anos de governo os primeiros 3,2 milhões de hectares de florestas protegidas por lei no Brasil e concebeu o Conselho Nacional do Meio Ambiente – o Conama, o “único conselho deliberativo desta República”, como gosta de lembrar Marina Silva. Isso em plenos anos 70, período de chumbo da política brasileira.
“As cúpulas militares não entendiam nada de meio ambiente. Mas confiavam em mim, sobretudo o [João] Figueiredo”
Aos 89 anos e com uma imagem pública invejável, ele vê a política sendo feita de forma equivocada – interesses privados e partidários à frente de “interesses maiores da nação”.
Mas não perde a esperança de as coisas se ajeitarem. “As mudanças no Código foram aprovadas por fatores políticos que não dependeram da nossa vontade. Foi uma disputa política do Legislativo com a presidente Dilma. Mas não acredito que o Senado aprovará do modo que está”, diz dr. Paulo.
Como se sabe, o novo Código Florestal passou na Câmara dos Deputados com pontos que preocupam os ambientalistas. A anistia a produtores rurais que desmataram até julho de 2008 é um deles. O direito dos Estados de legislar sobre o ambiente é outro. “Isso será um desastre. Já se fala em um desmatamento do tamanho do Paraná”. E esclarece: “Não sou contra reformas, desde que sejam baseadas em técnica”.
Se diz não perder o ânimo, o paulistano Paulo Nogueira Neto, fruto de uma linhagem de políticos e juristas, tampouco perde o gosto pelas discussões estratégicas envolvendo o seu assunto predileto. Apesar do andar lento e da dor constante nas costas (“o grande problema do homem é ser bípede”), quase toda semana segue a Brasília. Reúne-se no Conama, participa de encontros, assiste a debates no Congresso e prestigia ONGs. Quem esteve presente no histórico dia da cisão do Ibama lembra do alto brado de “Viva!” solto por dr. Paulo após votação que criou o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, o ICMBio, em meados de 2007.

Arquivo pessoal/Arquivo pessoalO amante de abelhas que virou político: no sítio, brincando com um antílope

A proposta atraiu críticas dentro do próprio governo, mas para ele não havia por que relutar. O fato era que o Ibama tinha se tornado grande demais para administrar tudo sozinho. “Estavam dando muito pouca atenção às áreas de conservação ambiental. Era necessário dividi-lo”, argumenta Nogueira Neto, num falar à vontade em meio às suas árvores majestosas, escolhidas décadas atrás para emoldurar o terreno de quatro mil metros quadrados de sua residência em São Paulo.
Desenhada pelo arquiteto Osvaldo Bratke nos anos 50, os traços modernos privilegiam a integração com a natureza ao seu redor, e guardam não só essa porção exclusiva de Mata Atlântica mas histórias esquecidas do Brasil. Guardam também livros – centenas de livros de biologia e ecologia – e uma mesa de condecorações recebidas ao longo e depois da carreira pública, sombreadas pelas oito pinturas enfileiradas de Di Cavalcanti expostas na sala de estar (“séries limitadas que Di vendia, sem tanto valor assim”, apressa-se em explicar).
A de que ele mais gosta parece ser o Cândido Portinari à direita. O quadro retrata o momento da retirada do mel da colmeia, a maior de todas as suas paixões. Os estudos sobre abelhas indígenas brasileiras marcaram seu trabalho científico e transformaram um advogado em um renomado ambientalista.
Portinari era amigo de seu irmão, José Bonifácio Coutinho Nogueira, que foi secretário paulista da Agricultura e depois da Educação. Mas não entendia nada de abelhas. Nogueira Neto conta, ainda surpreso, – “como ele não sabia retratar a retirada do mel?” – que teve de emprestar uma fotografia para que o pintor, hoje um dos mais conhecidos do Brasil, fizesse o quadro exibido nesta sala por onde passaram tantas personalidades da política, das artes e das ciências.
A leva de ambientalistas mais jovens não frequentou esse universo privilegiado, mas se formou e esmerou nos ensinamentos do ambientalista.

Arquivo pessoal/Arquivo pessoalPaulo Nogueira Neto em reunião (segundo, à direita) durante o governo Geisel

Marina Silva conheceu o seu trabalho ainda no Acre. Tasso Azevedo, primeiro diretor do Serviço Florestal Brasileiro, ouviu falar em Paulo Nogueira Neto pela primeira vez na faculdade de engenharia florestal. Mário Mantovani e a trupe verde da SOS Mata Atlântica já o reverenciavam quando o convidaram para ajudar a formar a ONG que despontava, duas décadas atrás.
A aproximação mais curiosa, no entanto, talvez tenha sido a do ex-secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente de Marina, o então adolescente João Paulo Capobianco. “Eu jamais imaginaria que aquele menino viraria isso”, ri Nogueira Neto.
Capobianco, estudante de segundo grau, procurou-o pedindo ajuda: após herdar a fazenda de café do avô recém-falecido, na divisa de Minas Gerais com São Paulo, parte da sua família queria se desfazer de dois mil hectares de floresta nativa que havia resistido à agricultura. “Meu avô viveu até os 98 anos protegendo aquela mata. Foi o único proprietário da região que não desmatou, enquanto todos os outros vendiam a madeira como forma de sobreviver à crise de 1929″, conta Capobianco. “Quando morreu, veio a partilha, e a floresta ficou em risco”. Uma professora sugeriu: por que não tentar algo com o dr. Paulo?
“Liguei para ele. No dia seguinte tinha um monte de policiais na fazenda. Foi uma confusão danada, mas eu ganhei a preservação da floresta e arrumei alguns primos que ficaram meus inimigos até hoje”.
Paulo Nogueira Neto nasceu ambientalista, mas só descobriu essa vocação numa idade bem mais avançada. Por influência do histórico familiar em ciências humanas, a primeira opção profissional foi Direito na Universidade de São Paulo (USP). Ele se formou, mas a paixão por abelhas o fez enveredar pelo mundo da biologia. Das abelhas para os insetos, dos insetos para ecossistemas, dos ecossistemas para o clima. Voltou à USP para estudar História Natural. Nogueira Neto virou um cientista e fundou, na mesma universidade, o Departamento de Ecologia. Só não abriu mão da carteira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), diz.
O convite para assumir o primeiro cargo federal destinado ao ambiente veio em 1974, dois anos após Henrique Brandão, então vice-ministro do Interior do governo Ernesto Geisel, chefiar a delegação brasileira do Itamaraty para a Conferência de Estocolmo, a primeira reunião mundial a tentar preservar o ambiente.
Brandão voltou para Brasília incomodado. Dizia que o Brasil precisava de um decreto federal de base para uma futura pasta ambiental – todos os países importantes já tinham isso. Chamou Nogueira Neto para uma opinião sobre o rascunho. Ele leu. E “lascou” a proposta. “Fiz várias críticas. Aquilo não previa nem multas ambientais!”
A espinafrada com conteúdo deve ter impressionado o ministro. Mas feito o convite para assumir o posto criado para ele, dr. Paulo titubeou. A palavra final seria dada, como sempre, por Lúcia, sua companheira de vida. “Só iria se ela concordasse em se mudar para Brasília”, diz.
Nogueira Neto tinha base jurídica, formação acadêmica e a paixão inerente aos amantes da natureza, o que já lhe garantia parte do sucesso na empreitada federal. Mas era pouco dado a rodas sociais, ao “networking” necessário para fazer política.
Quem era boa nisso era Lúcia. “Ela fazia o meio de campo que estreitou os meus laços com os diplomatas”, lembra ele. Exímia jogadora de bridge, Lúcia era convidada para praticar o jogo de cartas da moda com as esposas dos diplomatas estrangeiros instalados em Brasília. Dr. Paulo ia junto e aproveitava a oportunidade para emplacar conversas sobre o estado do planeta. Graças a essas visitas informais, fez várias viagens ao exterior para conhecer governos e expor a situação ambiental do Brasil. Sempre levava Lúcia – “pagando o bilhete aéreo dela”, frisa.
Mas o glamour da diplomacia estava a anos-luz da simplicidade das três salas e cinco funcionários que Nogueira Neto tinha para cuidar da área ambiental. A missão era dura.
O secretário com status de ministro viveu o choque político de criar unidades federais protegidas e a chegada do homem urbano à grande floresta, após a abertura da rodovia Transamazônica. O “Brasil Grande” galopava, os recursos financeiros eram poucos e Nogueira Neto, afinal, falava uma língua praticamente desconhecida dos generais. Ecossistemas. Biodiversidade. A defesa de coisas tão pouco palpáveis devia ser vista como mera platitude de um apaixonado por abelhas. E o Brasil militar tinha assuntos bem mais importantes a tratar.
Em uma das passagens de seu livro de relatos dos tempos no governo federal, dr. Paulo desabafa: “Me sinto exausto. O serviço é ininterrupto, pesado e tensionante. Mas me fascina”.
Ele chegou a Brasília não por apadrinhamento político, mas pela profunda compreensão da natureza ao seu redor – inclusive, percebeu-se depois, da natureza humana. Talvez por isso tenha atravessado incólume a dois governos, primeiro Geisel e depois de João Figueiredo, e emplacou as suas vitórias.
Bater de frente, dr. Paulo não batia. Mas ninguém diz que deixou de defender a causa por conta dos obstáculos do caminho. De certa forma, diz ele, era mais fácil trabalhar naquele tempo. “As cúpulas dos governos militares não entendiam nada de meio ambiente. Mas confiavam em mim, sobretudo o Figueiredo”. Além disso, “a derrubada da Amazônia não era nada em comparação a hoje”.
Convidado em duas ocasiões a filiar-se ao partido político do governo, a Arena, preferiu congregar as pessoas. Ganhou a confiança dos dois lados.
Passou pelo menos uma vez pelo desafio de segurar a rédea da corrupção dentro da sua pasta, a Secretaria de Meio Ambiente. Quando desconfiou que universidades contratadas para a gestão das áreas de conservação ambiental poderiam estar desviando recursos, ele diz ter agido rápido. Pediu prestação de contas e a abertura de uma sindicância para apurar esses convênios.
Para ele, a corrupção, só ocorre se a liderança permite. “Quando o chefe é sério, a instituição toda fica séria também”, diz dr. Paulo, pai de três, avô de seis e bisavô de cinco.
Quando deixou o governo, em 1985, o seu ativismo não arrefeceu. Nos anos seguintes, participou da criação de fundações, ganhou prêmios e homenagens. Em 1987, dr. Paulo representou o Brasil na Comissão Brundtland, que resultou no relatório intitulado “Nosso Futuro Comum” e cunhou a expressão desenvolvimento sustentável.
Ícone de uma geração de ambientalistas, ele tem sido um braço invisível de apoio para quem passa pelo Ministério do Meio Ambiente. “O professor sempre me apoiou, apesar das críticas pesadas às medidas para defender as florestas”, diz Marina Silva, que estava em férias quando concedeu uma entrevista ao Valor. “Quem se negaria a falar sobre ele? Dr. Paulo é o pai de todos nós”.
Se nos anos 70 os interessados em ambiente cabiam em uma Kombi, como falava-se na época, hoje são certamente muito mais. O que Paulo Nogueira Neto fez, então, deve ter valido a pena.
Do site de Marcelo de Souza

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Orlando Silva passa pelo terceiro 'Paredão' e recebe elogios de tucanos

O ministro Orlando passou pelo terceiro "Paredão", hoje (18), na audiência da Câmara dos Deputados, onde foi muito bem, e venceu com folga a bandidagem da imprensa, da oposição, e dos elementos que saqueam os cofres públicos e depois querem fazer chantagens e se passarem por vítimas.

Só não venceu por nocaute no primeiro assalto (como fez a então ministra Dilma com José Agripino Maia, no passado), porque a oposição jogou a toalha: seus líderes se retiraram da sessão (para fazer uma reunião de "acerto" a portas fechadas com o PM João Dias, que fugiu de depor na Polícia Federal hoje, dizendo estar "doente").

Os elogios ao ministro vieram até do deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP). Ele disse que, apesar de ser da oposição, não podia deixar de reconhecer a diferença entre a postura do ministro, que apresentou as provas contra o acusador e procurou os órgãos de Justiça para apurar as denúncias, e a do acusador, que não apresenta provas e foge dos órgãos da Justiça.

Outro deputado da oposição, Fernando Francischini (PSDB-PR), que é delegado da Polícia Federal, questionou sobre algumas ações do ministério mas, logo no início da reunião, disse: "Estou acostumado a ouvir bandido, não vi traço de alguém que recebeu pacote de dinheiro", referindo-se à postura do ministro Orlando Silva.

Orlando Silva manteve a mesma postura firme que teve desde o início. Repelindo qualquer tipo de chantagem:
“Quem faz a agressão? Trata-se de um desqualificado, um criminoso, uma fonte bandida...

...Diferente do que se publica, a atitude que temos, desde 2008, é de combater o mal feito. Quem combate a corrupção é o Ministério do Esporte, que exige a devolução dos recursos que não são aplicados. Não interessa qual a entidade...

...se há o que denunciar, procure a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a imprensa, mas prove. Não provou porque não tem prova. Eu que tenho prova do mal feito por ele”. (provocando aplausos da platéia).

O ministro não deixou perguntas sem respostas, e colocou todos os documentos pedidos pelos deputados à disposição.

Orlando Silva está se tornado como aqueles participantes do BBB (Big Brother) que vão para o paredão e voltam mais fortes e mais populares.

O ministro já passou por dois paredões do PIG (Partido da Imprensa Golpista), ou seja, por duas entrevistas para a jornalistas da Globo, Folha, Estadão, Veja, etc. E este foi o 3º "paredão". Amanhã tem o quarto, no Senado, às 14hs. Será que José Agripino Maia (DEMos/RN) vai à nocaute de novo?

Dilma já passou por esse processo quando era ministra, enfrentando essas bandidagens alimentadas pela imprensa. Quem não se lembra:
- do "dossiê" roubado da Casa Civil para o gabinete do senador Álvaro Dias (PSDB/PR);
- da invenção da Lina Vieira (mulher do ex-ministro de FHC);
- da "charuteira";
- do ex-presidiário Rubnei Quícoli;
- etc.

Cada vez que a mentira era descoberta, ela subia nas pesquisas. (Com informações do Estadão e do Portal Vermelho)

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Horário de verão trará economia de R$100 mi

Da Agência Brasil

O horário de verão começa no próximo domingo (16)
O horário de verão, que começa no próximo domingo (16) e vai até o dia 26 de fevereiro do próximo ano, vai trazer uma economia para o país que pode variar entre R$ 75 milhões e R$ 100 milhões. A estimativa, divulgada nesta quinta-feira (13), é do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
O horário de verão 2011/2012 terá 133 dias de duração e é o mais longo desde 1985, segundo o ONS. Ele ocorrerá em três regiões brasileiras: Sudeste, Centro-Oeste e Sul. Considerando-se todos os estados atingidos pela medida, a diminuição da demanda estimada será de 4,6%, ou o equivalente a 2.650 megawatts (MW).
A maior redução (4,9%) deverá ocorrer na Região Sul, correspondendo a 600 MW. Isso significa, segundo o ONS, 75% da demanda de Curitiba (PR) ou três vezes a de Florianópolis (SC). Nas regiões Sudeste e Centro-Oeste juntas, a diminuição projetada do consumo é 4,6% e corresponde a 2.050 MW, ou duas vezes a demanda de Belo Horizonte e duas vezes e meia a de Brasília.

sábado, 8 de outubro de 2011

Partido adesista de Kassab ultrapassa bancada tucana

O partido de Kassab, o PSD, já filiou 54 deputados federais, ultrapassando o PSDB que ficou com 52.

O ranking, por hora, está assim:

PT: 86 deputados;
PMDB: 80
PSD: 54
PSDB: 52

A maioria dos deputados que se aliaram a Kassab vieram da oposição, e devem passar a apoiar o governo Dilma. O que não falta são adesistas vindo das bandas dos demo-tucanos. De qualquer forma é melhor para o Brasil ter adesistas fisiológicos do que gente que fica só atrapalhando, em vez de fazer oposição séria.
Amigos do \Presidente

Pesquisa pela internet em Mossoró


Existem duas candidaturas lançadas pelos seus partidos em Mossoró para prefeito do município. Se a eleição fosse hoje em qual dos dois você votaria?

Total de votos: 5930

Josivan Barbosa - PT
4257 votos - 72%

Larissa Rosado - PSB
1673 votos - 29%
Do B. j. Belmont
Nota do Blog: o cartel dos rosados em Mossoro pode ser derrubado desta vez, pois uma candidatura do Reitor Josivan Barbosa pelo PT, tem um grande potencial para crescer e  vencer as eleições municipais do próximo ano em Mossoró, com essa noticia já começa causar calafrio em muita gente importante do poder local, os mesmos que estão montado  no poder do pais de Mossoró  a mais de  meio século, e estão no poder  a mais tempo de que Kadafi na Líbia, isso porque se reveza de vez em quando  entre eles, uma mesma família com objetivo de se manterem no domínio de tudo entre eles  mesmo.   É companheiros, aqueles que pensarem que em uma democracia quem chegar ao poder é para sempre estará redondamente enganado.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

OPORTUNIDADE


APODI – Graças a uma parceria viabilizada pela Prefeitura do Apodi com a Presidência do Serviço de Apoio às Pequenas e Médias Empresas do Rio Grande do Norte (SEBRAE/RN), será executado em Apodi entre os dias 17 a 28 de outubro, o Projeto Oficina do Empreendedor SEBRAE - Iniciando ou Administrando o Seu Próprio Negócio, em nas terras apodienses.
Trata-se de um evento de orientação para empreendedores que desejam iniciar uma atividade empresarial e para empresários de pequeno porte interessados em melhorar a gestão da sua empresa. As palestras são gratuitas e serão realizadas no mês de outubro em local ainda a ser definido pela Prefeitura do Apodi que tem buscado divulgar, ampliar e aperfeiçoar os serviços voltados ao sucesso empresarial do pequeno empreendedor do município.
A oficina SEBRAE é uma referência brasileira nas ações promovidas em beneficio dos empreendedores. Embora o Brasil seja um dos países mais empreendedores do mundo, a falta de preparo do empreendedor aliada à falta de serviços técnicos especializados no auxílio a esses empresários faz com que mais da metade das empresas que surjam no Brasil não ultrapassem o segundo ano de vida. Assim, a Oficina orienta o profissional a planejar, executar e gerir seu próprio negócio.
Para a prefeita da cidade, professora, Goreti Silveira Pinto (PMDB), a realização da Oficina do Empreendedor SEBRAE em Apodi é uma excelente oportunidade para a qualificação profissional da população de apodiense, que terão através dessa oficina a chance de se tornarem profissionais mais empreendedores e organizados.
De acordo com a Assessoria de Comunicação da municipalidade, durante a Oficina, existirá um espaço especialmente preparado para todos aqueles interessados em se cadastrar na modalidade “Empreendedor Individual” do Governo Federal. Nesta modalidade, o empreendedor a partir do pagamento de um valor inferior à R$ 100 por mês permitirá a regularização junto ao INSS e Fazenda Estadual e Federal.
O encontro para oficialização do convenio da Prefeitura do Apodi com o SABRAE/RN, ocorreu na sede da instituição em Natal e contou com a participação da prefeita, Goreti Pinto, secretários do município de Apodi das pastas de Educação Izauro Camilo de Oliveira Neto, Chefe de Gabinete, Klinger Pinto, Secretario de Urbanismo, Tiburcio Marinho e dos assessores Gurgel e Marcilio Reginaldo, Zeca Melo, presidente do SEBRAE/RN e vários assessores.
A prefeita, Goreti Silveira Pinto, disse que vai buscar formalizar o maior número possível de empresas, beneficiando tanto o empresariado quanto o município.  
ASCOMPMA

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Frei Betto: Adeus Europa

Frei Betto
Lembram-se da Europa resplandecente dos últimos 20 anos, do luxo das avenidas do Champs-Élysées, em Paris, ou da Knightsbridge, em Londres? Lembram-se do consumismo exagerado, dos eventos da moda em Milão, das feiras de Barcelona e da sofisticação dos carros alemães?
Tudo isso continua lá, mas já não é a mesma coisa. As cidades europeias são, hoje, caldeirões de etnias. A miséria empurrou milhões de africanos para o velho continente em busca de sobrevivência; o Muro de Berlim, ao cair, abriu caminho para os jovens do Leste europeu buscarem, no Oeste, melhores oportunidades de trabalho; as crises no Oriente Médio favorecem hordas de novos imigrantes.
A crise do capitalismo, iniciada em 2008, atinge fundo a Europa Ocidental. Irlanda, Portugal e Grécia, países desenvolvidos em plena fase de subdesenvolvimento, estendem seus pires aos bancos estrangeiros e se abrigam sob o implacável guarda-chuva do FMI.

O trem descarrilou. A locomotiva – os EUA – emperrou, não consegue retomar sua produtividade e atola-se no crescimento do desemprego. Os vagões europeus, como a Itália, tombam sob o peso de dívidas astronômicas. A festa acabou.
Previa-se que a economia global cresceria, nos próximos dois anos, de 4,3% a 4,5%. Agora o FMI adverte: preparem-se, apertem os cintos, pois não passará de 4%. Saudades de 2010, quando cresceu 5,1%.
O mundo virou de cabeça pra baixo. Europa e EUA, juntos, não haverão de crescer, em 2012, mais de 1,9%. Já os países emergentes deverão avançar de 6,1% a 6,4%. Mas não será um crescimento homogêneo. A China, para inveja do resto do mundo, deverá avançar 9,5%. O Brasil, 3,8%.
Embora o FMI evite falar em recessão, já não teme admitir estagnação. O que significa proliferação do desemprego e de todos os efeitos nefastos que ele gera. Há hoje, nos 27 países da União Europeia, 22,7 milhões de desempregados. Os EUA deverão crescer apenas 1% e, em 2012, 0,9%. Muitos brasileiros, que foram para lá em busca de vida melhor, estão de volta.
Frente à crise de um sistema econômico que aprendeu a acumular dinheiro mas não a produzir justiça, o FMI, que padece de crônica falta de imaginação, tira da cartola a receita de sempre: ajuste fiscal, o que significa cortar gastos do governo, aumentar impostos, reduzir o crédito, etc. Nada de subsídios, de aumentos de salários, de investimentos que não sejam estritamente necessários.
Resultado: o capital volátil, a montanha de dinheiro que circula pelo planeta em busca de multiplicação especulativa, deverá vir de armas e bagagens para os países emergentes. Portanto, estes que se cuidem para evitar o superaquecimento de suas economias. E, por favor, clama o FMI, não reduzam muito os juros, para não prejudicar o sistema financeiro e os rendimentos do cassino da especulação.
O fato é que a zona do euro entrou em pânico. A ponto de os governos, sem risco de serem acusados de comunismo, se prepararem para taxar as grandes fortunas. Muitos países se perguntam se não cometeram uma monumental burrada ao abrir mão de suas moedas nacionais para aderir ao euro. Olham com inveja para o Reino Unido e a Suíça, que preservam suas moedas.
A Grécia, endividada até o pescoço, o que fará? Tudo indica que a sua melhor saída será decretar moratória (afetando diretamente bancos alemães e franceses) e pular fora do euro.
Quem cair fora do euro terá de abandonar a União Europeia. E, portanto, ficar à margem do atual mercado unificado. Ora, quando os primeiros sintomas dessa deserção aparecerem, vai ser um deus nos acuda: corrida aos saques bancários, quebra de empresas, desemprego crônico, turbas de emigrantes em busca de, sabe Deus onde, um lugar ao sol.
Nos anos 1980, a Europa decretou a morte do Estado de bem-estar social. Cada um por si e Deus por ninguém. O consumismo desenfreado criou a ilusão de prosperidade perene. Agora a bancarrota obriga governos e bancos a pôr as barbas de molho e repensar o atual modelo econômico mundial, baseado na ingênua e perversa crença da acumulação infinita.
B. Dilma