terça-feira, 27 de dezembro de 2011



Frei Betto

Sem chamar a atenção, Jesus voltou à Terra em dezembro de 2011. Veio na pessoa de um catador de material reciclável, morador de rua. Comia prato feito preparado por vendedores ambulantes ou sobras que, pelas portas do fundo, os restaurantes lhe ofereciam.
Andava sempre com uma pomba pousada no ombro direito. Estranhou o modo como as pessoas bem vestidas o encaravam. Lembrou que, na Palestina do século 1, sua presença suscitava curiosidade em alguns e aversão em outros, como fariseus e saduceus.
Agora predominava a indiferença. Sentia-se, na cidade grande, um Ninguém. Um ser invisível.
Ao revirar latas de lixo à porta de uma faculdade, nenhum estudante ou professor o fitou. “Fosse eu um rato a remexer no lixo, as pessoas demonstrariam asco,” pensou. Agora, nada. Nem o percebiam. Ou consideravam absolutamente normal um homem andrajoso remexer o lixo.
Graças a seu olhar sobrenatural, capaz de apreender alma e mente das pessoas, Jesus sabia que eram, quase todas, cristãs...
Roubaram um carro defronte a faculdade. A vítima, uma estudante cirurgicamente embelezada, apontou-o como suspeito de cúmplice dos ladrões. A polícia, sem pistas dos criminosos, decidiu prendê-lo para aplacar a ira da moça, filha de um empresário.
O delegado inquiriu-o:
— Nome?
— Jesus.
— Jesus de quê?
— Do Pai e do Espírito Santo.
O delegado ditou ao escrivão:
— Jesus da Paz, natural do Espírito Santo.
A polícia conhece a diferença entre bandidos e moradores de rua. Tão logo a moça e seus pais deixaram a delegacia, Jesus foi liberado.
Saiu pela avenida, de olho nas vitrines das lojas. Todas repletas de enfeites de Natal. Tentou avistar um presépio, os reis magos, uma imagem do Menino Jesus... Viu apenas um velho de barba branca, gordo, com a cabeça coberta por um gorro tão vermelho quanto a roupa que vestia. O menino nascido em Belém havia sido substituído por Papai Noel. A festa religiosa cedera lugar ao consumismo compulsivo e à entrega compulsória de presentes.
Impressionou-se com os rápidos flashes coloridos dos televisores expostos nas lojas. A profusão de anúncios. Comentou com o Espírito Santo:
— Houvesse TV naquela época, teriam transmitido o Sermão da Montanha como um discurso subversivo e exibido no Fantástico a multiplicação dos pães. Se eu facilitasse, uma marca qualquer de cerveja iria querer me patrocinar...
Em busca de material reciclável, Jesus se surpreendeu com a quantidade e a variedade de lixo. Quanta coisa ele não conhecia! Como as pessoas consomem supérfluos! Quanta devastação da natureza!
Dormiu num banco de praça. Ao acordar, deu-se conta de que desaparecera seu saco repleto de latinhas e papéis. Possivelmente outro catador o levara. Pobre roubando pobre. Resignado, passou o dia revirando lixo para ganhar uns trocados e poder garantir a janta.
Tarde da noite, viu uma igreja aberta. Decidiu entrar. Os fiéis, ao vê-lo tão maltrapilho, torceram o nariz. Jesus preferiu ficar de pé no fundo do templo. A Missa do Galo se iniciava. Achou o padre com cara triste, como se celebrasse um ritual mecânico. O sermão soou-lhe moralista. Não sentiu que houvesse, ali, a alegria da comemoração do nascimento de Deus feito homem. Os fiéis se mostravam apressados, ansiosos por retornarem às suas casas e se fartarem com a ceia natalina.
Terminada a missa, Jesus perambulou pela cidade. Pelas calçadas, sacos de lixo estufados de embalagens para presentes, caixas de papelão, ossos de frango e peru, cascas de ovos... Observou os moradores de um prédio reunidos no salão do andar térreo. Comiam vorazmente, estouravam garrafas de espumantes, trocavam presentes, abraços e beijos. Nada ali, nenhum símbolo, que lembrasse o significado originário daquela festa.
Passou diante de uma padaria que fechava as portas. O padeiro, ao ver o catador, pediu que esperasse. Retornou lá de dentro com uma sacola de pães, fatias da salame e um refrigerante.
— É pra você comemorar o Natal – disse o homem.
Jesus chegou a uma praça semiescura. Havia ali uma mulher excessivamente maquiada. Buscou um banco e ali se instalou para poder comer. A mulher se aproximou:
— Ei, cara, tem o que aí?
— Pão, salame e refrigerante.
— Não comi nada hoje. E a noite tá fraca. Faz duas horas que estou aqui e nada de freguês. Acho que em noite de Natal os caras ficam com culpa de pegar mulher na rua.
Jesus preparou o sanduíche e estendeu-o à mulher.
— Se não importa de beber no mesmo gargalo...
— Tenho lá nojo de alguma coisa? – murmurou a mulher. ¾ Se tivesse, não estaria rodando a bolsinha na rua.
— Você não tem família?
— Tenho, lá na roça. Larguei aquela miséria pra tentar uma vida melhor aqui na cidade. Como não fui pra escola, o jeito é alugar meu corpo.
— Esta noite de Natal não significa nada pra você?
— Cara, você não imagina o que já chorei hoje lá na pensão. A gente era pobre, mas toda noite de Natal minha mãe matava um frango e, antes de comer, a família rezava um terço e cantava Noite feliz. Aquilo me deixava muito feliz. Não posso relembrar que as lágrimas logo inundam os olhos – disse ela puxando o lenço de dentro da bolsa.
A mulher fez uma pausa para enxugar as lágrimas e indagou:
— Acha que, se Jesus voltasse hoje, esse mundo iria melhorar?
— Não sei... O que você acha?
— Acho que ninguém ia dar importância a ele. Essa gente só quer saber de festa, e não de fé. Mas bem que ele podia voltar. Quem sabe esse mundo arrevesado tomava jeito.
— Eu não gostaria que ele voltasse. Não adiantaria nada. Há dois mil anos ele veio e deixou seus ensinamentos. Uns seguem, outros não. Se o mundo está desse jeito, a ponto de eu ter que catar lixo e você alugar o corpo, a culpa é nossa, que não damos importância ao que ele ensinou. Veja, hoje é noite de Natal. Jesus renasce para quem?
— No meu coração ele renasce todos os dias. Gosto muito de orar, não faço mal a ninguém, ajudo a quem posso. Mas, sabe de uma coisa? Eu gostaria de poder falar com Jesus, assim como nós dois estamos conversando aqui.
— E o que diria a ele?
— Bem, eu perguntaria se ser prostituta é pecado. Já vi um padre dizer que sim, e ouvi outro falar que não. O que você acha?
— Acho que Deus é mais mãe do que pai. E lembro que Jesus disse um dia aos fariseus que as prostitutas iriam entrar no céu primeiro que eles.

Frei Betto é escritor, autor do romance “Um homem chamado Jesus” (Rocco), entre outros livros.
Do balaio do  kostocho

domingo, 25 de dezembro de 2011

CONFRATERNIZAÇÃO DO SINTE APODI










                          Virou tradição no final do ano as pessoas se reunirem para comemorar as festas natalina, encerrando todas as atividades  sindical, trabalho,  aulas etc. as famílias geralmente se reúne com amigos e parente para o tradicional jantar de confraternização,  foi assim que aconteceu com o SINTE de Apodi , já que também é considerado uma grande família não podia deixar de  fazer essa bela festa  que foi feita com um público estimado  em torno  de quatrocentas pessoas,  e com  presença de  vários   coordenadores do SINTE  estadual,  vieram  de  Natal para nos prestigiar:  Fátima Cardoso, José  Teixeira, Moaci o motorista;  de pau dos Ferros veio Milton Urbano e a Professora  Audaceia,  de Açu; Luiz Carlos e a Noiva ,  os discursos foram  todos  de agradecimento e desejo de paz e feliz Natal.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011




Será nesta sexta feira dia 23, a confraternização do Sinte regional de Apodi, estamos convidando todo socio(a) filiado(a) se fazerem presentene neste evento.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

DISCUSSÃO

Presidente da CDL de Apodi defende Projeto de Irrigação da Chapada do Apodi

APODI – O projeto de Irrigação do Perímetro Irrigado da Chapada do Apodi vem dividindo opiniões, por um lado algumas organizações não-governamentais ou instituições ligadas ao campo criticam o modelo e outras apóiam.
A maioria das instituições ou pessoas contrarias ao projeto são de fora e que não conhece bem as dificuldades enfrentadas pelo homem do campo apodiense. No município já se discute ate a realização de um plebiscito junto ao homem do campo que mora no território apodiense para opinar de forma democrática e consciente sobre a execução do projeto se realmente é viável para a Chapada ou não.   
Enquanto isso as opiniões vão se dividindo. O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Apodi, empresário, George Gurgel, diz que o projeto de Irrigação da Chapada do Apodi será a redenção econômica de Apodi e região. “Vejo nesse projeto mais emprego, mais investimentos e mais qualidade de vida para o povo”, comentou George Gurgel que representa mais de 130 empresários filiados a CDL apodiense.
As obras do Projeto de Irrigação custaram R$ 280 milhões, oriundos do Programa de Aceleração do Crescimento-PAC. O projeto conta com uma área de 5.200 hectares e irá gerar 15.600 empregos diretos.  
Os benefícios e os detalhes do Perímetro Irrigado de Santa Cruz do Apodi, no Rio Grande do Norte, já foram discutidos em Apodi com autoridades locais e a população do município durante reunião de engenheiros e técnicos do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), responsável pela implantação do projeto.
Outro dado importante do projeto, é que o Instituto Federal de Educação Tecnológica (IFRN) de Apodi vai formar 90 técnicos em Zootecnia, pessoal esse que poderá concorrer a 120 lotes, cada um com 16 hectares, o dobro do lote que será destinado aos agricultores familiares, que respondem por 85% dos beneficiados.
O município de Apodi conta com uma área de 1.602 quilômetros quadrados, sendo o segundo maior município do Rio Grande do Norte, ficando atrás apenas de Mossoró, que tem 2.099 km². É numa área desse tamanho que ficara encravado os 5.200 hectares do perímetro irrigado da Chapada do Apodi.
“Sou a favor do Projeto de Irrigação da Chapada do Apodi, porque vai trazer mais investimentos para o município, não tenho duvidas que será um grande projeto, quando as águas da Barragem de Santa Cruz chegar á Serra do Apodi, vamos ver nosso município se desenvolver cada vez mais, pois o povo apodiense tem coragem de trabalhar, só precisa de oportunidades”, comentou o empresário George Gurgel.

 

 Distribuição Física dos Lotes

Descrição
Número de Lotes
Área Individual (ha)
 Área Total (ha)
Pequeno Produtor
305
8
2.440
Técnico Agrícola
120
16
1.920
Eng. Agrônomo
25
24
600
Empresarial
5
48
240
TOTAL

5.200
         Fonte:Marcio Morais

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

"Quem critica, não conhece o Vale"


Valdir Julião - repórter

Pelo menos 11 organizações não-governamentais ou instituições ligadas ao campo criticam o modelo do projeto do Perímetro Irrigado da Chapada do Apodi, mas isso não é uma posição unânime entre os agricultores familiares da região do vale apodiense, inclusive colonos dos sete assentamentos rurais ali situados. Caso do ex-presidente da Cooperativa dos Agricultores Familiares do Apodi, José Ferreira Filho, o "Dedé", que vê nisso uma campanha política de alguns setores: "A maioria das críticas vem de pessoas que não conhecem o Vale. São de fora, de Natal, Caicó e da região Agreste e não imaginam como é nossa dificuldade aqui".
Emanuel AmaralO agricultor José Ferreira Filho diz que a irrigação do Vale do Apodi vai levar desenvolvimento para a áreaO agricultor José Ferreira Filho diz que a irrigação do Vale do Apodi vai levar desenvolvimento para a área

José Ferreira Filho disse que "muita gente tem receio de tomar posição", mas isso é uma coisa que ele diz ter aprendido no movimento cooperativista. "Perdi minha timidez e tenho posição para falar, como também respeito a posição dos outros", afirmou ele, achando que a colocação do Fórum do Campo Potiguar (Focampo) e outras ongs como Comissão Pastoral da Terra (CPT), Coopervida, CF 8 de Março e a própria Seapac "tem receio de perder espaços e recursos financeiros" com o crescimento da agricultura familiar: "Na hora em que um agricultor começar a produzir numa área de um, dois ou oito hectares, vai poder escolher sua própria assistência técnica".

Dono de um lote no Assentamento Vila Nova, onde vivem dez famílias em 13 hectares de terra cada uma, Ferreira Filho disse que a irrigação é a solução para a Chapada do Apodi, por isso ele afirma que não é contra o projeto que está para ser executado pelo Departamento Nacional de Obras contra Secas (Dnocs). "Aqui a maioria das pessoas sobrevivem da aposentadoria de um parente ou então vão trabalhar nas caieiras de calcário, como meu vizinho, para ganhar R$ 40,00 trabalhando três vezes por semana de 17 horas às 5 da manhã".

Para sobreviver com uma pequena criação de 15 cabeças de boi e 40 de caprinos, "Dedé" afirma que tem de se agüentar com águas salgada de poço profundo, porque a água para consumo humano é abastecida pelo programa de carro-pipa que é executado pelo Exército Brasileiro. Outra atividade dele é a apicultura - "tenho 41 caixas de abelhas, mas só 28 estão ativas", disse ele, que para garantir comida para os animais, armazena sorgo num silo. A mulher de "Dedé", dona Francisca Ceci Ferreira é presidente da Associação do Assentamento Vila Nova e disse que a proposta dos assentados, é no sentido de que além do bico de água que o projeto do Dnocs garante a eles, é que o Incra trabalhe para os colonos terem acesso ao kit de irrigação completo, "porque é muito caro". Ela também afirma que os assentamentos reivindicam o aumento de um para dois hectares o tamanho da áreas de irrigação prevista no projeto original.

Joel de Oliveira Medeiros todo dia anda quilômetros numa carroça puxada a cavalo para levar água em tambores plásticos para a sua criação de caprino. Segundo ele, a irrigação "é o único jeito para melhorar a vida" dos assentados, porque na Chapada do Apodi ou chove de mais ou de menos. "Em 2010 só colhi duas sacas de feijão e sete de milho nos atoleiros por causa das chuvas que foram fortes". Com a irrigação, explicou ele, será possível controlar água, principalmente durante o verão, para ter pelos menos duas colheitas no ano.

BISPOS

Quarta-feira passada,  a Igreja Católica divulgou posicionando contra o modelo do projeto do perímetro irrigado do Apodi, o clero diz que não é contra o uso das águas da Barragem de Santa Cruz para irrigação, mas ressalva que deve ser garantido o abastecimento humano de todas as comunidades rurais e urbanas da região.

Projeto não prejudicaria outras atividades

Com uma área de 1.602 quilômetros quadrados, Apodi é o segundo maior município do Rio Grande do Norte, ficando atrás apenas de Mossoró, que tem 2.099 km². É numa área desse tamanho que ficara encravado os 5.200 hectares do perímetro irrigado da Chapada do Apodi, mas que, segundo o secretário municipal de Agricultura, o médico veterinário Elton Silveira de Souza, em nada prejudica as outras atividades econômicas de Apodi, que "precisa desse investimento para se desenvolver", pois a sua população, acrescentou, "só aumentou 600 pessoas em dez anos", de acordo com o Censo de 2010 do IBGE.

Elton de Souza disse que o projeto do perímetro irrigado preserva e não toca nas áreas turísticas, como o Lajedo de Soledade, com suas inscrições rupestres, assim como garante a exploração das áreas petrolíferas e das culturas de sequeiros e de vazantes, com o arroz vermelho, das margens do rio Apodi, ficam longe da região de chapada, onde as pessoas que vivem no campo sobrevivem da extração da lenha e da cal provenientes das jazidas de calcário, além do caju produzido na Lagoa do Apodi.

"O projeto vem para somar", disse o secretário de Agricultura, para informar que Apodi sobrevive hoje, como a maioria dos municípios, basicamente dos recursos da previdência social e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Com a irrigação chegando, segundo ele, cerca de R$ 7 serão acrescidos à economia do município: "É outro volume de recursos equivalente às aposentadorias e ao FPM".

Para ele, o projeto do perímetro irrigado tem alguns "diferenciais", que garantem, por exemplo, o lote para os 154 proprietários que terão suas terras desapropriadas pelo governo federal. "Existem um 90 proprietários morando dentro de suas terras. A todos eles é garantido um lote, só não ficam se não quiserem".

Outro dado importante do projeto, aponta o secretário, é que o Instituto Federal de Educação Tecnológica (IFRN) de Apodi vai formar 90 técnicos em Zootecnia, pessoal esse que poderá concorrer a a 120 lotes, cada um com 16 hectares, o dobro do lote que será destinado aos agricultores familiares, que respondem por 85% dos beneficiados. "É preciso acabar com esse discurso de que o agricultor familiar não pode deixar de ser pequeno para ser um grande produtor".

Compra da produção seria garantida

Presidente da Associação do Distrito Irrigado do Baixo Açu, o empresário Guilherme Saldanha informou que "é preciso terminar com essa bobagem" de que empresários e pequenos agricultores não podem conviver juntos. Ele disse que o setor empresarial pode firmar parcerias com os agricultores familiares, garantindo a compra de insumos e , principalmente, dividir os custos da energia, "que são altos" e respondem por 60% das despesas.

Guilherme Saldanha disse que no Baixo Açu existem lotes isolados, também tem aqueles que tocam o negócio da agricultura irrigada em parceria com outros. Segundo ele, a primeira etapa do projeto tem 2.400 dos três mil hectares em uso. De um total de 11 empresas, oito estão em atividade, enquanto de 195 pequenos produtores, pelo menos 135 estão produzindo banana, mamão, feno e outras culturas.

POSIÇÃO

Saldanha admitiu que existe o interesse do Dnocs em tocar o resto do projeto, mas para isso, é necessária uma tomada de posição do governo, inclusive com relação aos lotes que estão sem produzir e que tem sido alvo de especulação imobiliária. "Existem corretores lá dentro", declarou ele, achando que o governo precisa reaver as terras e concedê-las a quem quer produzir.

O perímetro irrigado do Vale do Açu tem 197 lotes, a maioria, 156 é de 8,52 hectares somados a primeira e segunda etapas, enquanto 25 são de lotes empresariais, com área média de 145 hectares cada.
Fonte: Tribuna do norte

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Bispos do RN manifestam preocupação com projeto do DNOCS

Nesse projeto consta a desapropriação de mais de 13 mil hectares de terras na Chapada do Apodi.



Os bispos do Rio Grande do Norte, Dom Matias Patrício de Macêdo, Arcebispo de Natal; Dom Mariano Manzana, Bispo da Diocese de Mossoró; Dom Manoel Delson Pedreira da Cruz, Bispo de Caicó; e Dom Heitor de Araújo Sales, Arcebispo Emérito de Natal, emitiram nota manifestando a preocupação com projeto de irrigação do DNOCS - Departamento Nacional de Obras Contra a Seca - na região do Rio Grande do Norte chamada Chapada do Apodi.

Nesse projeto consta a desapropriação de mais de 13 mil hectares de terras, ocupadas atualmente por pequenos proprietários que desenvolvem a Agroecologia e da Agricultura Familiar.

Na nota, os bispos afirmam que, como pastores do Povo de Deus, que está sob o nosso cuidado pastoral, somos chamados a ser solidários aos agricultores/as familiares da Chapada do Apodi e a sensibilizar o Governo Federal para revogar o Decreto Nº 0-001 de 10 de Junho de 2011 e abrir diálogo na construção de novo projeto com os recursos já disponibilizados no PAC, que seja capaz de integrar a Chapada e Vale do Apodi visando fortalecer a agricultura familiar camponesa de base agroecologica, incluindo todos os assentamentos que estão nesta região".

Veja a nota:

Nota dos Bispos da Igreja Católica no Rio Grande do Norte sobre o Projeto de Irrigação do DNOCS para a Chapada do Apodi
A Igreja Católica no Rio Grande do Norte, ao tomar conhecimento do Projeto de irrigação que o DNOCS deseja implantar na Chapada do Apodi, amparado pelo Decreto Nº 0-001 de 10 de Junho de 2011, que torna de utilidade pública 13.855,13 hectares para fins de desapropriação, vem, através de seus Bispos, manifestar a sua preocupação acerca da implementação do referido Projeto.
Todos somos sabedores que, naquela região, se concentram as principais experiências de agroecologia e produção de alimentos da Agricultura Familiar Camponesa do nosso Estado. Essa realidade nos interpela para a consciência de se preservar o modo de viver destas comunidades, bem como a sadia qualidade de vida dessas famílias e do meio ambiente, sem interferir em suas práticas culturais e socioambientais.
Sabemos da grande importância do aproveitamento das águas da Barragem de Santa Cruz do Apodi, garantindo, em primeiro lugar, o abastecimento humano de todas as comunidades rurais e urbanas da região, como também na utilização para a produção de alimentos saudáveis, sem uso de agrotóxico, geração de emprego, renda, segurança e soberania alimentar para as famílias de agricultores/as familiares.
Após diálogo com as famílias na região, movimentos sociais, serviços e pastorais sociais da Igreja Católica, que há muitos anos atuam na Chapada do Apodi, compreendemos que a proposta de projeto defendida pelo DNCOS trará enormes prejuízos aos agricultores familiares ali residentes, pois terão de deixar suas casas e as terras, onde vivem há mais de um século, praticando agricultura baseada na agroecologia, para dar lugar a um grupo de empresas cujo modelo de produção baseia-se na monocultura e no uso intensivo de agrotóxico que, como sabemos, contamina a água, a terra e o ar, com consequências graves diretas na saúde das pessoas e no meio ambiente.
Lamentavelmente, ao alimentar esse padrão de desenvolvimento, o atual governo inviabiliza a justa prioridade que atribuiu ao combate à miséria em nosso país, tendo como eixo estruturante o crescimento econômico pela via da exportação de commodities. Esse padrão gera efeitos perversos que se alastram em cadeia sobre a nossa sociedade.

Na Chapada do Apodi, a expressão mais visível da implantação dessa lógica econômica é a expropriação das populações de seus meios e modos de vida, acentuando os níveis de degradação ambiental, da pobreza e da contínua dependência desse importante segmento da sociedade potiguar às políticas sociais compensatórias.
Não temos dúvidas de que esse modelo, aqui adotado desde o início de nossa formação histórica, ganhou forte impulso nas últimas décadas com o alinhamento dos seguidos governos aos projetos expansivos do capital. Materialmente, ele se ancora na expansão do hidro agronegócio e em grandes projetos de infraestrutura implantados para favorecer a extração e o escoamento de riquezas naturais para os mercados globais.
A Igreja Católica, à luz de sua doutrina social, entende que a implantação de um projeto desta magnitude não pode ser motivada por uma lógica meramente econômica e produtivista, que não leva em consideração a proteção da vida humana e da sociobiodiversidade. Não temos o direito de subordinar a agenda do bem viver das comunidades campesinas à agenda econômica do modo de produção e consumo vigente.
Neste momento, como pastores do Povo de Deus, que está sob o nosso cuidado pastoral, somos chamados a ser solidários aos agricultores/as familiares da Chapada do Apodi e a sensibilizar o Governo Federal para REVOGAR o Decreto Nº 0-001 de 10 de Junho de 2011 e abrir diálogo na construção de novo projeto com os recursos já disponibilizados no PAC, que seja capaz de integrar a Chapada e Vale do Apodi visando fortalecer a agricultura familiar camponesa de base agroecologica, incluindo todos os assentamentos que estão nesta região.
Por fim, pedimos que Nossa Senhora da Apresentação, a Senhora Santana e Santa Luzia, padroeiras de nossas dioceses, intercedam junto a Deus para iluminar nossos governantes, para que promovam o bem comum, a paz e a justiça socioambiental.
Natal-RN, 05 de dezembro de 2011
Dom Matias Patrício de Macedo
Arcebispo Metropolitano de Natal
Dom Mariano Manzana
Bispo de Mossoró
Dom Manoel Delson Pedreira da Cruz
Bispo de Caicó
Dom Heitor de Araújo Sales
Arcebispo Emérito de Natal
Presidente do Seapac
Fonte: nominuto.com

sábado, 3 de dezembro de 2011

Diap: Marco Maia (PT-RS), é o parlamentar mais influente

A lista dos dez parlamentares mais influentes do Congresso Nacional deste ano é marcada pelo surgimento de novos nomes e o retorno de caciques ofuscados em anos anteriores por escândalos. Segundo levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), é hoje o mais influente.

Ele é seguido pelo líder do governo na Casa, Cândido Vaccarezza (PT-SP), e pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Esse ranking foi definido por 65 parlamentares que foram escolhidos entre os 100 mais influentes do Congresso na avaliação do próprio Diap. Desse total votaram 43 deputados e 22 senadores. Marco Maia ficou no topo da lista com 42 votos, sendo 36 de deputados e 6 de senadores.

Vaccarezza retorna ao seleto grupo após ficar de fora no ano passado, ainda que na época ele já ocupasse a liderança. Sarney subiu uma posição em comparação ao ano passado, passando do 4º para o 3º lugar. Uma características comum a eles e a todos os demais escolhidos é o fato de estarem em postos de destaque no Congresso.

"Podemos perceber que na escolha dos parlamentares pesou a força institucional. Em razão do cargo que possuem, eles têm muita visibilidade. No caso do Marco Maia ele detém o poder de influir na agenda da Câmara e tem muito acesso ao governo e a meios de comunicação", ressaltou o coordenador da pesquisa, Antônio Augusto Queiroz, conhecido como Toninho.

A influência do cargo também é percebida com o surgimento de três estreantes na lista, parlamentares que assumiram postos-chave neste ano. Em 8º, 9º e 10º lugares estão, respectivamente, o líder do DEM no Senado, Demóstenes Torres (GO), e os líderes do PSDB e PT na Câmara Duarte Nogueira (SP) e Paulo Teixeira (SP). Empatado na 6ª posição com o líder do DEM na Câmara, ACM Neto (BA), aparece o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), que desde 2007 não constava da lista.

O desaparecimento do alagoano coincide com o período em que deixou o cargo de presidente do Senado após uma série de denúncias de irregulariedades. Fora do posto, ele submergiu, preferindo ficar longe dos holofotes e atuando apenas nos bastidores. A lista demonstra ainda certo equilíbro entre os representantes da base aliada do governo e da oposição. "É verdade que a oposição tem apenas três parlamentares na lista, mas devemos considerar a proporcionalidade do tamanho da bancada", explicou Toninho. O levantamento foi realizado entre os dias 26 de outubro e 1º de dezembro.

Os 10 mais

Presidente da Câmara

Marco Maia (PT-RS) - 42 votos

Líder do governo a Câmara

Cândido Vaccarezza (PT-SP) - 37 votos

Presidente do Senado

José Sarney (PMDB-AP) - 35 votos

Líder do PMDB na Câmara

Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) - 30 votos

Líder do governo no Senado

Romero Jucá (PMDB-RR) - 23 votos

Líder do DEM na Câmara

ACM Neto (BA) - 22 votos

Líder do PMDB no Senado

Renan Calheiros (AL) - 22 votos

Líder do DEM no Senado

Demóstenes Torres (GO) - 21 votos

Líder do PSDB na Câmara

Duarte Nogueira (SP) - 20 votos

Líder do PT na Câmara

Paulo Teixeira (PT-SP) - 20 votos
Fonte: Amigos do presidente

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011


TRT-RN concilia mais de R$ 1 milhão em processos da Datanorte


A juíza Maria Rita Manzarra realizou 28 audiências de conciliação, nesta quinta-feira (1), na Central de Apoio à Execução do TRT/RN, entre reclamantes, advogados e representantes da Companhia de Processamento de Dados do Rio Grande do Norte (Datanorte).
Na quarta-feira, o presidente da Datanorte, Marcos Antonio Pinto assinou Termo de Compromisso Judicial, comprometendo-se a repassar R$ 1 milhão, até o dia 14 de dezembro, para pagamento de dívidas trabalhistas.
Os primeiros reclamantes chegaram de madrugada ao TRT-RN. Os acordos foram fechados tomando por base o pagamento de 60% do valor da dívida, acrescidos de 10% de honorários advocatícios sindicais.
No caso de reclamantes preferenciais (idosos e doentes), a conciliação foi feita sobre 75% do valor da dívida, mais os 10% de honorários.
Ao todo, foram fechados 28 acordos individuais, que totalizaram R$ 1.046 mil.
Fonte: Ascom - TRT/21ª Região