sexta-feira, 13 de maio de 2016

O golpe é o autoritarismo, a covardia, a perversão política que quer se perpetuar a qualquer custo

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Foto: Tela de Hieronymus BOSCH (1450-1516). Cristo Carregando a Cruz

A cruz autoritária

por Marcia Tiburi, na Cult
Digamos que Cristo represente no quadro de Bosch a democracia.
Ele carrega a cruz que lhe foi posta nos ombros pelos que não suportam seu ideal de amor e justiça social para com os pobres, as mulheres, os excluídos em geral. Então ele vai ser crucificado porque assim decidiram esses homens da lei acima representados. Na imagem, os donos do poder fazem pensar no nosso momento brasileiro: deputados,  juízes,  jornalistas que respondem como sacerdotes da igreja midiática na grande missa negra que se tornou o jornal nacional e outros rituais de extermínio televisivo que incitam ao ódio como demônios disfarçados de gente de bem.
Perdoem-me se a interpretação soa forte demais, mas minha intenção é apenas fazer pensar. Nossos deputados, juízes e jornalistas parecem, no momento, “eunucos pelo reino de Deus”: poder e capital.
A cruz é o autoritarismo, a covardia, o estado de exceção, a maldade, a perversão política, a crueldade do poder que quer se perpetuar a qualquer custo. Nesse momento às custas da democracia. Esse poder é eunuco, mas também estuprador político de nossa presidenta – mulher – e também, por isso, estamos estarrecidos.
Em dias como hoje todos os que confiam na democracia, mesmo aqueles que são ateus, sentem-se meio Cristos carregando essa cruz.
Ao redor, esses homens que não representam ninguém, somente sua própria feiura, nos fazem pensar. Enquanto isso, manipulam a cruz, pensando que ninguém perceberá seu peso.
Os nomes dos personagens na imagem acima poderiam ser marcados como em uma foto de facebook. Mas não precisamos dizê-los.
Dizem que quando você pronuncia o nome do diabo ele aparece. E não seria bom ter companhias ainda piores nesse momento em que devemos  nos fortalecer para enfrentar 180 dias no deserto.
Lutemos pela ressurreição do corpo democrático. Quebremos essa cruz do golpe fortalecendo a democracia com amor, com esperança, com as redes socias e com as ruas.
O reino da democracia precisa ser construído por cada um junto com os mais próximos. Movimentos sociais são um bom lugar para estar nesse momento.
Blog o Cafzinho.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

A capitulação de Renan, o desespero da Globo e a desmoralização final do golpe

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O presidente do Senado, Renan Calheiros, nunca experimentou uma pressão tão grande da mídia.
A Globo botou um helicóptero para acompanhar o seu deslocamento de carro em Brasília.
Amigos meus no exterior, que acompanharam o noticiário pela internet ficaram chocados: "bizarro" é o que eles me dizem.
Ao cabo, a pressão, como era de se esperar, fez efeito, e Renan decidiu dar continuidade ao processo de impeachment, ignorando a anulação da votação do dia 17 assinada pelo novo presidente da Câmara, Waldir Maranhão.
De qualquer forma, a confusão serviu para desmoralizar ainda mais o golpe.
Era previsível que, diante do investimento gigantesco feito pelos golpistas em todo o tipo de ilegalidades, rasgando tantos capítulos da Constituição, desprezando o resultado de uma das maiores eleições do planeta, a pressão sobre Renan não medisse limites.
O golpe segue o seu curso ainda mais desfalcado. Além de baseado numa votação ilegal na Câmara, porque feita em cima de um relatório que, inconstitucionalmente, não aponta crime de responsabilidade, o impeachment segue adiante assentado sobre uma votação anulada.
Para completar o cenário de republica de bananas, ou melhor, de ditadura bananeira, um outro juiz, seguindo o modelo Sergio Moro, mandou realizar uma condução coercitiva do ex-ministro Guido Mantega, no curso da Operação Zelotes.
Condução coercitiva é uma babaquice autoritária, simples assim, porque só poderia ser feita se o cidadão se recusasse a comparecer voluntariamente perante as autoridades. Não é o caso de Guido Mantega.
O blogueiro Luis Nassif fala da aproximação de uma "noite de São Bartolomeu", referindo-se a um dos episódios mais traumáticos da história mundial, em que a monarquia francesa dispara uma repressão horrível sobre não-católicos.
Setores importantes do judiciário estão incorporando alegremente o espírito do golpe, assim como fizeram seus congêneres durante a ditadura no Brasil, e como aconteceu em outros países, em períodos de exceção. Um golpe de Estado pressupõe, necessariamente, uma grande cumplicidade entre magistrados, golpistas e forças repressivas, mancomunados todos contra os interesses populares.
Hoje foi divertido testemunhar o desespero dos sem voto, em especial dos jornalistas globais, ao constatarem a fragilidade ridícula de seu golpe.
Porque é isso o que caracteriza um golpe: a sua instabilidade. Como não é baseado no único processo que dá legitimidade a um governo, o sufrágio universal, ele será sempre instável, e terá necessidade de apelar à repressão, à mentira, à manipulação, para se sustentar.
A história, moça irônica, abre muitas portas para os golpistas, sinaliza caminhos, pelos quais eles se enveredam tolamente, sem saber que ao fim dele encontrão um espelho a refletir o seu próprio semblante monstruoso e desprezível.
Abaixo, nota divulgada há pouco pelo Senado.
***
No Portal do Senado.
Renan mantém processo de impeachment em andamento
Da Redação | 09/05/2016, 17h02 - ATUALIZADO EM 09/05/2016, 17h05
O presidente do Senado, Renan Calheiros, decidiu dar seguimento ao processo de impeachment no Senado. Ele classificou como "absolutamente intempestiva" e "brincadeira com a democracia" a decisão do presidente em exercício da Câmara, Waldir Maranhão, de anular a sessão em que foi aceita a admissibilidade do processo.
Ao anunciar sua decisão ao Plenário, Renan explicou que não poderia interferir nos discursos proferidos pelos deputados, antes da votação do dia 17 de abril. O anúncio de votos e a orientação partidária foram argumentos citados por Waldir Maranhão para anular a sessão.
Renan também rejeitou a alegação de que a decisão da Câmara pela admissibilidade não poderia ter sido encaminhada por ofício. Maranhão argumentou que o documento adequado seria uma resolução.
Com esses argumentos, Renan deixou de conhecer do ofício de Maranhão. Em seguida, ele deve ler o resultado do trabalho da Comissão Especial de Impeachment, que na semana passada aprovou por 15 votos a 5 parecer pela admissibilidade do processo.

sábado, 7 de maio de 2016

Dilma: vou ganhar no mérito e retomar o governo

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Comentário: Se voltar, Dilma, tem que reformular a comunicação do governo... Não falo de propaganda, falo de comunicação, de embate político, disputa de narrativas, diálogo constante com a sociedade. Falo de formar ministério com intelectuais preparados para a batalha de informação. Falo de uma diplomacia ousada, de troca de acordos com forças progressistas do mundo inteiro.
Voltar por voltar, para não enfrentar, para ficarmos nesse pesadelo midiático constante, com o país sob sabotagem da Globo e dos bandidos no parlamento e do judiciário, não adianta nada.
Tem que enfrentar a criminalização da política e não reforçá-la, tentando se salvar abraçando o senso comum fascista, como tantas vezes o governo tentou fazer.
***
No Blog do Planalto.
Quinta-feira, 5 de maio de 2016 às 12:03
À BBC, presidenta diz que se for afastada irá resistir e ganhar no mérito para retomar governo
Em entrevista à emissora britânica BBC News, publicada nesta quinta-feira (5), a presidenta Dilma Rousseff disse que se for afastada do cargo em decorrência do processo de impeachment irá resistir e batalhar para vencer na comprovação de que não cometeu crime de responsabilidade.
Dilma: “O que nós defendemos, o meu governo e todos os meus apoiadores, é que o processo de impeachment é ilegítimo e ilegal porque é baseado em uma farsa”. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
“Nós iremos continuar lutando para voltar ao governo. O que nós iremos fazer é resistir, resistir e resistir, e lutar para ganhar no mérito e retornar ao governo”, afirmou, voltando a apontar ilegalidade no processo.
“O que nós defendemos, o meu governo e todos os meus apoiadores, é que o processo de impeachment é ilegítimo e ilegal porque é baseado em uma farsa”, disse a presidente.
Na entrevista concedida à BBC, no Palácio do Planalto, Dilma Rousseff foi questionada sobre se não possuía conhecimento do esquema de corrupção na Petrobras. Na resposta, ela defendeu que as denúncias sejam investigadas.
“Não concordo que o Brasil seja diferente dos outros países no que se refere à existência de corrupção. É intríseco aos processos de corrupção se esconder por baixo de estruturas e de práticas aparentemente corretas. Elas tem que ser investigadas”, defendeu, voltando a afirmar que não teme as investigações.
“Eu aceito qualquer forma de investigação porque tenho certeza que sou inocente. Então, não será por conta de investigação [que não voltarei à Presidência]. Não há o menor problema. A mim, podem investigar”, afirmou.
A BBC também perguntou à presidenta se não é necessário lembrar aos que defendem o retorno da ditadura que esse não é um regime político ideal. Em resposta, ela lembrou sua prisão na década de 1970 pelo regime militar.
“Eu pessoalmente fiquei presa três anos e tinha uma espécie de ritual: você era preso, e neste período você era desconectado do mundo, você era torturado e enquanto achassem que era importante saber informações, eles mantinham a sua tortura. Muitas pessoas morreram. Não precisa viver aquele terror e aquela tragédia para aprender que a democracia é o lado certo da história”.


Do B.O Cafeziho

 cafezinho

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Instituto Lula ao Estadão: Documento da PGR tem erros factuais

São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou do segundo dia do Seminário da Aliança Progressista: Democracia e Justiça Social no Hotel Maksoud Plaza (Rosa/Agência Brasil)

Documento da PGR tem erros factuais
São Paulo, 4 de maior de 2016,
O Instituto Lula recebeu questionamentos do blog do Fausto Macedo do jornal Estado de S. Paulo, sobre trechos que citam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em documento da Procuradoria-Geral da República. O Instituto apontou, apenas nos trechos mencionados, sérios erros factuais na peça assinada por Rodrigo Janot.
Segue abaixo a troca de mensagens com a reportagem do Estado de S. Paulo:

PERGUNTA ESTADO DE S. PAULO:
O pedido diz respeito à petição na qual o Rodrigo Janot pede inclusão em investigação do presidente Lula, de ministros, senadores e deputados. Segundo documento do procurador-geral da República, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto cobrou 1% de propina sobre valores financiados pelo BNDES em obra da Andrade Gutierrez na Venezuela.
O fato, de acordo com a petição de Janot, foi relatado na delação premiada de Otávio Marques de Azevedo e Rogério Nora, ex-presidentes da Andrade.
Mando trecho:
"Otávio afirmou ainda que, durante o mandato do ex-presidente Lula, ele ajudou a empresa Andrade a conseguir um contrato na Venezuela. Outro executivo da Andrade, Flávio Machado, disse a Otávio que Vaccari também cobrou 1% de propina em relação aos valores financiados pelo BNDES naquela obra da Venezuela, que correspondia a cerca de 40% do valor total", aponta Janot. "Esses fatos também foram corroborados por Rogério Nora, então presidente da Construtora Andrade, inclusive em relação ao pagamento de 1% sobre os valores liberados pelo BNDES para financiamento da obra na Venezuela, para a qual o ex-presidente Lula concorreu diretamente."
No documento, o procurador afirma que Otávio Azevedo confirmou que a Andrade Gutierrez pagou a Lula 'mais de R$ 3 milhões a título de palestras no exterior'. O objetivo, segundo Otávio, seria aproximar a empresa de empresários de outros países.
"Contudo, após esses eventos, não foram fechados negócios pela Andrade nestes locais", informa a petição.
Este são os trechos que citam o presidente.

RESPOSTA DO INSTITUTO LULA
Os breves trechos mencionados pela reportagem do Blog do Fausto Macedo sobre a Andrade Gutierrez e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em documento assinado pelo procurador-geral Rodrigo Janot, mostram  omissões e erros factuais que não são recomendáveis em um documento da Procuradoria-Geral da República encaminhado ao Supremo Tribunal Federal.
A Andrade Gutierrez não pagou mais de três milhões ao ex-presidente em palestras no exterior, como mostram os dados bancários da empresa de palestras do ex-presidente já tornados públicos.  A PGR faz confusão entre o Instituto Lula, entidade sem fins lucrativos que não repassa qualquer recurso ao ex-presidente, e a L.I.L.S, empresa privada pela qual o ex-presidente ministra palestras. Matéria do próprio blog do Fausto Macedo, (que contém em si outros equívocos, e um título sensacionalista), aponta esse erro ao mostrar tabela de doações da Andrade Gutierrez para manutenção do Instituto Lula (1 milhão e 550 mil) e de pagamentos por cinco palestras que foram devidamente feitas, com nota e impostos recolhidos, pelas quais foram pagos, no total, cerca de dois milhões de reais. As palestras aconteceram no Brasil, Índia, Catar, Nigéria e Portugal, e informações sobre todas elas podem ser conferidas em relatório disponível na internet (Ver imagem em: http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/laudo-mostra-pagamento-a-lula-lancado-em-contabilidade-usada-pela-andrade-gutierrez-para-dar-propina/ e relatório de palestras em http://institutolula.org/uploads/relatoriopalestraslils20160323.pdf
Além disso, em outra informação omitida pela Procuradoria-Geral da República, o Jornal Nacional do dia 8 de abril informou sobre a delação premiada de executivos da Andrade Gutierrez que "Na delação, os executivos também foram questionados sobre pagamentos de palestras ao ex-presidente Lula por meio da empresa dele, a Lils. Eles negaram irregularidades e confirmaram pagamentos por cinco palestras. Segundo eles, as palestras foram efetivamente prestadas por Lula." (Fonte: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2016/04/executivos-da-andrade-dividem-delacao-em-seis-temas.html)
Sobre a Venezuela, há informações omitidas e distorcidas pela PGR. Otávio Azevedo disse em depoimento que o ex-presidente não teve "nada a ver"  com qualquer pedido referente ao financiamento na Venezuela. Segue transcrição do depoimento concedido ao juiz Marcelo Bretas e noticiado pelo Jornal Nacional em 16 de abril.
"Otávio Azevedo: A Andrade conversou com o presidente Lula, que pediu diretamente ao presidente Chávez para, na hora que ele fosse decidir, que ele olhasse também para o Brasil, parceiro, não sei o quê. E foi o que aconteceu. Mas não houve um pedido nem do presidente Lula nem posterior de nada a não ser um tempo depois.
Juiz: O senhor Luiz Inácio não atendeu a empresa...
Otávio Azevedo: Não
Juiz: A empresa ganhou o contrato.
Otávio Azevedo: Ganhou.
Juiz: Ninguém pediu nada.
Otávio Azevedo: Não. Não teve vínculo nenhum.
Juiz: Perfeito.
Otávio Azevedo: Mas um ano depois, algum tempo depois, apareceu o Vaccari fazendo então a pedida: ‘olha, vocês têm o acordo daquele 1%, então vocês devem pagar
1% sobre a parte brasileira’.
Juiz: Também dessa obra? Essa obra lá da Venezuela também deveria pagar?
Otávio Azevedo: Isso. Não sobre o total da obra, mas 1% sobre a parte financiada pelo governo brasileiro.
Juiz: Mas não ficou, não fez nenhuma referência a essa cobrança.
Otávio Azevedo: Não, não, não.
Juiz: Que o senhor Luiz Inácio Lula não tem nada a ver...
Otávio Azevedo: Não, não tem."
Fonte: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2016/04/ex-presidente-da-andrade-gutierrez-diz-que-propina-chegou-venezuela.html

Foi enviada na época da matéria a seguinte nota, que consta editada e com trechos suprimidos na matéria do Jornal Nacional:
"Luiz Inácio Lula da Silva não favoreceu nenhuma empresa nem intermediou negócio nenhum. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva atuou durante o seu mandato para promover o Brasil e suas empresas no exterior porque isso é um dever de um presidente da República e ajuda a gerar empregos no nosso país. E agiu sempre dentro da lei e a favor do Brasil.
Lula levou 84 missões empresariais brasileiras a países de todos os continentes, mais de dez missões por ano, promovendo contatos de alto nível de empresas brasileiras com autoridades estrangeiras e parceiros comerciais nos mais diversos setores.
O ex-presidente trabalhou fortemente, por exemplo, para que o Rio de Janeiro sediasse os jogos Olímpicos de 2016, evento que rende lucrativos contratos para as Organizações Globo, um conglomerado privado brasileiro. Lula fez isso por entender que é bom para o Rio de Janeiro, para o Brasil e a obrigação de um presidente da República, sem esperar qualquer reconhecimento ou mesmo tratamento justo das Organizações Globo por conta disso."
José Chrispiniano
Assessoria de Imprensa
Instituto Lula

domingo, 6 de setembro de 2015

Papa abre as portas do Vaticano para imigrantes


Pontífice conclamou paróquias, conventos e mosteiros europeus a fazerem o mesmo


CIDADE DO VATICANO - O Vaticano abrigará duas famílias de refugiados, anunciou o Papa Francisco neste domingo. O Pontíficie conclamou as paróquias católicas, conventos e mosteiros em toda a Europa a fazerem o mesmo.

O Papa citou Madre Teresa, freira albanesa conhecida por seu trabalho de ajuda a pessoas pobres na Índia.

- Que cada paróquia, cada comunidade religiosa, cada mosteiro, cada santuário na Europa sedie uma família, começando com a minha diocese de Roma - acrescentou o Pontífice.
Fonte Conv Afiada

domingo, 2 de agosto de 2015

Terrorismo contra o PT... Pode.

 

A direita ensandecida está esquecendo que os petistas são de carne e osso, têm sentimentos, têm consciência política e defendem um projeto que, apesar de tudo, tem um balanço positivo no Brasil, com repercussões mais que positivas nas quatro “pruvenças” do mundo, desde as mais humildes tribos africanas aos mais luxuosos salões americanos, asiáticos e europeus. A direita está saindo do campo da disputa política para a provocação, da provocação para a agressão, o confronto físico; da queda de braço, do cabo de guerra para o perigoso pantanal da guerra aberta. À base de fogo e de explosões. Prender petistas sem provas por práticas políticas que os outros partidos sempre fizeram e continuam fazendo e o fazem concomitantemente, é uma desculpa esfarrapada para criminalizar o partido, enfraquecer o governo e inviabilizar Lula como candidato em 2018. Só. Combater a corrupção ninguém quer, porque o outro lado está eivado dela e não se move uma palha contra, a ponto de investigador ter a cara de pau de dizer que não sabe o que significa a sigla “FHC”... É complicado, por não ser democrático, ver-se uma mídia inteirinha tomando partido contra um partido, contra um governo e até contra o País, quando isto interessa ao projeto de criminalizar, satanizar, acusar, caluniar, julgar, prender e riscar do mapa o PT. E o que é mais grave, ver-se a Justiça, o Poder Judiciário não só ser conivente com esta bandalheira, mas acima de tudo, fazer parte dela. Ver-se uma Polícia Federal se tornar polícia política e, ao contrário do que já é condenável quando as polícias políticas são defensoras dos governos, esta se dar ao luxo de conspirar e agir contra o governo por dentro do governo, à custa do governo, a serviço da oposição, com os mesmos fins com que sua banda podre agiu durante a ditadura. Manter um tesoureiro de partido preso porque recebeu dinheiro de uma empresa, legalizadamente, da mesma forma que a campanha adversária recebeu e recebeu um valor ainda maior. Para desespero desta direita enlouquecida o povo não aceita seu discurso explosivo, inflamado, porra-louca. Os petistas estão firmes com o partido, se organizam, debatem, mas se mantém nos limites da disputa política civilizada, dentro dos limites da legalidade. Ao invés de perder filiados, o PT os ganha. Novos filiados chegam aos milhares. Mas... nesta semana, jogaram uma bomba no Instituto Lula; não é a primeira vez que agridem fisicamente um espaço do PT. Duas sedes municipais já foram queimadas. São três atos de terrorismo físico, além do terrorismo midiático, jurídico, ideológico e político. Continuemos nas Notas Curtas:

Até quando?
Resta saber até onde, até quando, o partido, enquanto instituição vai aceitar ser agredido por terroristas e não encontrar abrigo nas instituições que cuidam da preservação e do respeito à lei, até quando o PT vai continuar dando a outra face e arranjando mais outra e mais outras e mais outras faces a apanhar. E... O que é mais difícil, até quando o PT, enquanto direção partidária vai conseguir segurar dois milhões de filiados e cinquenta milhões de simpatizantes. 

Dá para segurar?
Será que no meio dessa imensidade de gente, de corações, de mentes, de sentimentos, vai ser possível controlar o desejo de alguém revidar. E começar uma situação de instabilidade capaz de tirar a paz do País?

Querem a guerra?
Só que, cabe perguntar: não é isso mesmo que a direita está querendo? Particularmente, acho que sim. Mas tem muita gente que aceita a provocação e pode, a qualquer hora, perder a paciência e partir pro pau.

Pode aqui, pode ali
Isso é muito, mas muito ruim. Mas também é muito possível, porque se vai ficando provado que terrorismo contra o PT, pode. De repente, alguém – ou “alguéns” – pode se dar ao direito de pensar que contra os terroristas ou seus padrinhos, também pode.
Prosa &verso  C. Neto

terça-feira, 2 de junho de 2015

Duas pesquisas divulgadas na semana passada por Ibope e Vox Populi sobre como os brasileiros se sentem em relação ao futuro mostram como a grande mídia joga contra o país para desgastar o governo, ao privilegiar e exagerar no noticiário negativo.
Para 41% dos brasileiros, segundo o Ibope, a imprensa mostra a situação econômica do país mais negativa do que na realidade o cidadão percebe. "Isso revela que os níveis de contradição entre a realidade e o que a mídia publica chegaram a graus altíssimos", constata Laurindo Lalo Leal Filho, sociólogo, jornalista e professor da Escola de Comunicações e Artes da USP, em entrevista a Helder Lima, da Rede Brasil Atual.
Esta contradição apontada por Leal Filho pode ser explicada pelos números da "Pesquisa Brasileira de Mídia 2014", também do Ibope: 75% dos 18.312 entrevistados em 848 municípios nunca lê jornal e 85% nunca lê qualquer revista. Apenas 6% dos brasileiros leem jornais diariamente. Acrescento: é este noticiário, porém, que serve de matéria prima e alimenta os comentários das redes sociais nas novas plataformas da mídia eletrônica.
Na mesma linha, pesquisa nacional do Vox Populi sobre sentimentos e expectativas a respeito da economia  revela que a opinião pública vive um pesadelo. Quase metade da população estima uma inflação mensal superior a 20% até o final do ano e apenas 7% dos entrevistados sabem que hoje menos de dez indivíduos em cada cem estão desempregados, enquanto 38% imaginam que a proporção de brasileiros sem emprego já ultrapassa os 40%.
"A nova pesquisa mostra que a quase totalidade dos brasileiros depois de ser bombardeada durante tanto tempo com a noção de "crise", perdeu a capacidade de enxergar com realismo a situação da economia", analisa Marcos Coimbra, do Vox Populi, em artigo publicado na última edição da revista Carta Capital, sob o título "A crise e suas interpretações".
Na abertura do texto, Coimbra se pergunta: "Quanto mal uma mídia partidarizada pode causar a um País? Que prejuízos a irresponsabilidade dos veículos de comunicação traz à sociedade?"
E ele mesmo responde mais adiante: "Todos sabem quão importante é o papel das expectativas na vida econômica. Quando a maioria se convence de que as coisas não vão bem, seu comportamento tende a produzir aquilo que teme: a desaceleração da economia e a diminuição do investimento público. A "crise" é, em grande parte, provocada pelas expectativas".
Os números do Ibope confirmam o que diz Coimbra: enquanto os dados das pesquisas mais recentes indicam uma inflação anual em torno de 8%, uma em cada três das 2.002 pessoas ouvidas não sabe apontar corretamente quais são os atuais níveis. Para 19%, ela já estaria acima dos 12% ao ano.
"Há uma contradição entre a realidade e o que é pauta. Essa contradição se mantém há muito tempo, e agora num grau de distanciamento muito maior. E isso explica a percepção da sociedade e do cidadão revelada nesses números".
Como se estivessem participando juntos de um debate, os dois analistas chegam às mesmas conclusões sobre diferentes pesquisas, e Coimbra lembra um ponto importante: "Ninguém defende que a população seja mantida na ignorância em relação aos problemas enfrentados pela economia. Mas vemos outra coisa. A mídia hegemônica deseduca ao deformar a realidade e por nada fazer para seus leitores e espectadores desenvolverem uma visão realista e informada do País. Fabrica assustados para produzir insatisfeitos".
Em 1968, o ano do AI_5, o golpe dentro do golpe, Caetano Veloso já cantava em "Alegria, Alegria":

E vamos que vamos. Para onde?
Extraído do B. do Kotscho

domingo, 17 de maio de 2015

Fernando Lucena: “Rogério Marinho é o homem do Saco Preto e deveria usar tornozeleira eletrônica”

O vereador, Fernando Lucena responderá amanhã o deputado federal, Rogério Marinho que fez severas acusações ao PT na convenção do PSDB de Parnamirim, chegando ao ponto de dizer: “Eu, como deputado, não tenho problema em confrontar um petista e dizer que‘vocês roubaram o país”.
Lucena disse que Rogério Marinho antes de fazer criticar o PT e falar de corrupção deveria explicar porque o relatório da Comissão Especial de Investigação que apurou o Escândalo do Saco Preto da Urbana desapareceu do arquivo da Câmara Municipal de Natal quando ele foi presidente. Ele deveria usar tornozeleira eletrônica para o povo saber por onde ele está andando.
O vereador do PT disse que Rogério Marinho responde um processo no STF por super faturamento de um anexo que ele construiu na Câmara para colocar o nome do avô dele e hoje o prédio está caindo e interditado porque está rachado. ” se Rogério Marinho fizer um túnel em Alcaçuz para fugir, nenhum presidiário tem coragem de entrar” disse Lucena sobre o deputado Rogério Saco Preto como ele é conhecido.
“Na URBANA até os urubus do lixão conhecia as coisas de Rogério” finalizou o vereador
Do B. Primo.

sábado, 2 de maio de 2015

Globo centra fogo em Lula


De um lado, temos o exemplo do ex-presidente FHC, que viaja o mundo falando mal do Brasil.
Do mesmo lado, o exemplo do ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, que saiu do governo, abriu a Gávea Investimento e a vendeu ao JP Morgan. Ficou bilionário oferecendo todo o tipo de informação privilegiada que obteve enquanto foi governo.
De outro, o ex-presidente Lula, que usa o seu capital político para ampliar as exportações de serviços das empresas brasileiras, gerando empregos e renda para o país.
Quem é o bandido?
Para a Globo, é Lula.
A matéria da Época, o braço da Globo no mercado de revistas semanais, é um primor de mentira e manipulação.
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O primeiro parágrafo nos permite vislumbrar a aparência e o odor do chorume da reportagem como um todo:
“Quando entregou a faixa presidencial a sua pupila, Dilma Rousseff, em janeiro de 2011, o petista Luiz Inácio Lula da Silva deixou o Palácio do Planalto, mas não o poder. Saiu de Brasília com um capital político imenso, incomparável na história recente do Brasil. Manteve-se influente no PT, no governo e junto aos líderes da América Latina e da África – líderes, muitos deles tiranetes, que conhecera e seduzira em seus oito anos como presidente, a fim de, sobretudo, mover a caneta de seus respectivos governos em favor das empresas brasileiras. Mais especificamente, em favor das grandes empreiteiras do país, contratadas por esses mesmos governos estrangeiros para tocar obras bilionárias com dinheiro, na verdade, do Banco Nacional de Desenvolvimento, o BNDES, presidido até hoje pelo executivo Luciano Coutinho, apadrinhado de Lula.”
*
E dá-lhe infográficos, aqueles mesmos que nunca fizeram para a Operação Zelotes.
Uma liderança política não se esgota no cargo que ocupa. Claro que Lula se manteve “influente no PT, no governo e junto aos líderes da América Latina e da África”. Influência não é crime, sobretudo se ela nasce do sufrágio universal e do prestígio de ter realizado um bom governo.
Influência perniciosa é a da Globo, que nasce da ditadura.
Em seguida, a matéria fala em “tiranetes, que [Lula] conhecera e seduzira em seus oito anos como presidente.”
Afora o estilo Veja, grosseiro e preconceituoso, temos aqui um modelo maravilhoso de hipocrisia.
A Globo, antes de exportar novelas para um país, avalia se o líder político desse país é chamado de tiranete?
O primeiro mundo se tornou primeiro mundo não apenas fazendo acordos com “tiranetes”, mas ele mesmo implantando tiranias mundo à fora. Os Estados Unidos, por exemplo, fez isso aqui. Ajudou a instalar uma ditadura no Brasil, e daí ampliou seus negócios com o país.
No caso do Brasil, as empresas brasileiras estão tentando exportar para quem está interessado em comprar. Ponto.
Nos EUA, ex-presidentes que ajudam empresas americanas a ampliarem seus negócios no exterior são tratados com estadistas e patriotas.
Aqui, Lula é tratado como bandido.
Europa é fechada para nossas empresas, em virtude de suas rígidas (embora disfarçadas) políticas de reserva de mercado. Os EUA são mais abertos, mas a concorrência é imensa com as próprias companhias americanas. Mesmo assim, uma empreiteira brasileira – a mesma Odebrecht, que a Globo tenta criminalizar – está construindo o aeroporto de Miami.
Fechando o parágrafo, a mentira final, de que as obras são tocadas “com dinheiro do BNDES”.
Ora, o BNDES serve para quê? Para emprestar dinheiro às empresas brasileiras.
É empréstimo. O empresário pega e depois paga, com juros e correção monetária.
Uma das linhas mais avançadas do BNDES, em termos de incentivo ao desenvolvimento da nossa economia, é justamente o financiamento à exportação de serviços. O BNDES empresta e recebe de volta. É assim que o BNDES ganha dinheiro. A Globo está saudosa do tempo em que o BNDES era o seu banco privado? Ou melhor, seu sócio?
Do B. o Cafezinho.

terça-feira, 21 de abril de 2015

Fidel Castro vota em eleições municipais em Cuba


Aos 88 anos, Fidel Castro registrou seu voto para as eleições municipais em Cuba
Apesar do voto não ser obrigatório em Cuba, até mesmo o ex-ditador Fidel Castro, 88, participou das eleições municipais realizadas neste domingo (19).
De acordo com a imprensa estatal local, Fidel votou de sua residência, em Havana. Como prevê a legislação, um representante de sua zona eleitoral buscou o voto e o depositou em uma urna instalada na Plaza de la Revolución.

Pleito

As autoridades eleitorais cubanas divulgaram que mais de 6,4 milhões de pessoas votaram, o que representa cerca de 76% dos eleitores do país.
Os representantes escolhidos serão “delegados” que representam as regiões onde moram diante de problemas da comunidade local.
Eles fazem parte das chamadas Assembleias Municipais do Poder Popular.

Opositores

Dois opositores entraram na corrida eleitoral pela primeira vez em Cuba, apesar de terem admitido derrota nas urnas. Hildebrando Chaviano, de 65 anos, e Yuniel López, de 26, foram escolhidos em uma espécie de eleição primária para representar bairros da região da capital, Havana.
Apesar de os dois se definirem como opositores ao regime castrista, nenhum deles participa de qualquer espécie de grupo dissidente.
Blog do Primo

quarta-feira, 1 de abril de 2015


"Sete em cada dez jovens tendem a aceitar suborno em forma de presente _ Maioria dos profissionais de até 24 anos hesita em denunciar corrupção, indica pesquisa".
A manchete do R7 neste domingo, em matéria assinada pela colega Joyce Carla (ver íntegra no link), baseada em pesquisa da ICTS Protiviti, empresa de consultoria e serviços, é a meu ver a mais grave ameaça para o futuro do país, já assolado por tantos casos de corrupção e de sonegação de impostos, os grandes ralos do dinheiro público.
Acima de todas as outras, estamos vivendo uma profunda crise de caráter, de valores e de princípios. É inevitável associar esta preocupante pesquisa sobre o perfil ético dos jovens profissionais das corporações brasileiras com as denúncias divulgadas esta semana sobre a quadrilha que agia no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, o Carf, em que algumas das maiores empresas brasileiras criaram uma espécie de parceria público-privada para lesar o Tesouro Nacional em bilhões de reais, deixando no chinelo o que foi apurado até agora pela Operação Lava-Jato.
Os recursos das empresas contra autuações da Receita Federal eram julgados por servidores da Fazenda junto com representantes do sindicalismo patronal. "Nenhum outro país digno de menção tem um sistema semelhante", constata Elio Gaspari em seu artigo dominical na Folha.
Os números são assustadores, segundo os dados revelados pelo jornalista. "No Carf tramitam 105 mil processos com R$ 520 bilhões em autuações contestadas. A PF já achou 70 processos com desfechos suspeitos. Nove extinguiram cobranças que iam a R$ 6 bilhões. Se procurarem direito acharão cinco cobranças que valiam R$ 10 bilhões e viraram pó".
Entre as grandes empresas investigadas citadas em reportagem do Estadão, estão os bancos Bradesco (R$ 2,7 bilhões), Santander (R$ 3,3 bilhões), Safra (R$ 767 milhões), BankBoston (R$ 106 milhões) e Pactual, e mais Ford, Mitsubishi, BR Foods, Camargo Correa, Light e Petrobras. Segundo o jornal, o grupo RBS, afiliado da Rede Globo, está sendo investigado pelo pagamento de R$ 15 milhões para que sumisse do mapa um débito de R$ 150 milhões. São tantos milhões e bilhões desaparecidos nesta selva da terra de ninguém que a gente corre o risco de se perder.
A Operação Zelotes, deflagrada na quinta-feira, investiga os crimes de advocacia administrativa, tráfico de influência, corrupção, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Um estudo feito por procuradores da Fazenda Nacional, que já comentei aqui, estima que, em 2015, a sonegação de impostos deve bater na casa dos R$ 500 bilhões.  Se todos pagassem o que devem, em lugar de contratar bons advogados e pagar propinas, o governo federal certamente nem precisaria brigar tanto pelo seu pacote fiscal, que se destina mais a cortar gastos do que em aumentar a arrecadação.
Com estes exemplos vindos do andar de cima, não espanta a conclusão a que chegou Maurício Reggio, sócio-diretor do ICTS. "As pessoas estão acostumadas a pensar a corrupção como algo de fora, dos políticos, das autoridades. Não percebem as próprias atitudes. Com isso, têm um padrão para fora e não para si próprios". Dos 8.712 profissionais de 121 empresas pesquisadas, 82% admitiram aceitar atos antiéticos e 68% hesitam em denunciar casos de corrupção dos quais tomam conhecimento. Talvez muitos deles possam ser encontrados nas ruas e nas redes sociais nas manifestações contra a corrupção.
É esta desenfreada hipocrisia nacional que está minando os alicerces da nossa jovem democracia e colocando em risco o nosso futuro como Nação civilizada.
Vida que segue.
Do B. do Kotscho

segunda-feira, 23 de março de 2015

Atores, cineastas e músicos na lista do “suiçalão” do HSBC



Entre os 8.667 brasileiros que integravam a lista de correntistas secretos do HSBC da Suíça, em 2006/2007, há pelo menos 16 nomes da cultura nacional. Atores, atrizes, cineastas, músicos, escritores, publicitários e apresentadores de TV estão nas planilhas vazadas por um ex-funcionário do banco, informa o jornal O Globo.Um levantamento nas leis de fomento revela que muitos deles costumam receber verbas públicas para desenvolver suas atividades. Não se pode, porém, conectar o dinheiro captado aos recursos bancários na Suíça. Todas as personalidades citadas negam ter as contas. Pelas leis brasileiras, só comete crime quem não declara à Receita Federal e ao Banco Central possuir conta no exterior. Nomes da cultura nacional, ligados a música, TV, cinema e literatura, estão na lista dos 8.667 brasileiros que tinham contas numeradas - cujos donos são identificados apenas por um código - no HSBC da Suíça entre 2006 e 2007, segundo levantamento feito pelo Globo 

Há casos de personalidades que, nos últimos anos, por meio de leis de fomento à cultura, como a Lei Rouanet e o Fundo Nacional de Cultura, receberam recursos públicos para desenvolver atividades artísticas. Não é possível, porém, fazer conexão entre o dinheiro captado e os recursos que circularam nas contas bancárias na Suíça.
 Quatro membros da família de Jorge Amado constam dos arquivos extraídos da filial do banco em Genebra pelo ex-técnico de informática Hervé Falciani. Além do escritor, que morreu em 2001, aparecem na lista sua mulher Zélia Gattai, falecida em 2008, e os dois filhos: a editora gráfica Paloma e o escritor João Jorge. Segundo o HSBC, a conta da família na Suíça foi aberta seis meses antes da morte de Jorge e, em 2006/2007, estava zerada.

O cineasta Andrew Waddington, mais conhecido como Andrucha, também é listado como dono de uma conta numerada no banco suíço. Sócio da produtora Conspiração Filmes, ele aparece nos registros dividindo uma conta com seu irmão Ricardo Waddington, que hoje é diretor da TV Globo. Em 2006 e 2007, a conta dos dois não tinha saldo.

O também cineasta Hector Babenco surge com um registro de correntista aberto em abril de 1988 e fechado em junho de 1992.

Os atores Claudia Raia e Edson Celulari, que se separaram em 2010, são identificados como donos de uma conta conjunta que, em 2006/2007, guardava um total de US$ 135,7 mil.

LEI ROUANET E FUNDO NACIONAL DE CULTURA

O nome do ator Francisco Cuoco também aparece na lista do SwissLeaks. E ainda há mais duas atrizes nos arquivos do HSBC: Maitê Proença e Marília Pêra. A primeira consta como tendo aberto uma conta em Genebra em abril de 1990. Em 2006/2007, Maitê tinha US$ 585,2 mil em seu nome. Marília, por sua vez, aparece com um registro de abertura de conta em fevereiro de 1999. Em 2006/2007, ela dispunha de US$ 834 mil.

O apresentador Jô Soares é relacionado a quatro contas numeradas, abertas entre abril de 1988 e janeiro de 2003. Em 2006/2007, todas elas estavam zeradas. Nos documentos do banco, Jô surge associado a duas pessoas jurídicas: a Lequatre Foundation, de Liechtenstein, e a Orindale Trading, das Ilhas Virgens Britânicas. Os dois países são considerados paraísos fiscais.

Também constam na lista de brasileiros o músico Tom Jobim, que morreu em 1994. Ele dividiu uma conta com a mulher, Ana Lontra Jobim, que, por sua vez, ainda aparece como dona de outras duas contas. O publicitário Roberto Medina surge nos registros como correntista entre os anos 1990 e 2000. Em 2006/2007, a conta dele estava zerada.

Na lista, constam ainda nomes de celebridades cujas contas bancárias são de período anterior à sua condição de pessoa pública.

Com exceção de Jô Soares e Ricardo Waddington, os artistas e intelectuais listados nas planilhas do HSBC de Genebra desenvolveram ou participaram de trabalhos financiados, em parte, por dinheiro de fomento à cultura.

Claudia Raia, por meio da Raia Produções, captou, de 2009 a 2015, R$ 7,4 milhões via Lei Rouanet para os musicais "Pernas pro ar", "Charlie Chaplin" e "Raia 30 Anos". Edson Celulari, por meio da Cinelari Produções Artísticas, captou, de 1997 a 2012, R$ 2,6 milhões para as peças "D. Quixote de lugar nenhum", "Fim do jogo", "Nem um dia se passa sem notícias suas" e "Dom Juan".

A Conspiração Filmes, de Andrucha, captou R$ 13,4 milhões, conforme dados do Ministério da Cultura (MinC). O dinheiro foi liberado para projetos como "Taça do Mundo é Nossa Casseta & Planeta O Filme", "Matador" e "Eu Tu Eles".

Marília Pêra, através da Peramel Produções Artísticas, captou R$ 100 mil via Lei Rouanet para montar e divulgar a peça "A filha da...", que estreou em 2002 com a própria Marília em cena.

A HB Filmes, de Hector Babenco, captou R$ 16,2 milhões para trabalhos como o filme "Carandiru" e a peça de teatro "Hell".

Ainda segundo dados do MinC, a empresa Rock World, de Roberto Medina, captou R$ 13,6 milhões para o Rock in Rio 2013 e 2015.

A empresa M. Proença Produções Artísticas, de Maitê, captou R$ 966,9 mil via Lei Rouanet para as peças "Achadas e perdidas", "Isabel" e "À beira do abismo me cresceram asas".

O ator Francisco Cuoco já atuou em peça patrocinada em 2009 pela estatal Eletrobras ("Deus é química"). Em 2011, estrelou "Três homens baixos", com apoio da Lei Rouanet.

A Fundação Casa de Jorge Amado, que funciona em Salvador, conta com apoio do MinC. Segundo a assessoria da pasta, entre 2009 e 2012, recebeu do Fundo Nacional de Cultura R$ 477 mil e captou pela Lei Rouanet R$ 1,2 milhão.

Na mesma lei, a Fundação Tom Jobim captou R$ 1,7 milhão. O dinheiro foi usado em eventos como a exposição "Tom Jobim, música e natureza".

VALORES NO EXTERIOR PRECISAM SER DECLARADOS

De acordo com a legislação brasileira, enviar e manter dinheiro no exterior não é necessariamente um crime. Isso só acontece quando o contribuinte não declara à Receita Federal e ao Banco Central que mantém valores fora do país.

Nesse caso, o cidadão pode ser processado por evasão de divisas e por sonegação fiscal. Se tiver cometido outro crime anteriormente, também pode acabar respondendo por lavagem de dinheiro.

Por suspeitar da origem dos recursos depositados pelos correntistas do HSBC na Suíça, a Receita, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e a Polícia Federal já investigam o caso.

A suspeita se deve, sobretudo, ao fato de as contas de Genebra serem numeradas, e os clientes, identificados apenas por um código alfanumérico.

Desde 8 de fevereiro, o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), composto por 185 jornalistas de mais de 65 países, publica reportagens com base nas planilhas que foram vazadas em 2008 pelo ex-funcionário do banco Hervé Falciani. As informações são do Globo.
Bog do P. Lula

domingo, 1 de março de 2015

Publicado em 01/03/15 às 12h04

A marcha dos derrotados tucanos e seus sabujos

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Marcha da Família em São Paulo, no dia 19 de março de 1964 / Foto: Reprodução/Capa Correio da Manhã
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As "marchadeiras" estão de volta. Foi também num mês de março, 51 anos atrás, que as senhoras da UCF (União Cívica Feminina) e do MAF (Movimento de Arregimentação Feminina) saíram às ruas de São Paulo na "Marcha da Família com Deus pela Liberdade", a senha para o golpe de 1964 desencadeado apenas 12 dias depois, que jogaria o país numa ditadura militar por longos 21 anos.
Estava no centro da cidade neste dia 19 de março. Vi a elegante multidão, calculada em 500 mil pessoas, que saíra da praça da República, atravessando o Viaduto do Chá e marchando em direção à catedral na praça da Sé, gritando palavras de ordem e empunhando faixas contra a subversão e a corrupção: "Um, dois, três, Brizola no xadrez. Se tiver lugar, vai o Jango também". Jango era João Goulart, o presidente da República, e Leonel Brizola, seu cunhado e governador do Rio Grande do Sul, ambos gaúchos.
O objetivo era um só: derrubar o governo e vingar a derrota imposta aos paulistas em 1932, como registrou no dia seguinte a Folha de S. Paulo: "A disposição de São Paulo e de todos os recantos da pátria para defender a Constituição e os princípios democráticos, dentro do mesmo espírito que ditou a Revolução de 32, originou ontem o maior movimento cívico já observado em nosso Estado".
As mulheres foram na frente, acompanhadas pela criadagem das suas residências e funcionários das empresas dos maridos, dispensados do cartão de ponto naquele dia. Na retaguarda, sem dar as caras na rua, ficaram os mentores da conspiração armada pelo complexo empresarial-midiático-militar, com o apoio dos Estados Unidos, reunidos no Ipes (Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais) e Ibad (Instituto Brasileiro de Ação Democrática). O resto é história que hoje pode ser pesquisada no Google.
***
A função de um jornalista é contar o que está acontecendo nos dias atuais, sem brigar com os fatos, gostando ou não deles, mas para entende-los é preciso recuar no tempo e buscar as raízes das crises cíclicas vividas pela nossa jovem República, como esta de agora. É uma das poucas vantagens de se ficar velho nesta profissão.
Naqueles dias de 1964, quando tinha acabado de completar 16 anos, vivíamos o auge da Guerra Fria, com o mundo dividido ao meio entre o capitalismo dos Estados Unidos e o comunismo da União Soviética.
A Guerra Fria acabou junto com a União Soviética, as siglas Ipes, Ibad, UCF e MAF sumiram na poeira, a ditadura morreu de velhice e os militares estão nos quartéis, fora da cena política, cumprindo suas missões constitucionais, não há navios da esquadra americana rondando as costas brasileiras, acabamos de sair da sétima eleição presidencial consecutiva após a redemocratização do país, mas tem gente poderosa, principalmente na burguesia paulista, que ainda vive com o espírito de 1932 e 1964.
Só o que não mudou foram os barões da mídia, que continuam exatamente os mesmos, utilizando os mesmos métodos. Essa gente não esquece, não aprende e não perdoa. Se ontem o inimigo a ser abatido era Getúlio Vargas e, mais tarde, foram os seus herdeiros políticos Jango e Brizola, hoje são Lula e Dilma. Em lugar dos gaúchos, os inimigos são os nordestinos que votam no PT. Para combate-los, os udenistas que levaram Vargas ao suicídio, criaram vários partidos e acabou sobrando só o PSDB.
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No ano passado, sentiram que poderiam ganhar as eleições com Aécio Neves e varrer o PT do mapa. Ficaram muito animados, jogaram no tudo ou nada, e acabaram sendo derrotados pela quarta vez seguida. Perderam por pouco mais de três milhões de votos, mas não se conformaram, e logo começaram a falar em impeachment (até pediram um parecer a renomado jurista) e a promover pequenos protestos do "Fora Dilma", que fracassaram em público e renda.
Com o agravamento da crise política, econômica e ética enfrentada pelo governo petista, tendo como epicentro a Petrobras, que eles já combatiam desde a criação da empresa no último governo Vargas, sem que a presidente e o partido mostrem poder de reação, os derrotados de 2014 e seus sabujos resolveram organizar e jogar todas as suas fichas numa nova marcha programada para o próximo dia 15 de março.
Agora, a CUT e vários movimentos sociais resolveram também promover um ato em defesa da Petrobras, diante da sede da empresa em São Paulo, marcada para o dia 13. Só para lembrar: 13 de março de 1964 foi o dia do célebre Comício da Central do Brasil, no Rio de Janeiro, que marcou a guinada à esquerda de Jango e o início do fim do seu governo.
E adivinhem quem estava lá, ao lado do presidente, defendendo as reformas de base e a indústria nacional? José Serra. Sim, o próprio, que agora está do outro lado, muito animado com o ato do "Fora Dilma" do dia 15.
Como presidente da União Brasileira de Estudantes, o jovem Serra, aos 22 anos, fez um dos discursos mais radicais daquela noite. "A questão básica do meu discurso era a mobilização antigolpe, que tínhamos de nos mobilizar", lembraria ele, 50 anos depois, em entrevista à Folha.
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Reunidos em São Paulo na sexta-feira, os caciques do PSDB, liderados por Fernando Henrique Cardoso, com a participação do mesmo José Serra, anunciaram que defendem as manifestações pelo impeachment de Dilma, mas sem envolver o partido, e avisaram que não irão ao ato marcado para a avenida Paulista. "Quanto mais populares, mais fortes serão os protestos", justificou Aécio Neves, o presidenciável tucano derrotado.
Assim como os mentores da grande "Marcha da Família", os tucanos preferem ficar na moita e ver tudo da janela, sem suar a camisa. O que vier é lucro. A mobilização deve ficar por conta das lideranças anônimas nas redes sociais e da mídia aliada.
O clima radicalizado e cada vez mais agressivo dos dois lados, na cidade e no país, às vezes me faz lembrar os dias tumultuados que antecederam o golpe de 1964, mas é evidente que tudo mudou no Brasil e no mundo, tornando imprevisíveis o tamanho e as repercussões da marcha dos derrotados inconformados.
Está claro também que o ato mobilizará setores além do tucanato udenista e seus sabujos, dos mais variados partidos e tendências políticas, à esquerda e à direita, inclusive eleitores petistas que votaram em Dilma há apenas quatro meses, e se mostram descontentes com os rumos do governo no segundo mandato.
Basta dizer que hoje apenas um entre cada quatro brasileiros apoia o governo Dilma-2 (23% de ótimo e bom no último Datafolha), que também só tem o apoio garantido de um em cada quatro parlamentares na Câmara comandada pelo seu desafeto Eduardo Cunha.
Aconteça o que acontecer, não se deve esperar coisa boa nos dias seguintes, pois o que realmente move os organizadores deste ato, por tudo que já foi divulgado nas redes sociais, é o ódio ao PT e aos nordestinos, e a vingança contra as vitórias de Lula e Dilma nas últimas eleições presidenciais.
Só espero que a história não se repita, nem como farsa.
Vida que segue.
Balaio do Kostoch

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Lucena: “José Agripino era a reserva moral e se desmancha como castelo de areia”

Vereador afirma que senador do DEM trilha caminho idêntico ao de Demóstenes Torres e tende a ser cassado

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Lembra o senador Demóstenes Torres, do DEM de Goiás, que foi cassado em 2012 pelo Senado por quebra de decoro parlamentar por favorecer o bicheiro Carlos Cachoeira, ficando inelegível por oito anos? Pois bem, para o vereador petista Fernando Lucena, o senador potiguar José Agripino Maia (DEM) trilha o mesmo caminho. “Acho que o caminho de Agripino está parecido com o de Demóstenes, também tido à época como uma reserva moral da direita, mas que caiu como castelo de areia. Infelizmente é o que está acontecendo”, disse o vereador, ao falar com a reportagem de O Jornal de Hoje nesta manhã.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal a abertura de inquérito para investigar o senador José Agripino. O pedido tem por base a delação premiada do empresário George Olímpio, pivô do esquema de corrupção da inspeção veicular no Rio Grande do Norte. Conversas gravadas pelo empresário comprometeriam José Agripino, que teria solicitado e recebido mais de R$ 1 milhão em propina para ser lobista do esquema junto ao governo do DEM no Estado, a cargo da então correligionária do senador, a governadora Rosalba Ciarlini (DEM).
Para Lucena, é lamentável que o senador Agripino esteja envolvido em um escândalo como esse. “Você não aponte os defeitos dos outros com os dedos melados. Agripino era a reserva moral da direita e agora se desmancha como castelo de areia”, frisou o vereador, ao fazer referência à postura de Agripino de sempre atacar o governo federal, durante as gestões do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da atual presidente Dilma Rousseff.
Apesar da crítica, o vereador ressalta que o momento como um todo está sendo péssimo para classe política. Ele compara a atividade política com a do Poder Judiciário, destacando que os escândalos, embora existam em todos os poderes, ganham maior destaque na política. “Isso não é bom. É muito triste para a classe política, porque ela vem sofrendo muito. Os outros poderes, como o Judiciário, têm escândalos, mas não rendem na mídia, mas quando é político, fazem um carnaval. Hoje em dia, para ter vida pública decente e limpa, a pessoa nivela por baixo e não por cima”, frisou.
Conhecido como “metralhadora humana”, por criticar sem dó nem piedade as mazelas da administração pública e as incoerências políticas, Lucena mantém a posição de que a corrupção é uma praga. Ele defende a pena de morte para corrupto, por considerar ser crime que destrói a sociedade em massa e em cadeia. “O corrupto é mais criminoso que o estuprador. O estuprador estupra quatro mulheres e é preso, mas o corrupto mata a criança, tira curativo do hospital, é um câncer social, e fica impune. O corrupto está em todos os partidos. Ninguém venha dar uma de santinho. Tem bandido em todos os partidos. Se o PT tem, tem que ser punido. Se o PSDB e o DEM têm, a mesma coisa. O partido não pode ser culpado, porque é apenas quem elege; o instrumento da sociedade para ter representação”.
Prefeitura de Natal é omissa ao não cobrar  dívida milionária do Seturn
Presidente da CEI do SETURN, o vereador Fernando Lucena criticou a omissão da prefeitura de Natal quanto ao cumprimento de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Pelos termos do documento, assinado em 2008 por Carlos Eduardo, todas as frotas de ônibus deveriam ser adaptadas a pessoas com deficiência física, sob o risco de multa diária de R$ 10 mil reais. Pelos cálculos da Procuradoria da Câmara, a multa, atualizada, seria, hoje, de R$ 19 milhões, e deveria ser paga pelo Sindicato das Empresas de Transporte Coletivos do Rio Grande do Norte (SETURN).
“Em cima disso o prefeito baixou um decreto, de número 8.519, de 27 de agosto de 2008, com a regulamentação do TAC. E esse decreto não foi revogado. Como não houve o cumprimento, inclusive a entrega dos 20 micro-ônibus, o TAC está valendo e a Prefeitura não cobra ao SETURN a multa de R$ 19 milhões”, diz Lucena, afirmando que a CEI do SETURN está comprovando que a relação da entidade com a STTU “é promíscua e diria que totalmente afronta o cidadão natalense”, afirmou, defendendo que essa relação tem que ser revista.  Para ele, se não existisse a STTU, seria muito bom para Natal, porque é um órgão que não funciona e é omisso, fazendo apenas o que o SETURN determina.
“Nós vamos defender a apuração rigorosa disso. Vamos encaminhar ao Ministério Público”, afirmou o vereador, informando que a CEI chegará a termo em maio, quando o relatório deverá ser votado pelos vereadores. Entre as medidas que já se encontram prontas para ser encaminhadas por meio da CEI está a regulamentação do transporte público. “O empresário quer ganhar dinheiro, mas não pode ganhar de forma irregular”.
“Falta óleo de peroba na cara de pau de Rogério Marinho”
Lucena criticou o deputado federal Rogério Marinho (PSDB), por criticar o prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves, mas permitir que vereadores do PSDB apoiem a gestão municipal na Câmara de Vereadores. “O que falta para Rogério é óleo de peroba na cara de pau dele”, afirmou o vereador, afirmando que Rogério é da leva de políticos potiguares afeitos a sugar governos, debilitando-os, abandonando-os e traindo-os ao final. Foi assim com Micarla de Sousa na Prefeitura de Natal e Rosalba Ciarlini na gestão estadual. Ainda conforme Lucena, neste caso, o PSDB do tucano segue a mesma linha do PMDB de Henrique Alves e do PR do ex-deputado federal João Maia.
“Rogério critica o prefeito duramente, e seu partido apoia o prefeito na Câmara. A sociedade acompanha e o povo não tolera mais oportunismo e carreirismo. Chupa a laranja e joga o bagaço fora. Rogério Marinho tem que ter posicionamento. Como presidente estadual do PSDB ele fala mal do prefeito, mas o seu partido está na Câmara apoiando. Isso mostra falsidade ideológica do ponto de vista político”, analisou Lucena.
“Robinson vai surpreender na gestão assim como surpreendeu na eleição”
Ao avaliar os quase dois meses de gestão do governador Robinson Faria (PSD), Lucena afirmou que o governante estadual irá “surpreender na administração como surpreendeu nas eleições”. Para o petista, “Robinson vai fazer um grande governo, e já mostra isso com o pagamento em dia dos servidores, a retomada do Centro de Convenções, o pagamento do piso salarial dos professores”. Para o petista, enquanto em governos passados, neste momento havia greves, no atual governo isso não se dá justamente pela postura do novo governo de cumprir com a palavra. “Nos governos passados os professores já estavam em greve. Estamos vendo piso salarial dos professores sendo pago. Os professores veem diferentes governos. Robinson vai recuperar o Rio Grande do Norte”.
Apesar do otimismo, Lucena lembra que a situação do Estado é precária. “A situação do governo é de pegar cadáver na pedra do ITEP”, afirma. “Robinson está pegando o Estado na UTI”, comparou, criticando a sanha oposicionista que não deixa sequer o novo governo se estabelecer e já parte para críticas precipitadas e raivosas. “Já vi políticos fazendo pronunciamento cobrando do governo com menos 60 dias. É muito interessante. São os mesmos políticos que passaram 50 anos no governo e nunca cobraram. Era tudo calado, com eles tudo mamando. E agora coabram de Robinson que nem esquentou a cadeira ainda. Ninguém acredita. Acho que Robinson será um grande governador e se depender do PT vai fazer esse grande governo”. ?
“Estão tirando nomes da Lava Jato”
Sobre a operação Lava Jato, que investiga o Petrolão, Lucena acredita que estão retirando nomes de políticos envolvidos da denúncia. Entre os nomes retirados estariam o do atual presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o do ex-deputado federal Henrique Alves. A denúncia era para ter saído no início de fevereiro, mas até agora não saiu e está prevista para amanhã.
“Está atrasada. O procurador demorou demais. A lista foi anunciada e o Supremo tinha pedido informações. Seria entregue no dia 2 de fevereiro, no fim do mês, e não foi feito. Nós já sabemos que o presidente da Câmara foi retirado da denúncia. E outros que estão sendo retirados”, disse Lucena. “Estão tirando nome da lista. Tirando quem está com rabo preso, e colocando quem não está. Eu não confio”, frisou.
Fonte: Jornal de Hoje