segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Pesquisa mostra crescimento de municípios do interior do país

Os primeiros anos do século XXI foram de significativo avanço socioeconômico para o Brasil. No entanto, diferentemente do que ocorreu no passado, o foco principal do desenvolvimento agora está no interior do país. É o que confirma o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), elaborado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) para medir anualmente a eficiência de políticas públicas nos municípios.

Numa avaliação que vai de 0 a 1, o resultado do país subiu de 0,5954 em 2000 para 0,7129 em 2005. Um salto de quase 20%. A robustez da variação vem das pequenas cidades. Entre as 100 melhores do país, 82 têm menos de 300 mil habitantes. Apenas duas capitais aparecem na lista: Curitiba (PR) e Vitória (ES). Em 13 Estados a evolução é maior no conjunto de cidades do que nas capitais. Os dados foram avaliados por parlamentares da bancada petista na Câmara.
Para a deputada Maria do Carmo Lara (PT-MG) o desempenho diferenciado dos municípios menores se deve de maneira geral à melhoria econômica à qual o país vem experimentando no governo Lula. "Investimentos em infra-estrutura, programas de distribuição de renda, incentivo à produção industrial, fatores que contribuem para que haja essa melhora nos índices de desenvolvimento econômico e social dos municípios brasileiros", avaliou. A petista acredita que os grandes centros urbanos aparecem com um menor índice de crescimento em função dos problemas sociais das periferias, desafios que a maior parte dos pequenos municípios não enfrentam.
Na avaliação do deputado José Guimarães (PT-CE) já era esperado que os pequenos municípios apresentassem um crescimento econômico e social melhor em função das políticas sociais implantadas no governo Lula. "Antes todos os investimentos priorizavam os grandes centros urbanos. No governo Lula este cenário mudou. Hoje temos investimentos tanto nas grandes cidades quanto nos pequenos municípios o que justifica, portanto, o desempenho das pequenas cidades", afirmou.
Nordeste
Guimarães acredita que será necessária uma atenção especial aos municípios nordestinos, já que eles aparecem como os menos desenvolvidos na pesquisa da Firjan. "O Nordeste historicamente foi esquecido pelas políticas públicas. Muita coisa já melhorou, mas ainda precisamos de uma atenção especial. O governo precisa aumentar o volume de recursos do BNDES e do Banco do Nordeste para a região", cobrou. De acordo com a pesquisa, dos 500 piores municípios em índice desenvolvimento humano, 421 ficam na região Nordeste. Na lista dos 500 melhores, Sul e Sudeste lideram.
O deputado Pepe Vargas (PT-RS) avalia que também haverá uma melhora nos índices de desenvolvimento social e econômico nas grandes cidades nos próximos anos. "O governo tem aumentado significativamente os investimentos em infra-estrutura urbana e transferência de renda em todo o país. O problema das grandes cidades é que elas vivem um verdadeiro inchaço populacional, o que retarda o efeito dos investimentos. No entanto, esse cenário também deverá melhorar com o aumento dos volumes de investimentos", afirmou.

Das 100 melhores cidades do país, 87 são paulistas - e a capital não está entre elas. A cidade de São Paulo ocupa a 109ª posição no ranking nacional e é a 92ª colocada no Estado. Embora esteja entre as primeiras no ranking do Estado do Rio, a capital fluminense amarga a 157ª posição, atrás de Campo Grande (MS), Brasília (DF) e Belo Horizonte (MG), capitais que também não estão entre as 100 melhores.

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