A campanha nacional em defesa da implementação do piso salarial dos educadores lançada no último dia 22 de agosto pelo Conselho Nacional de Entidades da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) vai contar com o apoio da Central Única dos Trabalhadores. Em reunião realizada nesta segunda-feira (25), em São Paulo, os dirigentes da CNTE, da CUT e de outras categorias profissionais decidiram trabalhar juntos para garantir a implantação imediata do piso nacional para os professores da educação básica pública. |
O piso beneficiará cerca de 60% dos trabalhadores em educação, além de amenizar as disparidades existentes no país com relação ao salário dos educadores, cujas variações chegam a até 400%, conforme dados divulgados pelo Ministério da Educação.
Segundo o presidente da CNTE, Roberto Leão, "o centro dos ataques a este investimento na qualidade do ensino parte dos governos de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, o Triângulo das Bermudas do PSDB, que ameaçam entrar com uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) para impossibilitar a implementação do Piso". Leão denunciou que "é uma opção política de quem quer manter uma escola pobre para pobre, de quem acha que o problema é de gerenciamento e não de investimento".
O presidente nacional da CUT, Artuir Henrique, disse "nos discursos de todos os partidos a educação é sempre prioridade, mas agora que conquistamos o Piso Salarial dos Professores, os governos do PSDB tentam impedir sua realização. Vamos mobilizar as CUTs estaduais e os Ramos a fim de assegurar o cumprimento dessa lei, que aponta para a valorização da escola pública", declarou .
A presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), Maria Izabel Azevedo Noronha (Bebel), assinalou que este é um momento privilegiado para confrontarmos projetos educacionais distintos, deixando claro quem tem compromisso com o ensino público de qualidade e quem atenta contra ele para beneficiar o ensino pago. Na avaliação de Bebel, o período reservado pelo Piso para a atividade extraclasse vai impactar positivamente na melhora das condições de trabalho do professor e, conseqüentemente, na qualidade das aulas ministradas. No caso de São Paulo, lembrou, atualmente, o professor que tem jornada de 40 horas cumpre 33 em sala de aula e sete em atividade extraclasse, o que representa 17,5% da totalidade das aulas. Pela nova proposta aprovada, o professor com jornada de 40 horas cumpriria 27 horas em sala de aula e treze – um terço da jornada – em atividades extraclasse.
A CNTE recebe adesões de outras entidades. A defesa do Piso também será uma das bandeiras de mobilização da 5ª Plenária da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam), que será realizada em Brasília de 28 a 30 de agosto.
28/08/2008
Nenhum comentário:
Postar um comentário