domingo, 19 de abril de 2009

Querem mesmo matar Fernando
Henrique Cardoso do coração

Do que mais se gabava o "príncipe dos sociólogos" era do fato de falar vários idiomas, podendo se destacar por isso nos fóruns internacionais. Não conseguiu. Mas tinha um consolo. O Brasil iria sentir saudades dele, pois Lula seria um desastre por mal saber falar o português. Lá fora, então, seria caótico. A realidade mostrou exatamente o contrário. FHC não conseguiu nenhum destaque internacional por ter um governo medíocre e submisso e, o que mais lhe dói, Lula, sem diplomas que não o de presidente, consegue ser destaque internacional cada vez que dá uma declaração ou cada vez que a imprensa mundial e agora as outras lideranças políticas falam sobre ele. Matéria da revista inglesa "The Economist" publicada na semana passada reconhece o equívoco de um dos principais pilares do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB): a venda indiscriminada de empresas e bancos estatais. No texto, a publicação afirma que até há pouco tempo no Brasil acreditava-se que um dos fatores prejudiciais à economia brasileira seria a influência estatal no setor financeiro. Segundo a revista, entretanto, esse controle estatal é o que dá hoje ao país uma situação favorável perante os demais países e, diante da crise mundial, confere uma "situação favorável incomum ao Brasil". A matéria se refere à manutenção da gestão estatal, por parte do governo Luiz Inácio Lula da Silva, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), instituições financeiras líderes de empréstimos para empresas e que FHC tentou, sem sucesso, privatizar. "Outros países estão tentando descobrir como alavancar bancos e direcionar o crédito para as necessidades identificadas. Isso é algo que o Brasil faz, inclusive quando não era 'moda'. Nos bancos privados, as exigências de depósitos e garantias para financiamentos os impediram de correr os riscos financeiros que acabaram por derrubar bancos na Europa e nos Estados Unidos. Até agora, o crédito do Brasil foi 'mordiscado', mas não 'triturado'", destacou o texto. A matéria também sustenta que, na comparação com seu passado recente e na comparação com outros países, a economia do Brasil está em boa forma. "O FMI prevê que somente os países em desenvolvimento na Ásia, África e Oriente Médio terão melhores resultados neste ano de 2009. Em comparação com o contexto anterior, no qual o Brasil sofria uma parada cardíaca a cada estresse de outras economias, isso é impressionante", diz o texto.
Crispimiano Neto-Prosa&Verso

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