quinta-feira, 4 de março de 2010

Alunos temem perder horários de lazer

Estudantes da rede estadual receiam que aulas canceladas pela greve sejam repostas em horários extras e sábados
Francisco Francerle
Estudantes da rede estadual de ensino demonstravam ontem insatisfação com a greve deflagrada pelos professores logo no início do ano letivo. O receio da reposição da aulas em um horário extra ou em outro turno e até nos sábados, tendo que abdicar de momentos de lazer do próximo verão, tem preocupado os estudantes. Ontem mesmo, três dias após o início do movimento, muitos foram às escolas na esperança de assistir aulas. Em alguns estabelecimentos, mesmo sendo comunicados da paralisação dos professores, eles permaneceram nos corredores e na frente da escola, como se não acreditassem na greve.


Muitos jovens foram à escola Edgar Barbosa, no bairro de Lagoa Nova, mas perderam a viagem Foto: Carlos Santos/DN/D.A Press
Na Escola Estadual Edgar Barbosa, no bairro de Lagoa Nova, de um total de 20 professores, pelo menos 15 paralisaram as atividades. Os alunos estavam inconformados porque, segundo informou a aluna do 2º ano do Ensino Médio Daniela Silva Santiago, 15, os professores avisaram que só paralisariam as aulas somente a partir de sexta-feira, após a segunda assembleia da categoria. "Ontem, porém, ao chegar na escola, nós fomos surpreendidos com a adesão de praticamente todos os professores", disse ela.

Preocupada também com a greve, a aluna do 2º ano do Ensino Médio, Thaunay Bernardo, 15, ressalta que o medo dos alunos atualmente é que o movimento contribua para o fechamento definitivo do único turno que ainda funciona na escola. "Já fecharam os turnos noturno e vespertino e a greve poderá levar muitos pais a retirar os alunos da escola", lamentou ela. Residente no bairro de Gramoré, na Zona Norte, ela disse que diariamente acorda às 5 da manhã para poder vir à aula, porque não quer atrasar seus estudos. Essa também é a preocupação de Luana Cabral de Oliveira, 17, aluna do 3º ano. Residente no bairro de Nova Natal, ela está indignada porque a greve vai atrapalhar a preparação para o vestibular da UFRN que

Já na Régulo Tinôco houve atividades normais ontem no turno da manhã Foto: Carlos Santos/DN/D.A Press
Professores reticentes

Já na Escola Estadual Régulo Tinoco, a situação é diferente. Até ontem os professores do turno da manhã não tinham aderido ao movimento. O professor de geografia José Roberto Mota disse que esperava a consolidação movimento para aderir, tendo em vista que está no período de estágio probatório.

A exemplo da Escola Estadual Edgar Barbosa, a Régulo Tinoco é situada no bairro de Lagoa Nova, de classe média, o que torna a greve ainda mais prejudicial aos alunos. A maioria vem de bairros de periferia e até de muncípios vizinhos, como é o caso da aluna do 8º ano Katley Firmino de Medeiros, 13 anos, que reside em Parnamirim. "Estudo aqui porque gosto do colégio, mas por conta de greve já perdi um ano e não quero perder outro", reclamou ela, ressaltando que espera que haja logo uma definição para não ter que gastar diariamente R$ 5,60 de passagens para assistir apenas uma ou duas aulas.

Outro que também reside muito distante da escola é Leonardo Balduíno, 15, aluno do 8º ano, que diariamente vem da praia de Pirangi, em Parnamirim. "Temo que vamos perder o verão do próximo ano porque, devido à reposição da aulas, eles acrescentam um sexto horário, aulas nos sábados e normalmente vão até o final de janeiro. Como nossa férias são no verão temos que desistir de todo lazer que a estação proporciona aos jovens",
Fonte D.Natal

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