O governo federal declarou a anistia ao educador Paulo Freire e pediu desculpas, publicamente, às ofensas cometidas contra o educador. O processo foi julgado ontem pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, durante o Fórum Mundial de Educação Profissional e Tecnológica, em Brasília.
O julgamento do processo, requerido pela viúva Ana Maria Freire, em 2007, foi marcado pela emoção. Para relator do processo, Edson Cláudio Pistori, a perseguição a Paulo Freire pela ditadura se traduz no impedimento à alfabetização de milhares de cidadãos e, principalmente, à conscientização de cada um deles sobre a própria condição social. “Esse pedido de perdão se estende a cada brasileiro que, ainda hoje, não sabe ler sua própria língua”, disse Pistori.
Ele sugeriu, além do pedido de desculpas formal, que seja paga uma indenização no valor de 480 salários mínimos – quantia que será limitada ao teto legal de R$ 100 mil – para a viúva do educador, Ana Maria Araújo Freire.
Ana Maria acompanhou toda a cerimônia de julgamento. “Paulo pensou muitas vezes que seria justo este reconhecimento. Ele foi considerado subversivo e acusado de comunista e fascista ao mesmo tempo. Foi, muitas vezes, humilhado pelo pecado de querer alfabetizar e conscientizar as pessoas”, disse a viúva.
Paulo Freire nasceu em Recife, em 1921, e morreu em São Paulo, em 1997. Ficou conhecido pelo empenho em ensinar os mais pobres e se tornou uma inspiração para gerações de professores.
Diario de Natal
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