sábado, 21 de novembro de 2009

A cena foi chocante!

Ângela Café, responsável pelas políticas públicas em defesa da mulher e da igualdade racial em Minas Gerais, escreveu um artigo sobre cenas de racismo na novela das oito, que está circulando na internet. Esta nos chama a uma reflexão: Em plena semana da consciência negra, a emissora Rede Globo exibe em horário nobre uma mulher negra sendo humilhada por uma mulher branca. Ajoelhada, a personagem Helena (Thaís de Araújo), que representa uma mulher negra que já batalhou muito para chegar à condição de uma modelo internacional e de renome, pede perdão para a personagem Tereza, mulher branca, rica e racista interpretada por Lilian Cabral. Além de se colocar ajoelhada aos pés de Tereza, sob um olhar de ódio, racismo e desprezo, a negra Helena ainda leva uma bofetada no rosto. Tudo isso por um crime que Helena não cometeu. O que houve foi uma fatalidade, um acidente com a filha da personagem Tereza, que insistentemente culpa Helena. E o pior é que a novela ainda vai expor essa mulher negra há muita humilhação e situação degradante. A Rede Globo é assim: coloca uma mulher negra como protagonista, mas por que e para quê? Quem não se lembra da outra novela da Rede Globo que também tinha a atriz Thaís de Araújo como protagonista? Qual era mesmo o nome da novela? A Cor do Pecado! Este era o nome da novela que trazia a mulher negra como personagem principal, um nome que remete a cor negra ao termo pejorativo, iníquo e impudico, correspondendo a atos errados, incertos e duvidosos. O que podemos perceber com esse comportamento da Rede Globo? Acredito que a intenção é continuar a condicionar o povo negro e em especial a mulher negra num campo inferior na sociedade, abaixo dos brancos, assim como a personagem Helena ficou quando estava ajoelhada aos pés de Tereza. É isso que querem dizer, que esse é o lugar do negro. É deprimente assistirmos a tudo isso em horário nobre na semana da consciência negra. De fato, a cena foi chocante.
Marinheiro sóA família de Caetano Veloso o reprovou por suas críticas ao presidente Lula. A mãe de Caetano, Dona Canô, 102 anos, chegou a afirmar que telefonaria ao presidente para dizer que a opinião do filho não reflete o pensamento da família. Desistiu ao saber que ele estava na Europa. "Caetano não tinha que dizer aquilo. Vota em Lula se quiser, não precisa ofender nem procurar confusão", disse. Irmão do cantor, o secretário de Cultura de Santo Amaro (no Recôncavo Baiano), Rodrigo Veloso, também ficou incomodado e fez um pedido público de desculpa a Lula. "O que precisa ficar claro é que as opiniões de Caetano são de Caetano, não da família Veloso, muito menos da nossa mãe". De acordo com O Globo, Lula telefonou na terça-feira à noite para Dona Canô e disse para ela não se preocupar e que, por ele, "estava tudo bem", segundo relato de Rodrigo. "O presidente disse que esperava dar um abraço nela na visita que fará a Salvador", informou.As cotas valemO Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, em julgamento de ação direta de inconstitucionalidade, sustentou que a que a lei estadual (5.346/2008) que institui o sistema de cotas para ingresso nas universidades estaduais terá continuidade, é perfeitamente constitucional e "não fere o princípio da igualdade". O parecer do desembargador Sérgio Cavalieri, pela constitucionalidade das cotas, foi aprovado por 14 votos a favor, cinco contra e com um voto pela inconstitucionalidade parcial.Viva as cotasCom um prazo de validade de 10 anos, a lei das cotas, aprovada pela Assembleia Legislativa, entrou em vigor em dezembro de 2008 para beneficiar estudantes carentes negros, indígenas, alunos da rede pública de ensino, portadores de deficiência física, filhos de policiais civis, de militares, de bombeiros e inspetores de segurança e administração penitenciária incapacitados em razão do serviço.Tratar desigualmente os desiguaisEm sua última sessão antes da aposentadoria, o desembargador Cavalieri argumentou que "a afirmação de que a política de cotas fomentaria a separação racial" é "simplista". Pois, "a igualdade só pode ser verificada entre pessoas que se encontram em situação semelhante. Há grupos minoritários e hipossuficientes que precisam de tratamento especial. Se assim não for, o princípio da isonomia vai ser uma fantasia", disse.
Prosa&Verso:C. Neto

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