Existe uma lei neste país que todo mundo de bom senso é favorável. Especialmente eu que não bebo. É o uso do bafômetro para constatar quem está dirigindo alcoolizado e punir exemplarmente qualquer irresponsável que depois de ter ingerido droga etílica se atreva a dirigir pondo a sua a vida dos outros em risco. Como imaginar, porém, que alguma autoridade responsável pela execução desta simpática possa transformar isso numa safadeza? Em corrupção das mais reles. Na última quarta-feira, aconteceu no Posto da Polícia Rodoviária Federal, em Lajes, uma coisa que ninguém no mundo poderia imaginar. Um guarda parou dois cidadãos e os levou a fazer o Teste do Bafômetro. Nem um dos dois bebe. Mas o teste deu 20. Depois de muita discussão com ameaça de multa e prisão, os dois motoristas argumentavam que o bafômetro só poderia estar com defeito, pois do contrário não tinha como dar aquele resultado. O policial, tentando provar que o teste era válido resolveu fazer o teste com ele próprio, tendo conseguido um "zero" como resultado. Acontece que um dos motoristas viu que antes de soprar o policial havia mexido no bafômetro e exigiu que o este fosse feito novamente sem que ele mexesse mais no equipamento. Resultado dos dois novos testes "zero" e zero". Quer dizer, o guarda queria bola. Isso é um absurdo e nós não podemos calar, pois a desmoralização da Lei do Bafômetro e da Polícia Rodoviária federal, com certeza custará muitas vidas... De tudo que pesquise sobre corrupção no Brasil só encontrei algo mais nojento que este gesto deste policial federal. Diga-se com ênfase que não merece vestir a farda da corporação. Foi no livro "Eu e o Governador", de Adelaide Carraro. A denúncia de que no sanatório de São Paulo, num tempo em que a tuberculose era tão perigosa a Aids hoje. Num tempo em que o preconceito era duríssimo contra os tuberculosos e não cessava quando os cidadãos se curavam e viraram ex-tuberculosos. A maioria deles não arranjava mais emprego nem eram aceitos de volta ao lar da família. Ficavam morando nas ruas de São e morriam nas sarjetas de fome e frio. Portanto, quando um tuberculoso pobre estava perto da cura entrava em pânico, pois se recebesse alta, estava praticamente condenado à morte. Então criou-se um mercado sujo de venda de escarro contaminado com Bacilo do Koch para vender aos doentes próximos da cura. A única tão vil e cretina quanto isso, é fraudar um teste de bafômetro para receber propina. Com uma diferença, a de que a canalhice do escarro eu soube num livro de ficção e pode estar baseada na realidade ou não. Já a bandidagem do guarda rodoviário fraudando o bafômetro é verdade e estou pronto para afirmar porque tenho uma testemunha dentro da minha casa. A Polícia Rodoviária Federal que merece nosso maior respeito não pode deixar de investigar isso, pois ninguém tem o direito de desmoralizar uma lei fantástica como esta que salva vida e leva a paz ao trânsito.
Pros&verso C.Neto
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