Uma das propostas do governo federal para reduzir as emissões de gases de efeito estufa é fazer com que em oito anos as siderúrgicas passem a usar carvão vegetal de reflorestamento feito pelas próprias empresas. A ideia é convencer o setor das vantagens do chamado "aço verde", de acordo com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.
Para estimular o setor siderúrgico a operar nesse modelo seria firmado um acordo para concessão de incentivos ao setor, sem a necessidade de leis, de acordo com a avaliação de ministros. O selo “aço verde” poderia representar inclusive um diferencial de competitividade no exterior, segundo Dilma.
“Seria muito mais no sentido de criar incentivos financeiros, incentivos de todas as formas, inclusive essa percepção de que [o produto] é competitivo lá fora. Um aço carimbado de verde tem outra característica”, afirmou Dilma.
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, citou como exemplo o caso da Moratória da Soja para mostrar a viabilidade de um acordo com o setor de siderurgia. Com a moratória, assinada em 2007 e renovada duas vezes, as empresas se comprometeram a não comprar soja produzida em áreas desmatadas.
Segundo Minc, o compromisso tem dado bons resultados e isso também pode acontecer com o setor siderúrgico sem necessidade de leis. “Estamos muito avançados com a siderurgia para fechar um acordo de que em aproximadamente oito anos eles plantem todas as árvores que precisam para o carvão vegetal. Um acordo sem necessidade de lei”, disse Minc.
Os ministros falaram à imprensa após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tratar da proposta brasileira a ser levada para a Conferência da Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15), que ocorrerá em Copenhage, Dinamarca, em dezembro.
Além do setor siderúrgico, devem ser tomadas medidas nas áreas de energia, agropecuária e redução do desmatamento da Amazônia e de outros biomas para reduzir as emissões nacionais de gases do efeito estufa.
Agência Brasil
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