A vitória de Gorete Pinto (PMDB) em Apodi escreve uma nova página na história política do município. A partir de 1ª de janeiro de 2009, será a primeira mulher, eleita pelo voto, a ocupar a Prefeitura. Ao mesmo tempo, quebra uma seqüência de duas décadas de hegemonia exercida pelo prefeito José Pinheiro Bezerra. A ascensão da mulher certamente decretará o fim da carreira política de Pinheiro. Nenhum exagero. O próprio prefeito já havia anunciado a despedida para 31 de dezembro. O que mudou, com o resultado das eleições de domingo, foi a imagem dele. Deteriorada. Pinheiro já vinha capengando, devido à péssima administração que faz, e a forma desastrada com que conduziu o projeto político do seu grupo. Chegou ao período pré-eleitoral sem um candidato. Havia, antes, apostado as fichas em Célio Martins, espécie de secretário faz-de-tudo, sem conseguir viabilizá-lo. Daí, anunciou que não participaria de sua própria sucessão. Uma decisão de grandeza, se ele tivesse respeitado. Na verdade, Pinheiro arquitetava um plano para eliminar a tradicional família Pinto, com quem rompeu no final do ano passado, para não apoiar a postulação de Gorete, a sua vice-prefeita. José Pinheiro, que sempre se achava o “deus” do povo apodiense, imaginou que subindo num palanque qualquer derrotaria o PMDB dos Pintos. Deslizou. Anunciou o apoio ao comunista Flaviano Monteiro, na reta final da campanha, com o propósito de ser o “novo” da disputa eleitoral. Manobra arriscada, que ele não mediu as conseqüências. Pois bem. Perdeu a disputa, absolveu a derrota dos comunistas, e caminha para sair da vida pública pelas portas do fundo, nodoando a sua biografia. Faltou grandeza, sobrou arrogância. O resultado não poderia ter sido pior. De quebra, o comunista Flaviano Monteiro, que seria a grata surpresa de Apodi, mergulhou na escuridão dos oportunistas, ao abrir mão de sua história de luta para se aliar ao que existe de mais atrasado na política apodiense. Monteiro, ao aceitar no seu palanque Pinheiro, Célio e cia, tirou a máscara, se revelou ao grande público, e recebeu a desaprovação do eleitor. Uma dura, mas correta, lição.
César Santos
Jornal de Fato.
César Santos
Jornal de Fato.
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