segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

A base política e ideológica do lulismo e do petismo

O presidente Lula, especialmente nas eleições de 2006, conseguiu o grande feito de construir uma base eleitoral junto aos setores mais pobres da sociedade brasileira. Esse deslocamento, dizem alguns, deveu-se, em parte, ao peso dos programas sociais. É uma explicação fraca. Essa relação causal entre voto no Lula e recebimento de algum auxílio de programa social deixa de problematizar aspectos importantes. E, além do mais, não deixa de se alimentar daquele viés etnocêntrico de classe média que, por sob toda a retórica, reduz a opção eleitoral dos mais pobres ao puro clientelismo.

O que precisa ser problematizado, se quisermos produzir uma avaliação mais matizada da ascensão eleitoral do Lula entre os mais pobres, é exatamente se é mesmo clientelismo (e populismo, como insinuam os bem pensantes da classe média) que irriga a nova base política do presidente. Em instigante artigo, publicado na revista Novos Estudos CEBRAP, André Singer, ex-Porta-Voz da Presidência da República no primeiro mandato do Lula, e professor de Ciência Política na USP toca nesta e em outras questões. Intitulado, Raízes Sociais e ideológicas do lulismo, o texto produzido por Singer é exemplo de uma boa análise política. Confira!
Postado por Edmilson Lopes Júnior às 20:42 0 comentários Links para esta postagem

o que está acontecendo na Argentina?

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, demitiu, após um confronto em torno da utilização das reservas do país, o presidente do Banco Central. Demitiu, mas o dito cujo, Martin Redrado, resiste no cargo graças a uma decisão judicial. Pois é, eis aí um dos resultados possíveis de um Banco Central independente.

Além de ser uma lição para os que defendem, sem conhecer a fundo as conseqüências, a independência doBanco Central no Brasil, o fato expressa também a quantas anda a disputa política no país vizinho. O confronto político que está se construindo por lá ameaça transformar as eleições presidenciais de 2011 em um jogo de soma zero: quem ganhar, levará tudo e quem perder terá pouco ou nenhum compromisso com o novo quadro. Essas situações, sabemos de há muito, nem sempre se traduzem em processos que fortalecem a institucionalidade democrática...
Blog do Prof Edmilson Lopes

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