Terça-feira, 10 de Março de 2009
Ruy Pereira: "O Estado é prisioneiro dos interesses dos professores"
Professores da rede estadual e municipal de educação sustentaram a greve por tempo inderteminado. Em assembléia realizada no colégio Winston Chucrhill na tarde desta segunda-feira feira (9), os professores associados ao Sindicato dos Profissionais em Educação do Rio Grande do Norte rejeitaram a proposição do Estado. Ruy Pereira iniciou o discurso ao desafiar os educadores. “Eu desafio os professores dessa categoria a apresentarem o contracheque e comprovarem que recebem menos do que profissionais da rede privada. A nossa proposta apresentada hoje foi recusada por um ato meramente de interesses corporativistas dos professores”, desabafou. Em uma entrevista coletiva cedida à imprensa na Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (SEEC), o secretário Ruy Pereira apresentava as decisões do Estado quando recebeu a notícia de prolongamento da greve. O discurso mudou. Da esperança do final da paralisação o tom passou para desabafo. O secretário tratou com insensível a decisão dos professores e lançou a pergunta: “Com qual sentimento esses professores fazem isso? Qual a preocupação que eles têm com os 333 mil alunos que estão há duas semanas sem aula? Eu lamento que ele pensem dessa forma”, disse. O secretário explicou que entre as novas propostas, que incluiam uma tabela reformulada, estavam a implantação da ascensão vertical e horizontal, além do adiantamento de uma letra para todos os professores. Outra definição foi o reajuste de 5% na ascensão horizontal e de 15 a 130% na ascensão vertical.“A greve é para punir os pobres? Os filhos dos pobres não têm para onde ir. Nós fizemos o nosso papel e eles tomaram essa decisão olhando para o próprio umbigo e não para o coletivo. Eles não tiveram a dimensão da decisão que prejudica não só os alunos, mas a sociedade”, finalizou. Propostas recusadas: Ainda na tarde desta segunda-feira (9), antes da decisão de paralisação dos profissionais em educação, o secretário Ruy Pereira apresentou as novas proposições aos professores da rede estadual. A ideia era da implantação da ascensão vertical e horizontal, reclamada desde 1994 pelos professores. Dessa forma, estava previsto o adiantamento de uma letra para todos os professores, sendo os que pertenciam a “A” a promoção para a “B”, de forma que os reajustes atingissem todas as classes até a “J”. Os níveis também seriam reajustados nos seis patamares. O piso desencadeou uma nova tabela que chegava a 5% na horizontal e variava entre 15 a 130% na ascensão vertical. O montante aos cofres públicos chegariam a R$ 63.027.895,29, custo acumulado da proposta nos anos de 2009 e 2010. As decisões foram apresentadas em conjunto com a Secretaria de Estado da Administração e dos Recursos Humanos, Secretaria de Estado do Planejamento e das Finanças, Secretaria de Estado da Educação e da Cultura, Casa Civil, Controladoria Geral do Estado e Procuradoria Geral do Estado. O secretário Ruy Pereira falou sobre os problemas de ajustes financeiros com os professores. “ No momento que eles querem aumentos, os outros setores também querem. Então, nós temos que fazer tudo de uma forma muito calculada”, disse. Entra as dificuldades apresentadas pelo secretário estão as quedas no Fundo de Participação dos Estados com perda de R$ 36 milhões, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), que caiu de R$ 60 milhões para R$ 57 milhões. Outro ponto que pesa para os reajustes, segundo o secretário, são os royalties, que registraram queda no RN de 50 %. A evasão escolar é apontada com um dos grandes entraves para o reajuste. Entre 2007 e 2008, o Estado registrou a migração de 11.929 alunos, que partiram para escolas do município ou para os colégio particulares.“O número entre 2008 e 2009 não foi divulgado ainda, mas creio que com essa paralisação tenha crescido bastante. Por cada aluno que perdemos, o Estado deixa de receber R$ 14, 670”. Esses valores fizeram com que nós tivéssemos um valor limite para negociação com o sindicato.
Nominuto.
Foto: Internet
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