domingo, 9 de janeiro de 2011



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O PAC da dignidade
Repito que o governo Dilma será melhor que os dois governos de Lula. Não porque ela seja melhor que ele, mas porque as condições objetivas são infinitamente mais favoráveis. Acho Lula e Dilma feitos da mesma têmpera, mas Lula pegou um país esbagaçado, Dilma está encontrando uma casa arrumada. Lula tinha uma equipe de gente competente, mas essa gente não conhecia a máquina do Estado. Eram quadros formados no movimento sindical, nas universidades e noutros espaços. Como diria a filósofa Marilena Chauí. Dilma está contando com gente formada na máquina do Estado, gente que aprendeu a dirigir, dirigindo. Na equipe de Lula as competências desenvolvidas eram outras. Foi necessário um longo período de adaptação "homem/máquina", além de ter sido necessário consertar o avião, voando, pois o próprio aparelho de Estado não estava apenas desmantelado, era moldado para outro tipo de ação, tinha outro foco. Basta dizer que era facílimo dar R$ 60 bilhões aos banqueiros, mas era quase um inferno burocrático dar R$ 60,00 a um miserável que pedia esmolas. E a imprensa cínica fazendo coro a oposição cretina ainda dizia que a esmola estava sendo aquela de Lula, mesmo que com cartão eletrônico e com cadastro único feito por prefeituras do PT ou do PFL... Lula pegou duas casas congressuais hostis. Em flagrante minoria no Senado e com uma maioria frágil e em permanente estado de risco na Câmara; Dilma tem maioria de sobra nas duas Casas. Qualquer "pantim", como essas "mungangas" de Henrique Eduardo que está querendo virar o "novo Biu dos Relógios", é logo rechaçado. O Congresso está como que vacinado contra a molecagem, o "toma-lá-dá-cá". O Brasil que mudou com Lula e que não quis "mudar" com Serra, e que ainda despachou para viver de pijama, ícones de uma era de retrocesso como Tasso Jereissati, Arthur Virgílio, Mão Santa, Heráclito Boca de Sapo, Efraim Morais, Marco Maciel e outros bichos não mais aquele, é uma nação que acordou "nova, alegre, cheia de paixão", é dona do próprio nariz, sabe o que quer. Já não aceita viver de sustos. Lula encontrou pela frente uma imprensa raivosa e cheia de poderes e melindres. Agora, com Dilma não será diferente, o ódio, a perseguição, o combate nas trevas. Mas, o poder da imprensa está muito diminuído pelo descrédito e pelo próprio tamanho das pernas. Hoje um site ou um blog pode ter mais leitores que a revista (in)veja. Bom. Mas além de todas essas vantagens, Dilma tem muita tinta na caneta e dinheiro no cofre. Depois do PAC como ele é, ou seja, um Plano de Aceleração do Crescimento, que já gerou milhões de empregos e pôs o Brasil num patamar que lhe dá direito de estender os olhos e olhar bem mais para a frente, é chegada a hora de rasgar o principal gargalo que atravanca o progresso definitivo do País, impedindo-o de rumar para o chamado "primeiro" mundo. Trata-se de vencer a pobreza extrema. E Dilma agora pôs "a peia no braço" e está disposta a bater duro no lombo da miséria. O flagelo, enquanto sinônimo de chicote vai zoar. Já não mais nos costados dos "menos favorecidos", mas no lombo de quem mandou dar, tornando grande parte do povo brasileiro, flagelado. A fórmula Dilma já sabe, desde quando Lula descobriu o Brasil que o Brasil fazia questão de esconder. O Brasil de "uma gente que ri quando deve chorar e não vive, apenas aguenta". Esse Brasil já vive... e quer mais. Como é próprio do ser humano. Trata-se de um tripé sem maiores novidades: inclusão produtiva, ou seja, finalmente botar quem recebe do governo para trabalhar e receber muito mais; Ampliação da rede de serviços sociais do governo e a continuação da rede de benefícios. No mais, é controlar os resultados, como Dilma fez com mão de ferro nas obras do PAC...

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