O
PAC da dignidade
Repito que
o governo Dilma será melhor que os dois governos de Lula.
Não porque ela seja melhor que ele, mas porque as condições
objetivas são infinitamente mais favoráveis. Acho
Lula e Dilma feitos da mesma têmpera, mas Lula pegou um país
esbagaçado, Dilma está encontrando uma casa arrumada.
Lula tinha uma equipe de gente competente, mas essa gente não
conhecia a máquina do Estado. Eram quadros formados no movimento
sindical, nas universidades e noutros espaços. Como diria
a filósofa Marilena Chauí. Dilma está contando
com gente formada na máquina do Estado, gente que aprendeu
a dirigir, dirigindo. Na equipe de Lula as competências desenvolvidas
eram outras. Foi necessário um longo período de adaptação
"homem/máquina", além de ter sido necessário
consertar o avião, voando, pois o próprio aparelho
de Estado não estava apenas desmantelado, era moldado para
outro tipo de ação, tinha outro foco. Basta dizer
que era facílimo dar R$ 60 bilhões aos banqueiros,
mas era quase um inferno burocrático dar R$ 60,00 a um miserável
que pedia esmolas. E a imprensa cínica fazendo coro a oposição
cretina ainda dizia que a esmola estava sendo aquela de Lula, mesmo
que com cartão eletrônico e com cadastro único
feito por prefeituras do PT ou do PFL... Lula pegou duas casas congressuais
hostis. Em flagrante minoria no Senado e com uma maioria frágil
e em permanente estado de risco na Câmara; Dilma tem maioria
de sobra nas duas Casas. Qualquer "pantim", como essas
"mungangas" de Henrique Eduardo que está querendo
virar o "novo Biu dos Relógios", é logo
rechaçado. O Congresso está como que vacinado contra
a molecagem, o "toma-lá-dá-cá". O
Brasil que mudou com Lula e que não quis "mudar"
com Serra, e que ainda despachou para viver de pijama, ícones
de uma era de retrocesso como Tasso Jereissati, Arthur Virgílio,
Mão Santa, Heráclito Boca de Sapo, Efraim Morais,
Marco Maciel e outros bichos não mais aquele, é uma
nação que acordou "nova, alegre, cheia de paixão",
é dona do próprio nariz, sabe o que quer. Já
não aceita viver de sustos. Lula encontrou pela frente uma
imprensa raivosa e cheia de poderes e melindres. Agora, com Dilma
não será diferente, o ódio, a perseguição,
o combate nas trevas. Mas, o poder da imprensa está muito
diminuído pelo descrédito e pelo próprio tamanho
das pernas. Hoje um site ou um blog pode ter mais leitores que a
revista (in)veja. Bom. Mas além de todas essas vantagens,
Dilma tem muita tinta na caneta e dinheiro no cofre. Depois do PAC
como ele é, ou seja, um Plano de Aceleração
do Crescimento, que já gerou milhões de empregos e
pôs o Brasil num patamar que lhe dá direito de estender
os olhos e olhar bem mais para a frente, é chegada a hora
de rasgar o principal gargalo que atravanca o progresso definitivo
do País, impedindo-o de rumar para o chamado "primeiro"
mundo. Trata-se de vencer a pobreza extrema. E Dilma agora pôs
"a peia no braço" e está disposta a bater
duro no lombo da miséria. O flagelo, enquanto sinônimo
de chicote vai zoar. Já não mais nos costados dos
"menos favorecidos", mas no lombo de quem mandou dar,
tornando grande parte do povo brasileiro, flagelado. A fórmula
Dilma já sabe, desde quando Lula descobriu o Brasil que o
Brasil fazia questão de esconder. O Brasil de "uma gente
que ri quando deve chorar e não vive, apenas aguenta".
Esse Brasil já vive... e quer mais. Como é próprio
do ser humano. Trata-se de um tripé sem maiores novidades:
inclusão produtiva, ou seja, finalmente botar quem recebe
do governo para trabalhar e receber muito mais; Ampliação
da rede de serviços sociais do governo e a continuação
da rede de benefícios. No mais, é controlar os resultados,
como Dilma fez com mão de ferro nas obras do PAC...
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