Eleições 2010: o que há por trás das pesquisas no RN
Com o estreitamento do período eleitoral, faltando apenas 14 dias para o pleito de 3 de outubro, vai ficando evidente o uso das pesquisas eleitorais como um método utilizado com o objetivo de conquistar o eleitor ainda indeciso. Embora para uns políticos o sobe e desce dos números das pesquisas seja sinônimo de um maior número de votos, para outros candidatos a "dança" dos índices nessa reta final da campanha pode significar a derrocada antecipada. Nos últimos dias com as suspeitas de fraudes em pesquisas do Ibope - um dos institutos mais conceituados do país - nos estados do Amapá e Roraima, na Região Norte do Brasil, acaba colocando em xeque os números apresentados pelos institutos locais porque o eleitor começa a se questionar acerca da veracidade dos dados expostos, independente de onde tenham sido analisados.
O diretor da Consult e presidente da Associação dos Institutos de Pesquisa do Rio Grande do Norte (Assinp), Paulo de Tarso, disse que é necessário informar ao eleitorado potiguar que os grandes institutos terceirizamos pequenos para coletar esses dados. "Por isso acontecem diferenças gritantes em relação aos nossos institutos", afirma. Ele acrescenta que os eleitores precisam estar atentos aos números mostrados, especialmente nesse período que antecede o pleito para não se confundir. "O que acontece é que muitas pessoas comparam os números de uma pesquisa apresentada por um determinado instituto com o de outro que não tem nada a ver", alerta.
Em linhas gerais o eleitor só deve comparar os números apresentados por um instituto com os índices mostrados pelo mesmo instituto anteriormente. Nesse período é comum, mas não correto, candidatos e coligações confrontar pesquisa A com a B, por exemplo, para causar impacto e confundir o eleitor. Claro que sem explicar que os dados são de institutos distintos, coletados em regiões e com um número de entrevistados completamente diferentes. "Essas informações devem ser levadas em consideração e informadas ao eleitor", comentou. Paulo acredita que a tendência é que os índices mostrados até agora se aproximem do resultado das urnas e que uma reviravolta na disputa somente com um fato novo. Quanto ao segundo turno, ele prefere dizer que números mais concretos só a partir de amanhã.
Professor não crê em influência
Na avaliação do professor da UFRN e cientista político, Antônio Spinelli, nesse processo eleitoral alguns institutos perderam a credibilidade devido às suspeitas de fraudes e manipulação de resultados em alguns renomados institutos do país. Ele comenta que as pesquisas não influenciam o eleitor de forma indireta. "Muitos ainda têm aquela de não perder o voto e aí acabam votando em quem está na frente ou no segundo colocado para forçar um segundo turno ou mesmo para que o outro não ganhe", declarou. Porém, o que se tem verificado, nos últimos dias, é uma migração de lideranças para determinadas candidaturas. E essas, sim, exercem influência sobre parcela significativa do eleitorado. O professor diz ser a favor das pesquisas de intenção de voto no período eleitoral como forma de mostrar ao eleitor como se encontra o quadro atual. "É importante lembrar que as pesquisas mostram apenas a preferência do eleitor naquele período da coleta, porém o resultado das urnas geralmente se aproxima", disse.
Por Erta Souza, do Diário de Natal
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