Mineiro vê Iberê como candidato governista
Deputado estadual Fernando Mineiro fala sobre dificuldades de aliança com o PSB por causa do projeto
O deputado estadual Fernando Mineiro (PT) declarou, na manhã de hoje, em entrevista a uma rádio da capital, que o vice-governador Iberê Ferreira de Souza (PSB) só não será candidato à reeleição se não quiser. Para ele, a disputa pelo governo do Rio Grande do Norte será polarizada entre o peessebista e a senadora Rosalba Ciarlini (DEM), que é pré-candidata à chefia do executivo pelo grupo de oposição.
O parlamentar disse que considera improvável o lançamento de uma candidatura de terceira via, que seria encabeçada por um dos membros da Unidade Potiguar – grupo formado pelo presidente da Assembleia Legislativa, Robinson Faria (PMN). “Não vi nenhum candidato dizer que sai independente de qualquer coisa. Não acho provável que surja dos partidos que participam da base da governadora outra candidatura, até porque Robinson e João Maia participam do governo há sete anos”, declarou.
Mineiro foi além e disse que o lançamento de uma candidatura da Unidade Potiguar representaria o rompimento político do grupo com o governo Wilma de Faria, do qual João Maia e Robinson Faria participam desde 2006. “Acho pouco provável que Robinson e João Maia se candidatem, pois para saírem, eles sairiam (do governo) rompendo e não sei se eles vão fazer isso”, avaliou.
Sobre o possível anúncio de apoio à candidatura de Iberê feito pela governadora Wilma de Faria (PSB) aos partidos aliados, Mineiro informou que o PT não recebeu nenhuma confirmações por parte da chefe do executivo estadual. No entanto, ele defendeu a antecipação do nome que representará a base nas eleições de 2010. “O anuncio deveria ser feito o mais rápido possível para que fossem apresentados os programas e a candidatura trabalhada com a população”, sugeriu.
O deputado comentou ainda a divisão do PMDB no Estado. O petista aposta que o senador Garibaldi (PMDB) vai propor ao PT, em reunião que terá com o presidente Lula (PT), o apoio ao projeto nacional do partido, mas liberdade para a composição que a legenda fará no Estado. “É público e notório que o PMDB está dividido. Henrique dá suporte a Lula. Já Garibaldi acha que o partido não deveria tomar posição agora sobre quem apoiar em 2010”, disse.
Apesar da divisão, o parlamentar diz acreditar que o PMDB estará unido em 2010, independente da coligação que integrará. Ele admite que a parceria dos aliados nacionais pode não se repetir no Estado. “Quem apostar na desunião de Garibaldi e Henrique, está apostando errado. Eu não alimento nenhuma expectativa de desunião. Eles com certeza estarão juntos. Mas em qual posição eu ainda não sei”, declarou.
O deputado ainda comentou a decisão do PT nacional de só apoiar candidaturas, em todos os Estados, que estejam comprometidas com a eleição da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef (PT), à presidência da república. “A escolha dos apoios aos candidatos depende do desenho da candidatura nacional. A decisão do PT será tomada em sintonia com a nacional ficando as decisões locais articuladas com as nacionais”, informou.
A decisão do PT nacional pode atrapalhar os planos do partido no Rio Grande do Norte. Caso o deputado federal Ciro Gomes (PSB) seja adversário de Dilma na disputa pela presidência da república, o partido ficará impossibilitado de apoiar Wilma de Faria para o Senado e a possível candidatura de Iberê ao governo. Se esse cenário se confirmar, o partido de Mineiro será obrigado a formar uma composição de terceira via com a Unidade Potiguar, que já confirmou apoio à ministra.
Governistas divergem sobre definição de candidatura
Apesar de ter se posicioAssim como o deputado Fernando Mineiro, a governadora Wilma de Faria também é favorável à definição o mais breve o possível da candidatura que representará o grupo governista, para que o nome possa ser trabalhado pelos aliados e comece a subir na preferência popular.
A governadora teme que a demora na definição prejudique o crescimento da candidatura da base, assim como ocorreu nas eleições de 2008, em Natal, com a candidatura da deputada federal Fátima Bezerra (PT) à prefeitura da cidade. O principal desafio de Wilma será manter a unidade de sua base após a escolha do candidato.
A pessebista tem encontrado obstáculos para conduzir seu processo sucessório nas conversas com os aliados que compõem a Unidade Potiguar. O grupo – que tem dois pré-candidatos ao governo: João Maia e Robinson Faria – defende o lançamento oficial do candidato governista somente em dezembro.
O principal problema para a definição da base em prol da candidatura de Iberê, que assumirá o governo a partir de abril, é a posição do vice-governador nas pesquisas. Os demais pré-candidatos da base – Robinson, João Maia e o ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo (PDT) – estão à frente dele em todas as sondagens realizadas até o momento.
João Maia, Robinson Faria e Carlos Eduardo não se mostram simpáticos à ideia de desistirem de suas candidaturas em prol do nome com menor índice de aceitação popular. Se, até dezembro, Iberê não conseguir viabilizar seu nome junto à população, poderá perder o apoio da Unidade Potiguar, que admite a possibilidade de lançar candidato de terceira via.
Jornal Correio da Tarde.
Jornal Correio da Tarde.
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