A deputada federal Fátima Bezerra, pré-candidata à Prefeita de Natal numa composição da qual participam PT, PSB, PMDB, PC do B e PRB, tenta ampliar a coligação com os apoios do PDT, PR, PMN, PP e PTB. Nesta entrevista à TRIBUNA DO NORTE, Fátima Bezerra dá o tom da campanha e diz que é o momento de apontar as diferentes dos projetos políticos em disputa: de um lado, os partidos da base do presidente Lula; e do outro o DEM, que faz oposição ao governo federal. E, ao partir para essa disputa, afirma não temer índices de rejeição. “A rejeição não me amedronta. Temos vacinas contra ela”, comenta a parlamentar. A “vacina” a que ela se refere é a prestação de contas do seu mandato como deputada federal e a boa avaliação do governo Lula. Fátima Bezerra afirma que o fato de contar com pelo menos três grandes partidos no seu palanque não torna a campanha mais fácil, mas admite que a unidade dos partidos da base de Lula “torna, sem dúvida, a coligação forte”.Essa chapa da coalizão, integrada pelo PMDB, PT e PSB, torna a deputada Fátima Bezerra favorita?Não. Claro que a união dos partidos que dão sustentação ao governo do Presidente Lula e a uma aliança no plano local tornam, sem dúvida, a coligação forte. Acho que é uma coligação que expressa muita competitividade eleitoral, densidade política e expressa muita governabilidade, o que é muito bom para a cidade. Mas isso não torna a campanha fácil. A candidatura do deputado federal Rogério Marinho, que tenta viabilizar a candidatura pelo PSB, pode prejudicar a aliança?Essa questão do deputado Rogério diz respeito ao PSB. Estou confiante de que esse problema será contornado e superado. Não tenho motivo para duvidar da firmeza, da clareza e do compromisso da governadora Wilma, do prefeito Carlos Eduardo e dos principais líderes do PSB. Tenho muita confiança de que o PSB vai estar totalmente integrado à minha campanha, unido e com toda sua militância. E não só o PSB, mas também o PMDB, PC do B, PRB, PSB, PDT, os grupos liderados pelo deputado Robinson Faria e pelo deputado João Maia. Queremos unir toda a militância dos partidos para que a gente comece a nossa campanha o mais rápido possível. E começo tratando do tema que é a alma disso tudo: a questão programática. Estou muito ansiosa para abrir o debate, o diálogo com a cidade. As pesquisas revelam que a senhora é uma candidata com certa rejeição. Como pretende reverter esse quadro?Acho que parte da rejeição ainda se prende ao preconceito que há junto a determinados setores com relação ao PT. Tem também minhas limitações. Mas não estou amedrontada com isso de maneira nenhuma. Muito pelo contrário. Acho que essa questão da rejeição vai ser superada e nós temos hoje muitas armas e vacinas para superar essa rejeição. Então quais as “vacinas” que a senhora aplicará?Primeiro o fato de que estou muito mais amadurecida, sinto-me muito mais preparada. O exercício desse mandato federal que, modéstia à parte, é reconhecido não só pela população de Natal, mas de todo Estado. Tenho uma luta em defesa da educação, do piso salarial para os professores, dos Cefets para Natal. Tenho um mandato hoje que me orgulha muito e, sem nenhuma soberba, acho até que teria uma renovação tranqüila em 2010. No entanto, jamais fugiria dessa convocação que foi colocada pelo meu partido para eu ser candidata a prefeita de Natal. Vamos trabalhar a rejeição mostrando o quanto essa aliança é boa para Natal pelo grau de representatividade política, de governabilidade, de seriedade, de consistência e de competência técnica. Vamos vencer a rejeição mostrando o quanto é bom a parceria entre a Prefeitura e o presidente Lula. Ainda falando de pesquisa, a senhora também está em desvantagem na preferência do eleitorado. Isso lhe deixa temerosa? A minha concorrente estará no palanque com o PFL. E nós vamos fazer a demarcação dos palanques. De um lado, as forças populares, progressistas, democráticas, que têm compromissos com os avanços; e do outro lado o oposto do nosso palanque. O PFL (DEM) representa o que existe de mais conservador neste país. Essa campanha terá um contorno nacional. O presidente Lula virá (para a campanha em Natal). E apesar de ser uma eleição para prefeito, não tem como uma campanha em Natal, com a configuração desses dois palanques, deixar de adquirir contornos de nacionalização. Ela é candidata há quatro anos. No final do ano, eu tinha até desistido (de ser candidata a prefeita). O jogo está começando a partir de agora. Até então só tinha um jogador em campo, que era a minha adversária. Evidente que ela tem um aparato midiático muito forte, dona de um canal de televisão, vive na mídia diariamente. Agora o jogo começa e as torcidas vão entrar em campo. E essa torcida que eu quero unir em defesa da cidade. Não estou amedrontada e teremos tempo, capacidade e coragem para fazer a campanha e conquistar a cidade. A senhora conseguiu unir dois adversários muito recentes, o senador Garibaldi Filho e a governadora Wilma de Faria. Pelo fato deles tão recentemente terem sido opositores isso pode trazer algum desgaste para a coligação? Creio que não. O PSB e PMDB já estiveram juntos em várias outras etapas de disputa política eleitoral não só no Rio Grande do Norte, mas principalmente Natal. Por exemplo, em 2000 o PMDB estava coligado com o PSB. Além do mais acho que o que dá naturalidade a essa aliança é exatamente o projeto de âmbito nacional. É o fato desses partidos estarem muito vinculados no sentido de comprometidos com o projeto liderado pelo presidente Lula. Projeto esse que tem proporcionado mudanças no campo político, no campo econômico e social. E nós queremos esses avanços não só para o Rio Grande do Norte, mas também para Natal. Sua aliança está fechada apenas para os partidos da base do presidente Lula? Nós estamos trabalhando nesse cenário. Já temos nesse momento, além do PT, PSB e PMDB, o PC do B, PRB, PTN, PSC. E temos uma boa expectativa para o PDT compor conosco. Estamos confiantes de que o grupo liderado pelo deputado Robinson Faria e o grupo liderado pelo deputado João Maia também deverão compor conosco. PPS, PSDB e DEM estão descartados? Esses partidos estão fora do arco de aliança do PT. O PFL está totalmente excluído. Quanto ao PPS e PSDB até o presente momento não houve manifestação por parte parte deles para integrar essa aliança. A aliança em torno do seu nome foi fechada dando o direito a vice para o PSB, agora essa “carta -branca” a governadora Wilma de Faria passou para o PMN. Não é perigoso entregar uma carta-branca assinada para chegar com um nome de vice?
Na realidade aqui em Natal acontece um fato político importante que é a chapa da coalizão. Até o presente momento na disputa política eleitoral nas capitais brasileiras, Natal é uma das poucas onde estamos conseguindo esse fato político importante que é unir toda a base de sustentação do nosso projeto no plano nacional. Diante disso, consideramos muito relevante a vinda para o nosso lado do grupo do deputado Robinson Faria. Ele é uma liderança política importante hoje no nosso Estado. Os partidos que o deputado Robinson lidera estão comprometidos com nosso projeto no plano nacional. Assim como também o PR do deputado federal João Maia que integra nossa aliança nacional. Diante disso, achamos que poderia ser oportuno que o vice possa ser sugestão desse grupo. Mas não há nada fechado. Adianto que as perspectivas do grupo do deputado Robinson Faria vir a somar conosco são muito promissoras. Tive uma conversa com o deputado Fabio Faria. O deputado Henrique Eduardo teve uma longa conversa com o deputado Robinson. Tem uma perspectiva real, concreta do deputado Robinson Faria vir fazer parte da aliança. E o deputado João Maia também não descartou vir para nossa coligação. O vice cabe ao PSB. Mas não há nada definido. O mais importante será discutir a questão programática, o projeto para Natal. O prefeito Carlos Eduardo será o seu candidato ao governo em 2010? 2010 nós só iremos discutir em 2010. Agora é 2008, estou totalmente dedicada de corpo, alma, coração e mente à disputa política de Natal. Esse é um sonho que tanto eu como meu partido acalenta há muito tempo. Um dos maiores desejos que eu tinha era que o PT tivesse a chance de governar essa cidade com Lula presidente. Queremos abrir debate urgente sobre a questão do saneamento básico e sobre a estrutura viária. Temos projeto para essas áreas e vamos apresentar para cidade proposta com início, meio e fim. Vamos contar com a parceria fundamental do Governo do Estado e Federal. Agora é 2008 e quero agregar o máximo de força política comprometida com essa cidade. Mas nessa coalizão não estaria muito evidenciada uma chapa para o Senado em 2010 com a governadora Wilma de Faria e o senador Garibaldi Filho? O que posso dizer é que se depender da deputada federal Fátima Bezerra essa aliança terá vida longa, com certeza. Essa é uma aliança que tem o componente especial de estar sintonizada com o projeto de caráter regional e âmbito nacional. Esse será o palanque progressista, das forças que de fato lutaram contra a ditadura militar. Quero essa aliança para 2010, para 2014, mas nomes vamos discutir só na frente.Tribuna do Norte
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