Realidades de outros países em debate na Conferência Nacional de Educação Básica
Sindicalistas discutem educação básica no contexto intenacional A realidade educacional em outros países em confronto e em comparação com a brasileira. Foi essa a linha de debates promovidos pela mesa de interesse: "A Educação básica no contexto educacional", realizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) nesta terça-feira (15) durante a 1ª Conferência Nacional da Educação Básica, que acontece no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. Delegados internacionais, convidados pela CNTE, abordaram o Sistema Educacional de seus países.
“Aqui no Brasil ainda temos muito o que conquistar pela educação pública de qualidade. Nossa luta é pela valorização profissional com a aprovação de projetos de Lei no congresso que tratam de um Pisos Salarial Nacional, diretrizes de carreia e reconhecimento dos funcionários de escolas como educadores”, destacou o presidente da CNTE, Roberto Franklin de Leão, ao abrir os trabalhos. Segundo ele no Brasil há ainda bandeiras históricas como o aumento do percentual do PIB para a educação e a implementação da gestão democrática nas escolas. Juçara Dutra Vieira, diretora da CNTE e vice-presidente mundial da Internacional de Educação, destacou que a função da Internacional da Educação é se ocupar com temas relacionados à educação pública e de seus trabalhadores, por isso se opõe às políticas como privatização ou mercantilização da educação. A IE representa a maior organização de educadores do mundo, com 30 milhões de profissionais de educação em quase 400 sindicatos e confederações filiadas em todo o mundo.De acordo com Combertty Rodríguez Garcia, representante da Costa Rica da Internacional de Educação, a grande tendência da América Latina é excluir a participação de educadores e das organizações sindicais das políticas de educação. “Isso é grave, porque estão classificando de incompetentes os educadores e culpando-os pela realidade dos sistemas públicos de educação quando, na verdade, o problema central é o modelo privatizador que está afastando este público das políticas de estado", explicou.Guilhermo Scherping, do Colégio de Professores (sindicato) do Chile, disse que em seu país, o investimento em educação era alardeado como sendo de 7,6% do PIB. O que não se diz é qual percentual desse financiamento é bancado pela família. Lá a participação do Estado na educação é de 4,3%, revelando que no Chile o ensino é parcialmente público.Já Camila Croso, vice-presidente da Campanha Latino Americana pelo Direito à Educação, afirmou que a luta é em prol do pleno exercício do direito à educação. Camila acrescentou que as formas de exclusão ameaçam o direito à educação e este só se efetiva quando se tem qualidade. Na opinião da delegada, o que mais afeta ou põe em risco a implementação da educação como um direito e o ensino pago. Ela destacou que em mais de 70 países do mundo a educação não é gratuita.Maria Dolores Reina Perez da Federação de Ensino das Comissões Trabalhadoras da Espanha (FECCOO), defendeu um pacto de Estado na Educação porque não se pode a cada quatro anos ter uma legislação diferente. Nesta quarta-feira, a 1ª Conferência Nacional da Educação Básica discute propostas efetivas para a construção de um sistema articulado entre União, Estados e Municípios. Segundo o ministro da Educação, Fernando Haddad, "a idéia é ouvir toda sociedade e tentar buscar soluções para o maior desafio do país que é a melhoria da qualidade da educação básica brasileira".
Na quinta-feira (17), a diretora da CNTE, Juçara Dutra Vieira, que participa da Conferência na condição de palestrante, estará no eixo "Formação e Valorização Profissional", a partir das 8.30h.
16.04.2008
[ Voltar ]
Nenhum comentário:
Postar um comentário