sexta-feira, 12 de setembro de 2008

A DERROCADA DE UM CORONEL


10 Setembro, 2008

APODI – O prestigio do prefeito José Pinheiro está se desmilinguindo no Apodi, após uma bonita história que ele arrematou mal. Surgido à sombra do PMDB, partido que lhe deu três mandatos e tudo o mais que se subentende de uma longa desfrutação de mandatos e de poder político durante quarenta anos de militância.

Por muito tempo José Pinheiro foi liderança inconteste. A principio, como uma espécie de magistrado que se fazia respeitar até por seus adversários, governou o Apodi e engrandeceu o partido, firmando-se como um político que gostava de ouvir e discutir os problemas. E, assim, conquistou muitos amigos e admiradores.

Neste seu terceiro e o que deveria ter sido o mais importante dos seus mandatos, pois tudo levava a crer que colheria o que plantou a serviço do Apodi, encontra-se numa situação completamente inesperada, sem o respaldo de velhos amigos e companheiros de famosas batalhas eleitorais, excluídos voluntária ou involuntariamente do seu convívio por manobras familiares.

José Pinheiro paga o preço de ter se tornado refém da própria filha e do genro, que têm diligenciado no sentido de isolar o velho alcaide apodiense, por muitos anos um dos nomes fortes do PMDB regional. E, agora, ao deixar o partido para satisfazer vontades filiais, domésticas, agregou-se a um partido sem história no Rio Grande do Norte. Hoje forma ao lado do Partido Republicano do deputado João Maia.

Começava a sua dificuldade. O Apodi, que sempre acreditou em sua luta, como homem de partido, sentiu-se ludibriado e deu o troco, ao ver no gesto de Pinheiro uma grande traição. Pinheiro foi para o novo partido, mas somente levou consigo a famosa “turma do contracheque” que acompanha apenas os próprios interesses. Outros dizem que Pinheiro não soube zelar o próprio nome e caiu nessa esparrela de trocar de lado.

A resposta veio e seguida. Na reeleição de Vilma, Pinheiro amargou duas derrotas. No primeiro e no segundo turno o seu candidato levou a pior. E os deputados que apoiou ficaram sem segundo plano. Agora, na sua sucessão, Pinheiro não conseguiu emplacar um candidato seu. Não que não tentasse e, assim, lançou sucessivamente três candidaturas que foram abortadas pelo desinteresse dos cidadãos do Apodi. Assim, teve de desistir de seu apoio a Célio, a Solange, a Simão, seus candidatos refugados pela força popular que não deseja mais endossar os seus atos.

Homem poderosíssimo, de quem nem mesmo os adversários ousavam falar mal, Pinheiro está se tornando incomodo até para aqueles aos quais deseja manifestar o seu apoio, pois todos sabem que agora ele tira votos e pode criar constrangimentos para os candidatos, especialmente para o professor Flaviano Monteiro, que chegou à disputa personificando o Novo na política. Pinheiro é antiqüíssimo. Uma estrela morta.

Pinheiro está liquidado. Resta-lhe curtir, talvez com a consciência, a certeza de que deu um mal passo, traindo uma história bonita que todos consideravam, embora seus três governos tenham atrasado o Apodi em uns vinte anos. Eis uma questão que está sendo levantada. Afinal, do ponto de vista administrativo, Pinheiro não deixa nenhuma obra significativa. Muitos já declaram – mal empregado o tempo em que ocupou a prefeitura.

O Apodi não quer mais o doutor José Pinheiro. Sua história terminou quando deixou o PMDB para satisfazer caprichos da filha. Ele esqueceu que o Apodi não aceita uma terceira força e que os apodienses têm uma queda pelo PMDB. Porém não precisava dar essa inesperada e estrepitosa vaia em Pinheiro, quando recentemente subiu ao palanque eleitoral. Claro, entende-se o sentimento dos apodienses que sentem o que chamam de “a traição” de Pinheiro. Por Franklin Jorge - www.franklinjorge.com

Jornal Vale do Apodi

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