Dois dias após pressão de Lula, STF publica decisão
de piso
Professores aguardavam que decisão do Supremo
Tribunal Federal, tomada em abril, fosse publicada
Na segunda-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva encontrou com o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, e o
ministro da Educação, Fernando Haddad, no Instituto Cidadania, e questionou
porque alguns governos não estavam cumprindo a decisão. Segundo relatos do
ministro, ele teria dito que recebe reclamações de sindicalistas de todo o País
a respeito.
A Lei do Piso foi sancionada em 2008 e determinou
que nenhum professor da rede pública com formação de nível médio e carga
horária de 40 horas semanais pode ganhar menos de R$ 950 por mês. Com a
correção, o valor do piso este ano passou para R$ 1.187. Quando a lei foi
aprovada, cinco governadores entraram no STF questionando a constitucionalidade
do piso nacional e a questão foi parar no STF que decidiu a favor do piso.
Este mês, professores de 21 estados pararam as
atividades para exigir o cumprimento da lei. Para a Confederação Nacional dos
Trabalhadores em Educação (CNTE), “a decisão do STF, tão aguardada por milhões
de trabalhadores em educação, torna incontestável qualquer opinião que desafie
a constitucionalidade e a aplicação imediata da lei”.
O STF confirmou, no julgamento, que o piso nacional
deve ser interpretado como vencimento básico, isto é, sem gratificações e
outros adicionais: o conhecido salário base. As prefeituras alegam que não têm
dinheiro para garantir o salário de acordo com o que determina a lei.
Levantamento feito pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) com 1.641
prefeituras mostra que, considerando o piso como vencimento inicial, a média
salarial paga a professores de nível médio variou, em 2010, de R$ 587 a R$
1.011,39. No caso dos docentes com formação superior, os salários variaram
entre R$ 731,84 e R$ 1.299,59.
Outro levantamento, feito pela CNTE com os sindicatos
filiados, mostrou que 17 estados não pagam aos professores o valor mínimo
estabelecido em lei. Não há levantamento sobre o cumprimento da lei nas redes
municipais.
Estados e municípios podem pedir ao Ministério da
Educação uma verba complementar para estender o piso nacional à todos os
professores. Paraconseguir o dinheiro, é preciso comprovar que aplica 25% da
arrecadação em educação, como prevê a Constituição Federal, e que o pagamento
do piso desequilibra as contas públicas. O MEC tem R$ 1 bilhão disponíveis para
este fim, mas, desde que a lei foi criada, nenhuma das prefeituras que
solicitaram a complementação de recursos cumpriu as exigências necessárias para
receber o dinheiro.
*com informações Agência Brasil
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