Governo age para frear alta do real e conter queda
do dólar
Brasília (AE) - Em sua mais agressiva ação para conter a alta do real, o governo decidiu taxar e controlar as apostas na queda do dólar feitas no mercado futuro e deu superpoderes para o Conselho Monetário Nacional (CMN) para regular esse segmento. Um pacote de medidas anunciado ontem mira diretamente a especulação feita por investidores estrangeiros - que foram reforçadas com as incertezas vindas do impasse em torno do aumento do limite da dívida dos EUA - e busca evitar mais prejuízos a exportadores, depois que a moeda americana atingiu a menor cotação ante o real em 12 anos.
Brasília (AE) - Em sua mais agressiva ação para conter a alta do real, o governo decidiu taxar e controlar as apostas na queda do dólar feitas no mercado futuro e deu superpoderes para o Conselho Monetário Nacional (CMN) para regular esse segmento. Um pacote de medidas anunciado ontem mira diretamente a especulação feita por investidores estrangeiros - que foram reforçadas com as incertezas vindas do impasse em torno do aumento do limite da dívida dos EUA - e busca evitar mais prejuízos a exportadores, depois que a moeda americana atingiu a menor cotação ante o real em 12 anos.
rodrigo
senaGoverno quer reduzir a entrada de
dólares no Brasil, de olho na valorização da moeda, que atingiu a menor cotação
em 12 anos
Governo quer reduzir a entrada de dólares no Brasil, de olho na valorização da moeda, que atingiu a menor cotação em 12 anos |
As medidas, de acordo com explicações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, devem reduzir a entrada de dólares no Brasil, ajudando a frear a desvalorização.
Com uma Medida Provisória e um decreto, o governo instituiu a cobrança de 1% de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) quando os investidores ampliarem suas apostas na valorização do real, quando estas excederem US$ 10 milhões.
Essas operações são conhecidas no jargão financeiro como posições vendidas de câmbio Assim, se um investidor estiver "vendido" em US$ 15 milhões na segunda-feira, e na terça-feira elevar essa posição para US$ 20 milhões, pagará US$ 50 mil de imposto. O tributo poderá, por decreto, chegar a 25% se o governo achar necessário.
Derivativos são instrumentos financeiros que usam um ativo de referência, como o dólar, para fixar um ganho. Essas operações, em que não há movimento físico de dinheiro - exceto o depósito de garantias - é o principal motor da cotação do dólar no País, na avaliação do governo e do mercado. Isso porque com base em apenas um contrato, o investidor pode fazer um grande volume de negócios.
Controle
O governo também decidiu exigir o registro de todas as operações com derivativos feitas entre empresas ou investidores fora de ambientes como a bolsa de valores, o chamado mercado de balcão. Com isso, o governo espera ter mais transparência e controle sobre esses negócios. Este, por meio do CMN, poderá definir limites, como tamanho dos contratos, e estabelecer a qualquer momento garantias maiores para tais operações.
Segundo dados da BMFBovespa, o mercado futuro registrava ontem US$ 22,8 bilhões em apostas na valorização do real, sendo US$ 18,7 bilhões em contratos futuros. Investidores estrangeiros respondiam por 99,9% do total de apostas que o governo visa inibir com o pacote. "Vamos retirar uma parte da rentabilidade da especulação", disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Fonte: Tribuna do Norte
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