sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Mais três ministros de Dilma são anunciados oficialmente

A presidente eleita, Dilma Rousseff, anunciou oficialmente mais três nomes para integrar o ministério do futuro governo:

Casa Civil: Antônio Palocci
Secretaria Geral da Presidência: Gilberto Carvalho
Ministério da Justiça: José Eduardo Cardozo

Juntam-se aos nomes da equipe econômica, já anunciados na semana passada:

Ministério da Fazenda: Guido Mantega (continua)
Ministério do Planejamento: Miriam Belchior (engenheira e coordenadora do PAC)
Banco Central: Alexandre Tombini (atual Diretor de Normas do BC)

Dilma confirmou os nomes com a seguinte nota oficial:


A presidenta eleita da República, Dilma Rousseff, convidou o deputado Antônio Palocci para ocupar a chefia da Casa Civil do futuro governo e o atual chefe de Gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho, para ser o titular da Secretaria Geral da Presidência. O deputado José Eduardo Cardozo, também convidado, assumirá o Ministério da Justiça.


A presidenta eleita orientou os futuros ministros a trabalhar de forma integrada com os demais setores do governo para dar cumprimento a seu programa de desenvolvimento com distribuição de renda e garantia da estabilidade econômica.

Dos seis ministros oficialmente anunciados, cinco são do PT, e já trabalharam bastante próximos à ela.

Pelo desenho do Ministério até aqui, Dilma procura montá-lo como peças para o governo andar como um motor bem engrenado desde o primeiro dia, às vezes recorrendo ao pragmatismo, como fez o Presidente Lula ao indicar ministros como o empresário Luiz Fernando Furlan, para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, em seu primeiro governo. Lula precisava no Ministério alguém que fizesse aumentar as exportações, e não um amigo do peito.

Guido Mantega é uma escolha natural porque é economista da ala desenvolvimentista do PT, e alinhado com Dilma. Tem afinidades naturais, pois compartilharam as políticas anti-cíclicas durante a crise, planejaram as medidas econômicas no âmbito do PAC. É natural que Dilma não queira nenhuma descontinuidade brusca na economia, e Mantega é praticamente certeza de fazer a política econômica que Dilma vai querer fazer.

A escolha de um quadro técnico da diretoria do Banco Central, também passa a mensagem de compromisso com a estabilidade da moeda e inflação baixa. Mas a escolha tem um quê de habilidade politica, ao não manter um nome consagrado no mercado como Meirelles, pois dá mais conforto para poder trocar um técnico, se for preciso, sem provocar alarmismo nos mercados.

Gilberto Carvalho também é uma escolha natural. Conhecedor das rotinas do Planalto, dos contatos, é um "resolvedor de problemas" para o Presidente e será para a Presidenta.

Miriam Belchior já trabalhou com Dilma na Casa Civil, e também é natural continuar como coordenadora do PAC e Minha Casa, Minha Vida. Estes programas passaram para o Ministério do Planejamento, saindo da Casa Civil.

Palocci, na Casa Civil, mostra que Dilma dará uma feição um pouco mais de articulação política ao Ministério. Possivelmente há o interesse na habilidade de Palocci em acalmar reacionários, na boa articulação dele com todos os setores, inclusive os mais conservadores da sociedade, além de bom diálogo com oposicionistas no Congresso e entre governadores de oposição, para conseguir formar maiorias em torno de assuntos onde até a base governista é dividida. Muitos gostariam de um ministério "clone" da Dilma. Mas para que serveria um ministro da Casa Civil se não complementasse as diferenças da Presidenta eleita? Dilma chega à presidência com os mesmo compromissos, mas com um perfil pessoal diferente de Lula. Ela já foi ministra da Casa Civil e tem ampla experiência em coordenar outros ministérios. É mais útil na Casa Civil, alguém como Palocci, com capacidade de desempenhar funções onde ela não tem quem faça bem. Essa parece ter sido a lógica de sua escolha.

José Eduardo Cardozo já era cotado para a Justiça desde a saída de Tarso Genro. É da mesma ala de Tarso dentro do PT. Foi um dos três principais coordenadores de Dilma durante a campanha eleitoral, por isso seu nome já era esperado.

Há muita especulação de nomes para outros ministérios. Alguns tem muita lógica, e deverão ser confirmados, outros não. O governador Sérgio Cabral (PMDB/RJ) se antecipou, ao anunciar seu Secretário de Saúde para o Ministério, antes de resolver com seu partido. Queimou a língua e, talvez, tenha chamuscado seu próprio secretário. É melhor ter calma e conter a ansiedade.
Amigos do presidente

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