Brasil não vai transferir empregos para outros países, diz presidenta na entrega de navio do PAC
Presidenta
Dilma Rousseff durante a cerimônia de entrega do navio Celso Furtado no
Estaleiro Mauá, em Niterói. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
A
presidenta Dilma Rousseff participou hoje (25) da cerimônia de entrega
do navio Celso Furtado no Estaleiro Mauá. É a primeira embarcação
entregue por um estaleiro brasileiro ao Sistema Petrobras desde 1997.
Sua construção faz parte do Programa de Modernização e Expansão da Frota
(Promef), que marca a retomada da indústria naval brasileira com a
abertura de novos estaleiros e a modernização dos existentes.
No discurso, Dilma Rousseff lembrou o
desmonte vivido pela indústria naval no Brasil. Seu ressurgimento,
afirmou, é resultado do esforço do ex-presidente Lula, que acreditou no
trabalhador brasileiro.
“A
indústria naval, quando o presidente Lula chegou ao governo, estava
paralisada. E você via no chão, nos muitos estaleiros que já tinham
produzido navio, a grama crescendo por entre as pedras. Isso foi
responsabilidade de um momento terrível da nossa história, em que nós
tivemos uma das maiores perdas para os trabalhadores do setor
metalúrgico do Brasil. E aí, o presidente Lula tomou uma decisão. Nós
podemos produzir no Brasil o casco, o navio e a plataforma.”
A
presidenta Dilma disse ainda que a indústria naval vai continuar
gerando emprego. Além da Petrobras, as empresas de petróleo que atuam no
país vão manter seus investimentos, o que aumentará a demanda por
navios, plataformas e sondas. Os postos de trabalho aqui criados,
afirmou a presidenta, não sairão do país.
“Eu
lutei muito para que o Brasil voltasse a produzir o que ele era capaz.
Nós não vamos transferir emprego para ouros países do mundo. Os empregos
gerados para o Brasil serão mantidos no Brasil.”
A
presidenta fez uma homenagem ao economista Celso Furtado (1920-2004),
que, segundo ela, soube separar crescimento de desenvolvimento.
“Um
país só se desenvolvia se os empregos ficassem cada vez melhor, se cada
família pudesse colocar seu filho na escola e ter acesso à saúde. Para
ter desenvolvimento, teria que ter crescimento, geração de emprego e
distribuição de renda. Senão, não era desenvolvimento.”
Programa
de Navios - Com o Celso Furtado, já foram lançados ao mar quatro
navios, todos batizados em homenagem a importantes personagens da
história do Brasil. Com capacidade para 48,3 mil toneladas de porte
bruto, ele será responsável pelo transporte de combustíveis (gasolina e
diesel) entre os estados.
Segundo
a Transpetro, subsidiária da Petrobras, duas mil pessoas trabalharam na
construção do navio. Uma delas, Alessandra dos Santos, subchefe de
máquinas, não segurou a emoção. No discurso, falou do antigo sonho de
ser comissária de bordo que deixou de lado quando conheceu o trabalho da
Marinha Mercante. Trocou o céu pelo mar e acompanhou de perto a
construção do Celso Furtado.
“Há
dez meses acompanho o nascimento do navio que já faz parte da minha
vida. Assim, não poderia deixar de prestar homenagem a todos os
trabalhadores do Estaleiro Mauá. Vi de perto o empenho e dedicação de
cada um deles que ajudaram a transformar esse sonho em realidade.”
Pelo
Promef, que faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC),
deverão ser entregues, até 2015, 49 navios petroleiros e gaseiros de
grande porte, sendo 23 deles na primeira fase do projeto (com 65% de
nacionalização) e 26 na segunda etapa (com 70% de nacionalização). Com
isso, a frota da Transpetro, hoje com 53 navios, vai superar o número de
110 embarcações.
“Há dez anos, a
indústria naval brasileira estava destruída. Não havia navios em
construção, não havia funcionários, apenas um resíduo de dois mil
funcionários, e nada mais. Hoje são 60 mil funcionários que trabalham na
industria naval brasileira”, disse o ministro de Minas e Energia,
Edison Lobão.
Selo e carimbo
comemorativos foram lançados pelos Correios na cerimônia no Estaleiro
Mauá. Acompanha a imagem da embarcação Celso Furtado, a legenda:
Primeiro navio do PAC em operação.
Fonte: B. da Dilma
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