José Prata Araújo: Reservas em dólares garantem maior soberania ao Brasil
Reservas em dólares: Lula US$ 257 bi X FHC US$ 17 bi
O governo Lula, para blindar a nossa economia contra as crises externas de grande magnitude, conseguiu acumular reservas em dólares como nunca antes nesse país, num total de US$ 257,298 bilhões. Já o governo FHC, mesmo com todas as gentilezas oferecidas aos grandes capitalistas internacionais – taxa de juros de 45% ao ano, privatizações selvagens, dolarização de parte da dívida interna, dentre outras barbaridades – nunca conseguiu acumular reservas expressivas em dólares. Se Lula tivesse seguido os conselhos da oposição demotucana teria quebrado o Brasil na grande crise de 2008/2009. O artigo é de José Prata Araújo.
José Prata Araújo (*), na Carta Maior
O candidato José Serra e o PSDB querem convencer a população brasileira de que o ponto fraco da nossa economia são as contas externas, que chegam a caracterizar de “herança maldita”. Como assim? Que números o PSDB e seu candidato a presidente têm a apresentar aos brasileiros na questão crucial das reservas internacionais em dólares, principal indicador da saúde das contas externas? Os números dos governos Lula e FHC estão expressos na tabela abaixo. O governo Lula, para blindar a nossa economia contra as crises externas de grande magnitude, conseguiu acumular reservas em dólares como nunca antes nesse país, num total de US$ 257,298 bilhões.
Já o governo FHC, mesmo com todas as gentilezas oferecidas aos grandes capitalistas internacionais – taxa de juros de 45% ao ano, privatizações selvagens, dolarização de parte da dívida interna, dentre outras barbaridades – nunca conseguiu acumular reservas expressivas em dólares. Elas eram de apenas US$ 17 bilhões no final de 2002, sem os empréstimos do FMI. Foi por não possuir uma posição robusta nas reservas em dólares que o Brasil quebrou duas vezes com FHC, em crises de pequena intensidade e que não serão mais que notas de pé de página na história econômica, tendo o Brasil recorrido ao FMI e aceito suas políticas recessivas e privatistas.
Reservas internacionais do Brasil – 1994 a 2010 – em US$ bilhões
Se Lula tivesse seguido os conselhos da oposição demotucana teria quebrado o Brasil na grande crise de 2008/2009. Não foram poucos os tucanos e economistas aliados que se colocaram contra a elevação do patamar das reservas. Um deles foi André Lacerda, editor do Portal do ITV – Instituto Teotônio Vilela, do PSDB, que, no artigo “Sem motivo para comemorar”, criticou “a armadilha das reservas-monstro”, afirmou que “economistas têm se dedicado a calcular quanto empilhar reservas tem custado ao pobre Brasil” e que o crescimento das reservas tornou-se “uma dor de cabeça”. Ele se referia aos custos fiscais de se manter reservas elevadas. Brevemente, em mais um capítulo de nossa série, vamos mostrar os gigantescos custos fiscais das duas falências do Brasil no governo FHC por falta de reservas em dólares.
O Brasil entre dois caminhos nas contas externas: seguir com Dilma e Lula com mais desenvolvimento econômico, fortalecimento das reservas internacionais e FMI nunca mais. O outro caminho é o retorno do neoliberalismo de Serra e FHC, com mais vulnerabilidade de nossa economia e o retorno ao FMI e seus ajustes privatistas e antipopulares.
(*) Economista mineiro e autor dos livros “O Brasil de Lula e o de FHC” e “Guia dos Direitos Sociais”
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