Impressiona a regularidade com que o Governo do Estado vende “gato por
lebre”, insiste na propaganda inverídica e brinca com números, além de
deixar a sociedade à própria sorte. O caso da convocação concursados da
Polícia Civil (veja postagem abaixo) é a mais nova armação.
Na Saúde, na Segurança Pública e em
outros setores da atividade estatal, paulatinamente o Governo do Estado
perde o que conquistou com méritos na campanha eleitoral: o respeito. O
crédito.
Há poucos meses, o Governo do Estado
divulgou que inaugurava o 12º Batalhão de Polícia Militar em Mossoró
com 600 homens. Depois que este Blog desencadeou campanha provando a
mentira deslavada, mudou a propaganda.
Mesmo assim, não refez o engodo. O 12º é
uma invenção que apenas resulta do desmembramento do 2º Batalhão de
PM, que já funcionava em Mossoró com apenas 40% do seu efetivo.
O Aeroporto Governador Dix-sept Rosado
(Mossoró) foi fechado pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC)
porque não cumpriu 44 ítens de segurança, conforme relatório desse
órgão. Reaberto na pressão política, sobretudo por articulação do
deputado federal Henrique Alves (PMDB), o “feito” foi anunciado em
propaganda como realização de governo. Patético.
Em sua propaganda institucional, o
Governo do Estado anuncia ainda o Aeroporto Internacional de São Gonçalo
do Amarante e o Estádio das Dunas como empreendimentos seus. Duplo e
vergonhoso embuste.
No caso do primeiro, o aeroporto, a
governadora Rosalba Ciarlini (DEM) chegou a pagar o mico de ouvir a
presidente Dilma Roussef (PT) elogiar a ex-governadora Wilma de Faria
(PSB) por ter comandado luta em prol da obra. Situação constrangedora
para a governadora. E, cá pra nós, superdimensionamento em relação à
Wilma.
Vale lembrar que o Estádio Nogueirão
(Mossoró) foi “abraçado” pelo Governo do Estado para receber aporte de
R$ 8 milhões e se habilitar a pleno uso em competições. Jornalistas
ligados ao grupo governista começaram a espalhar a boa nova e o montante
dos recursos. Depois o próprio governo passou a tratar o assunto com
números menores, devido a repercussão negativa dessa balela.
Na Saúde, médicos não acreditam em promessas do Governo do Estado. Chegam a afirmar que não aceitam “promessa de boca”.
Presídios
E cadê o Hospital Materno-infantil de
Mossoró prometido pela governadora Rosalba Ciarlini (DEM) para ser
inaugurado em outubro do ano passado? Sequer houve assinatura de
contrato para aproveitamento do prédio do Hospital da Unimed, proclamado
como local da iniciativa.
Não podemos esquecer que a governadora
proclamou que a violência em Mossoró era resultado da construção do
Presídio Federal. Arrancou riso de especialistas no assunto. Meses
depois desembarcou no Ministério da Justiça, com projeto para construção
de mais dois presídios no Rio Grande do Norte. Dá para entender?
Quanto aos mais de 14 projetos que
resultaram em lei de reajuste salarial para categorias de servidores do
Estado, o Governo afirmou que todos “eram ilegais”. Mesmo assim, em
momento algum questionou-os com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade
(ADIN). Puro terrorismo para levar a opinião pública a se voltar contra
grevistas.
Talvez muita gente tenha esquecido, mas
em campanha eleitoral houve promessa de prestigiar Mossoró com
tratamento diferenciado. Em pouco mais de um ano de gestão, o atual
Governo do Estado não assinou sequer um convênio para obras ou serviços
com o Município.
De memória curta, é provável que poucos
lembrem da promessa de caça implacável aos supersalários do Estado
potiguar. Em meio à crise com greves dos servidores, o assunto foi
levantado por parte da imprensa, como uma cruzada do Governo. O que foi
que aconteceu? Nada. Nem acontecerá.
Esse mesmo Governo do Estado sucateou o
sistema Central do Cidadão e desmancha o Programa do Leite, apesar de
prometer seu fortalecimento. Cadê a verdade? Nos fatos ou no verbo?
Arrecadação recorde
E o decreto que proibia manifestação
pública no âmbito do Centro Administrativo, sede da Governadoria? A
governadora assinou-o e durante café da manhã com a imprensa, afirmou
que não o revogaria. Horas depois, a Assessoria de Imprensa do Estado
desmentia-a, antecipando que seria revogado. Caricato.
O Governo do Estado insiste na tese de
que vive uma crise financeira, herança dos governos Wilma de Faria-Iberê
Ferreira (PSB), mas a arrecadação não para de bater recordes e foram
feitas inúmeras suplementações orçamentárias (excesso de arrecadação).
Dá para entender?
O Governo fala em prioridades para
setores como Saúde e Segurança Pública, mas no orçamento para este ano,
reduziu investimentos aos dois setores, enquanto que à Comunicação
(marketing e propaganda) o aumento é de 120%.
Esse mesmo Governo não tem recursos para
o funcionalismo, mas aquiesceu à mudança no projeto orçamentário, para
garantir um adicional de R$ 30 milhões aos cofres do poder Judiciário
neste ano. Um Robin Hood pelo avesso.
O Governo do Estado chega a ponto de
reduzir imposto para aeronaves que usam aeródromos de Mossoró e Caicó,
beneficiando sobremodo proprietários de aviões e helicópteros privados,
mas vetou projeto do deputado estadual Leonardo Nogueira (DEM) que
ensejava vantagens (redução de ICMS) para mototaxistas e
moto-entregadores na aquisição de motos.
Logo no início da gestão, o Governo do
Estado determinou-se à extinção do “Meios” (OnG que durante mais de 30
anos foi mantida sobretudo com verbas do Estado). Alegou que não tinha
qualquer obrigação com a entidade, mas depois – por pressão popular –
admitiu cobrir compromissos com pessoal etc. Boa parte da estrutura
social dessa OnG está se acabando e seus serviços deixaram milhares de
pessoas sem atendimento, entre crianças e idosos.
Esse é o Governo do Estado que pribiu
que o Itep e outros órgãos ligados à atividade de segurança pública,
fornecessem informações sobre a violência urbana, para evitar a
propagação da realidade do setor.
Em vários momentos a governadora foi
vaiada em público, evitou participar de eventos sociais ou políticos, em
face de manifestações de repulsa à sua administração. Até em Mossoró,
seu berço político e terra natal, esquivou-se de situações de
contrangimento.
Ufa!
Assim, é difícil “fazer acontecer”.
Carlos Santo
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