sábado, 13 de abril de 2013


Lula tem de ir às ruas e evitar golpe de Joaquim e Gurgel

Afirmo e reafirmo novamente neste espaço: se o ex-presidente Lula e o PT não se prevenirem para passar para o ataque, a direita brasileira que perdeu três eleições presidenciais para os trabalhistas vai amarrar os pés e as mãos dos principais políticos do PT, como se fossem gado de rodeio ou vaquejadas.São nítidas e sonoras as intenções dos senhores Joaquim Barbosa e Roberto Gurgel, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e procurador-geral da República (PGR) no que é relativo às tentativas de investigar o Lula.


A ação não tem o propósito de apenas investigar o ex-mandatário para comprovar ou não seu envolvimento com o mensalão, mas, sobretudo, tem a finalidade política de envolver seu nome nesse processo, e, consequentemente, desqualificá-lo e desconstruí-lo perante a Nação brasileira, que o elegeu duas vezes, bem como votou em sua candidata e atual presidenta do Brasil, Dilma Rousseff.
O STF e a PGR são há algum tempo os principais interlocutores da poderosa direita brasileira, bem como tratam o processo político deste País como se fosse segmento da sociedade de terceira categoria. Só que não é. É equívoco e petulância, desfaçatez e arrogância de homens togados se arrogarem o direito de estarem acima da escolha politica e eleitoral do povo brasileiro.
A judicialização do processo político e a criminalização de políticos sem provas cabais, como ocorreu no mensalão, o do PT é lógico, são uma afronta à Constituição e ao estado democrático de direito. Eu até acredito que a sociedade brasileira, em um primeiro momento, não perceba o que está a acontecer com os primeiros políticos do campo da esquerda que assumiram, de fato, o governo central.
Vou além. Quando o povo trabalhador brasileiro perceber o que querem fazer com o presidente mais popular da história do Brasil, além de ser o principal político do País e o mais conhecido internacionalmente, as ruas vão ser ocupadas pelas pessoas, que são os trabalhadores que transformaram e enriqueceram este País, bem como votaram duas vezes em Lula para ser presidente da República.
O tempo é curto e por isto o PT e aliados, a exemplo do PCdoB, os milhares de sindicatos e suas federações e confederações do campo e da cidade, as alas progressistas da Igreja Católica, o MST, os estudantes secundários e universitários, as inúmeras associações e cooperativas de trabalhadores, as donas de casa, os aposentados, os pequenos e médios empresários urbanos e rurais e as comunidades pobres das periferias e dos morros que foram, de uma forma ou outra, beneficiados, respeitados e considerados pelos governantes trabalhistas.  
O povo deve ir às ruas para estancar a prepotência, a arrogância, a perversidade e até mesmo a incoerência e a insensatez de homens públicos e sem votos pagos mensalmente pelo dinheiro do contribuinte que resolveram transformar o STF e a PGR em ferramentas e instrumentos de intimidação e perseguição política àqueles que há três eleições derrotam uma direita reacionária, violenta, egoísta, colonizada, provinciana, dona de um incomensurável e inenarrável complexo de vira-lata, além de ser, inquestionavelmente, herdeira da escravidão.
As acusações a Lula são suposições, mas o senhor Gurgel e alguns membros do STF liderados pelo condestável juiz Joaquim Barbosa, que, usualmente, tem recaídas de Tomás de Torquemada, continuam os seus périplos políticos e nitidamente a se alinharem aos interesses políticos do PSDB e seus nanicos do DEM e do PPS, bem como a terem sempre ao seu lado os porta-vozes de uma imprensa de mercado frontalmente oposicionista aos trabalhistas que há dez anos administram o Brasil, com a aquiescência e o voto do povo brasileiro. Nunca é tarde para lembrá-los.

Marcos Valério, o agente também do mensalão tucano que, ao que parece, nunca vai ser investigado de forma séria para ser julgado pelos juízes conservadores do STF, negociou com o PGR Roberto Gurgel, pois o que interessa a ele é diminuir sua pena de 40 anos. Gurgel quer o Lula, bem como os juízes direitistas de um tribunal que se transformou em um partido conservador.
 
A direita partidária, empresarial, midiática e judiciária apostam na desconstrução da imagem de Lula, porque sabem muito bem que o político trabalhista é o maior cabo eleitoral do Brasil, enquanto o cabo eleitoral tucano conhecido pelo nome de Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal — não tem força e influência para eleger o síndico do prédio onde mora.
Não há provas contra o ex-presidente Lula. A PGR de Gurgel sabe disso e é por isso que a instituição, de acordo com a imprensa, reuniu-se com quatro juízes do STF, à frente o senhor Joaquim Barbosa. Segundo a mídia conservadora e de caráter histórico golpista, a reunião foi para formular estratégias de como chegar ao Lula, depois acusá-lo, processá-lo, julgá-lo e quiçá prendê-lo.
 
Lula tem de ser incluído no mensalão, que para mim é o mentirão, agora e já. Dessa forma, haverá tempo para que ele fique a ser desconstruído, imolado e açoitado moralmente até as eleições presidenciais que vão acontecer em outubro de 2014. O mentirão dos José(s) Dirceu e Genoíno foi o combustível usado pelo canhão da direita nas eleições de 2012. Só que eles, mesmo com o apoio da imprensa de negócios privados, perderam a eleição até em São Paulo.
A direita, que nunca deu nada para o povo brasileiro, apenas retirou e o explorou durante 500 anos, quer calar o Lula. O torneiro mecânico e nordestino para ela é abusado e ousado e se atreveu a pisar os tapetes do Palácio do Planalto e sentar na cadeira da Presidência da República.
O establishment e seus instrumentos de ação politica incrustados no estado brasileiro, a exemplo da PGR e do STF, não quer a distribuição de renda, de riqueza e a emancipação do povo brasileiro. Por trás dessa engrenagem perversa está o dinheiro, a luta pelo dinheiro, cada vez em quantidades maiores, com a finalidade de locupletar os ricos, os muitos ricos e os que são inquilinos do pico da pirâmide social em termos internacionais.

Essa gente demasiadamente endinheirada e patrimonialista não quer perder nada e por isto combate até programas de renda mínima como o Bolsa Família. São os tubarões do planeta, que financiam golpes e contragolpes de estado, cujo objetivo principal é manter o status quo das classes privilegiadas e por isto abastadas e que dominam o poder por intermédio da violência, da intimidação, da denúncia vazia e da desconstrução moral daquele que pensa diferente e coloca em prática seu pensamento, propósitos e ideologia.
Lula não vai ficar quieto dentro da sua casa a ouvir acusações e ilações maldosas, muitas vezes injustas e a levar o dedo na cara. Ele vai às ruas, porque não é salutar remediar ou tergiversar quanto aos fatos e às realidades que se apresentam. A direita é golpista. Ponto. A ética para a direita não passa de uma peça de retórica. E quem geralmente acredita, por má-fé ou não, neste teatro grego é, como sempre, a classe média de índole conservadora e alma ressentida e amarga. Não porque ela odeie tanto os pobres. Mas, sobretudo, porque a classe média sabe, lá no fundo do seu coração, que nunca vai ser rica, apesar de abraçar os valores da burguesia consumista de princípios superficiais.
A sugestão é que Lula saia às ruas e reative as Caravanas da Cidadania”. A luta pela sobrevivência é o princípio fundamental da existência humana. Somos assim e lutamos pelo o que acreditamos. Eu não acredito no STF e na PGR. Entretanto, não preconizo o golpe por ser um homem que acredita na democracia, na legalidade institucional e na Constituição. Por seu turno, acreditar nesses princípios não me faz um covarde e muito menos um pusilânime no que diz respeito a aceitar que a direita promova golpes, manipule as notícias e as realidades e faça da verdade um instrumentos de seus interesses. Lula tem de ira às ruas! É isso aí.
Fonte: B. Palavra Livre

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