Após ser velado em Brasília, corpo do arquiteto Oscar Niemeyer volta ao Rio

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A manifestação de carinho das pessoas que pararam nas ruas e fizeram fila para dar adeus ao arquiteto emocionou os netos de Niemeyer.
Antes previsto para terminar às 20h, o funeral terminou com 20 minutos de antecedência porque o aeroporto Santos Dumont, no Rio, fecha para pousos. A presidente Dilma Rousseff se despediu da família, mas não acompanhou a saída do caixão.
A Polícia Militar do Distrito Federal calcula que cerca de 4,5 mil pessoas passaram pelo velório. A contagem da Presidência da República, contudo, é menor: 3,8 mil pessoas fizeram fila para dizer adeus ao arquiteto. Niemeyer será enterrado no Rio esta sexta-feira (6), no cemitério São João Batista.
Alan Marques/Folhapress | ||
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Corpo do Arquiteto Oscar Niemeyer deixa o Palácio do Planalto após velório |
Para os netos, Niemeyer precisa ser lembrado não apenas pelos monumentos que projetou mas também pelo engajamento político. Segundo Carlos Oscar, a palavra preferida do avô era "solidariedade".
"As ideias que ele tentou passar de humanismo, justiça social, isso é tão importante quanto as obras dele. Acho que a gente tem que preservar e difundir o pensamento dele", afirmou Ana Lúcia.
Enquanto a família ficou numa sala reservada no palácio, políticos e populares passaram para se despedir do arquiteto.
Para ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz, "quem ama Brasília e gosta da cidade tem o dever de homenagear Oscar Niemeyer". Em seguida, completou:"Lamento sua morte, mas ele viveu bem: 104 anos e mais tudo o que ele fez".
O senador Rodrigo Rolemberg (PSB-DF) disse que Niemeyer deve ser lembrado para além de sua arquitetura. "Ele era muito comprometido com o povo brasileiro e com populações oprimidas, e tinha muito amor pelo Brasil. São legados tão importantes quanto sua arquitetura genial".
A ministra Ideli Salvati (Relações Institucionais) também destacou a genialidade do arquiteto. "Além de toda genialidade de sua obra, nunca deixou de ter lado ou posição política ou ainda de lutar pelos seus ideais. A palavra dele sempre esteve presente nos momentos políticos mais relevantes do país", disse.
A estudante de arquitetura Luíza Solano, de 21 anos, fez um desenho para o arquiteto que, segundo ela, permanece moderno. "Eu sou estudante de arquitetura e aprendi muito com ele. Não acredito que a obra dele esteja ultrapassada", disse.
Folha de São Paulo
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