quinta-feira, 6 de dezembro de 2012


Após ser velado em Brasília, corpo do arquiteto Oscar Niemeyer volta ao Rio


Niemeyer Dezenas de pessoas cantaram o hino nacional quando o caixão de Oscar Niemeyer foi colocado no caminhão do Corpo de Bombeiros que deixou o Palácio do Planalto rumo à base aérea de Brasília por volta das 19h40. O arquiteto foi velado na tarde desta quinta-feira (6), na sede do Executivo federal.
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A manifestação de carinho das pessoas que pararam nas ruas e fizeram fila para dar adeus ao arquiteto emocionou os netos de Niemeyer.
Antes previsto para terminar às 20h, o funeral terminou com 20 minutos de antecedência porque o aeroporto Santos Dumont, no Rio, fecha para pousos. A presidente Dilma Rousseff se despediu da família, mas não acompanhou a saída do caixão.
A Polícia Militar do Distrito Federal calcula que cerca de 4,5 mil pessoas passaram pelo velório. A contagem da Presidência da República, contudo, é menor: 3,8 mil pessoas fizeram fila para dizer adeus ao arquiteto. Niemeyer será enterrado no Rio esta sexta-feira (6), no cemitério São João Batista.
Alan Marques/Folhapress
Corpo do Arquiteto Oscar Niemeyer deixa o Palácio do Planalto após velório
Corpo do Arquiteto Oscar Niemeyer deixa o Palácio do Planalto após velório
"Foi muito emocionante ver as pessoas todas demonstrando tanto carinho", disse Ana Lúcia Niemeyer, neta do arquiteto. Para o irmão dela, Carlos Oscar Niemeyer Magalhães, a presença de crianças e idosos se despedindo do arquiteto no caminho do cortejo foi marcante.
Para os netos, Niemeyer precisa ser lembrado não apenas pelos monumentos que projetou mas também pelo engajamento político. Segundo Carlos Oscar, a palavra preferida do avô era "solidariedade".
"As ideias que ele tentou passar de humanismo, justiça social, isso é tão importante quanto as obras dele. Acho que a gente tem que preservar e difundir o pensamento dele", afirmou Ana Lúcia.
Enquanto a família ficou numa sala reservada no palácio, políticos e populares passaram para se despedir do arquiteto.
Para ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz, "quem ama Brasília e gosta da cidade tem o dever de homenagear Oscar Niemeyer". Em seguida, completou:"Lamento sua morte, mas ele viveu bem: 104 anos e mais tudo o que ele fez".
O senador Rodrigo Rolemberg (PSB-DF) disse que Niemeyer deve ser lembrado para além de sua arquitetura. "Ele era muito comprometido com o povo brasileiro e com populações oprimidas, e tinha muito amor pelo Brasil. São legados tão importantes quanto sua arquitetura genial".
A ministra Ideli Salvati (Relações Institucionais) também destacou a genialidade do arquiteto. "Além de toda genialidade de sua obra, nunca deixou de ter lado ou posição política ou ainda de lutar pelos seus ideais. A palavra dele sempre esteve presente nos momentos políticos mais relevantes do país", disse.
A estudante de arquitetura Luíza Solano, de 21 anos, fez um desenho para o arquiteto que, segundo ela, permanece moderno. "Eu sou estudante de arquitetura e aprendi muito com ele. Não acredito que a obra dele esteja ultrapassada", disse.
Folha de São Paulo

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